Serial Frila: Como naufragar pulando tubarões

18 abril 2006

Como naufragar pulando tubarões

(publicado originalmente em 18 de abril de 2006)
(revisado e republicado aqui em 26 de setembro de 2006)


(Uma nota de abertura: você está vendo sua série na paz. Então, começa "a propaganda do site de leilões". Sim, aquela da idéia imbecil e da musiquinha-porre. Como ela passa em todas as inserções comerciais de todos os canais de séries e em todas as horas do dia, você já não agüenta mais aquilo e usa sabiamente o seu controle remoto. Você se pergunta se o tal site tem um setor de marketing que conheça algo além da "estratégia" da aporrinhação, já famosa pelas insuportáveis "meias do Pinda". Você deu sorte e acaba gostando mais do que está no outro canal. Que chato para o canal anterior, né?)
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Jump the shark (ou "pular o tubarão") significa duas coisas: o momento específico em que se perdeu mesmo o controle de uma série, de modo que continuar acompanhando seria como assistir a um cachorro atropelado morrendo lentamente; e também uma sensação generalizada de que a nossa série já não é mais aquela, mesmo que a gente ainda não tenha parado pra se perguntar o porquê (e identificado o tal momento). Ambas as acepções levam à mesma Roma: a série já deu o que tinha que dar.

This picture is hosted by ImageShackPara entender de que diabos estamos falando com esse papo de tubarão, a gente tem de voltar a fita e contar uma historinha.

Um dia, existiu na TV americana uma série chamada Happy Days. O programa, hoje lendário, ficou no ar de 1974 a 1984, na rede ABC. No Brasil, parece, passou só bem mais recentemente em um canal a cabo. Eu mesmo nunca vi isso por aqui, só via internet.

This picture is hosted by ImageShackDevido ao seu enorme sucesso na época, a série desde então já foi homenageada, copiada, ironizada ou citada de tudo quanto é jeito, em dezenas de outras séries e situações - como um punhado de vezes em Friends (o jogo na praia, o médico fã do Fonzie, gags sobre Joanie e Chachi, entre outras), n'Os Simpsons, em Pulp Fiction ("todo mundo cool feito Fonzie e ninguém leva tiro") ou no clipe da música Buddy Holly, do grande Weezer, entre outras menções que continuam aparecendo diariamente.

This picture is hosted by ImageShackSeus personagens, atores, bordões e piadas viriam a ser bem populares nos anos seguintes. Por exemplo, Noriyuki "Pat" Morita teve muitos papéis na TV antes de Happy Days, mas foi por causa dela que ele ficou querido pelo público americano e foi se imortalizar como o Sr. Miyagi dos filmes Karate Kid. O multitarefa Ron Howard tornou-se um ator ainda mais conhecido (a narração da série Arrested Development é a lembrança mais recente), um diretor muito bem-sucedido (Uma Mente Brilhante, Apollo 13, O Código DaVinci) e um produtor de mão cheia (24 Horas, Felicity, Arrested Development). Happy Days ainda gerou séries derivadas, incluindo uma para um personagem recorrente do hoje famoso Robin Williams. Inclusive, se você diz hoje com a maior naturalidade que alguém é nerd, isso também se deve a Happy Days.

E havia dois sujeitos ali que ficariam estigmatizados pra sempre. Se você já tinha ouvido falar do tal do Fonzie em algumas das citações acima, saiba que é aqui que ele entra.

This picture is hosted by ImageShackO ator Henry Winkler, atualmente interpretando o patriarca na comédia Out of Practice (pouco antes, estava também em Arrested, como o advogado demitido da família Bluth), imortalizou a imagem de Arthur Fonzarelli, o motoqueiro gente-fina com sua inseparável jaqueta de couro. O cara logo ganhou o apelido de Fonzie - ou, mais cool ainda, "The Fonz" (o que sempre me lembra "The Todd", em Scrubs) - e se tornou, de longe, o personagem mais popular da série e um dos mais memoráveis da TV americana em todos os tempos. Não era à tôa que o povo de Friends babava tanto o ovo da série...

O outro ator marcado foi Ted McGinley, mas esse ganhou notoriedade por coincidências bem menos, digamos, felizes. Você certamente o conhece de Married With Children, na qual ele vivia o vizinho galã, burro e joselito Jefferson D'Arcy; ou então dos filmes Wayne's World 1 e 2, pela breve aparição como Sr. Berro (o cara que dava o gritão no rádio). Em A Vingança dos Nerds, ele era um dos valentões e, na recente série-derrota Hope & Faith, contracenou com um monte de mulheraço.

This picture is hosted by ImageShackA fama desse pobre camarada é a de maior enterrador de séries de todos os tempos. Não porque ele seja ruim como ator ou difícil fora das telas - pelo contrário, é um cara bonitão, engraçado e, ao que consta, simpático no tratamento -, mas pela coincidência de já ter sido chamado N vezes pra tapar buracos em séries à beira do cancelamento. Aliás, muitas das séries em que ele põe o pé acabam dando errado de algum jeito e sempre depois de pouco tempo. O currículo de participação-e-cancelamento do homem não é de dar inveja...

Pois bem, para a estréia da quinta temporada de Happy Days, em setembro de 1977, foi filmado um episódio-monstro em três partes. Naquela empolgação toda que significa mais uma temporada pela frente e tal, o sempre cool to the bone Fonzie, sei lá por qual razão, está surfando em esquis (com a jaqueta de couro), decola numa plataforma sobre uma rede com um tubarão e consegue completar o salto, numa cena incrivelmente tosca e que nada tinha a ver com tudo o que se vira na série até então. Muita gente passou a estranhar a tão querida Happy Days depois disso. Assista a esse pedaço no YouTube.

This picture is hosted by ImageShackDentre os milhões de americanos, dois estudantes assistiram ao episódio e tiveram essa mesma sensação. E o programa, na visão deles, foi só descendo ladeira abaixo depois disso, fugindo das premissas iniciais, descaracterizando personagens já bem fundamentados e apresentando tramas cada vez mais fracas. Alguns anos depois, um deles se referiu a um acontecimento qualquer como "o pulo do tubarão do Fonzie", e assim nascia a expressão para designar aquele momento especial de uma série em que você percebe que nada será como antes.

Um dos caras, Jon Hein, aproveitou a novidade que era a internet em 1997 e criou um site dedicado à coisa, o popularíssimo JumpTheShark. Dedicou-o ao amigo criador e "divulgador" da expressão, Sean Connolly. Desde então, o termo "jump the shark" vem sendo usado largamente, inclusive pela mídia, para falar de séries de TV (a princípio), de qualquer coisa da cultura pop (por extensão) ou até uma situação cotidiana (por esculhambação) que marque o começo de uma derrocada. É notório e aceito, por exemplo, que o Metallica voou morro abaixo depois do álbum preto; Spielberg pulou um tubarão danado com seus 8 finais de AI e até hoje não se reabilitou no campo dos contos-de-fada; os X-Men também jamais se recuperaram da passagem de Rob 'The Deformator' Liefeld, o criador de mutantes sem poderes; até o Hotmail pulou seu tubarão irrecuperável ao engessar seu serviço, enquanto outros webmails prosperam a rodo. A coisa pegou de tal modo que o mesmo Winkler, em seu papel recorrente na ótima Arrested Development (tudo em casa, você vê...), apareceu em um episódio dizendo que ia sair pro café e então pulou um tubarão morto que estava no caminho.

A falecida newsletter SpamZine falou desse fenômeno há alguns anos: "Jump the shark é uma expressão criada para denominar o começo do fim de uma série de TV. É o momento em que o telespectador percebe que ela atingiu seu pico, e, ao mesmo tempo, o início de sua decadência. É o instante em que um programa chega a um momento irreversível de sua existência. Exemplos? O beijo de David e Maddie em A Gata e o Rato. Kevin Arnold chegando à puberdade em Anos Incríveis (...) A primeira aparição da "Turma do Bacana" em Armação Ilimitada. A entrada de Pedro Paulo Rangel no elenco da TV Pirata". Eu acrescentaria o Chaves em Acapulco ou cantando em episódios musicais "cafonas, sim, mas isso é conosco". Ou ambos ao mesmo tempo.

No site JumpTheShark, é possível votar em momentos-chave de séries, dar sua opinião em texto (há centenas de milhares de opiniões por lá, já adianto) e descobrir mais a respeito do universo da pulação tubarônica. A consulta vai desde séries bem velhas (como a própria Happy Days ou anteriores) a algumas recentes, com menos tradição e, portanto, menos opiniões e "sugestões".

A essas alturas, já não precisa explicar por que o nosso amigo McGinley se tornou o patrono do site, certo? Não apenas ele entrou como fixo nas últimas temporadas de Happy Days como o seu histórico fala por si só...

This picture is hosted by ImageShackPor uma certa lógica intrínseca à coisa, dá pra concluir que, quanto mais longeva a série, maiores as chances de ela já ter pulado o tubarão. Mas isso não é regra fixa: sempre há quem diga que determinada série já nasceu pulando. É quando a coisa é tão ruim que você se recusa a acreditar que ela possa mesmo existir. Por exemplo, eu diria isso com segurança a respeito de 7th Heaven ou Touched By An Angel, séries com premissas pra lá de babacas, atuações miseráveis (esperamos que Roma Downey já tenha passado num concurso para funcionária pública, a essas alturas) e lições de moral. A expressão "lições de moral" nem mesmo levará adjetivo, porque é uma coisa triste pela própria existência.

Como o assunto envolve qualquer telessérie de drama ou comédia, e como teoricamente cada capítulo pode ensejar olhares tortos, os exemplos não faltam ou faltarão jamais. Sempre haverá um momento em que o cidadão cisma e acaba pensando alto um "Peraí!?", e assim a coisa acontece. Mas dois esclarecimentos são necessários. Primeiro, convenhamos: um drama tem de ter drama e uma comédia tem de fazer rir, mas que o façam com inteligência, verossimilhança e suor. Depois de assimilar bem isso e avaliar direito o que se vê, é a hora de pôr os critérios pra funcionar. E segundo, eu particularmente acho que esses critérios só valeriam para séries, no mínimo, assistíveis. Não dá pra incluir novelões ridículos de 20 anos (Days of Our Lives) e séries natimortas por excelência, como as mencionadas acima. Ah, claro, e simplesmente "não gostar" não significa necessariamente que a série seja um lixo - temos de separar subjetivo de objetivo a qualquer custo.

Alguns momentos bastante típicos já foram identificados. Por exemplo, falta de coerência com as tramas anteriores, mudanças de formato (uma hora, meia-hora, comédia, drama, continuações, etc), casamentos (um broxante eficaz, quando a graça da coisa está na espera), nascimentos de bebês (mais ou menos idem), mudança de atores num mesmo papel (perde-se a identificação), mudança de ambiente (idem), de premissa da série toda (ibidem) ou qualquer acontecimento que nos leve a pensar que não estamos mais no Kansas, Totó.

Aos olhos de muita gente, por exemplo, um drama comprido feito ER já pulou diversos tubarões. Acontece sempre que o texto fica muito over e esmurra o espectador com apelação ou pieguice em excesso. Também é comum o público torcer o nariz quando os escritores percebem tarde demais algum erro de estratégia e, na pressa, não consertam a coisa a contento - o que aconteceu demais em ER, por conta da quantidade de personagens.

Depois de algum tempo de estrada, já rolou de tudo: Susan Lewis namorou um velhinho cego tendo como desculpa uma "figura paterna"; Elizabeth Corday teve uma espécie de relação artificialíssima com um detento asqueroso; as mesmas Lewis e Corday foram retiradas da série em momentos distintos sem qualquer explicação razoável - só sumiram, um dia, dando desculpas esfarrapadas. Carter e Lucy foram esfaqueados num capítulo até bem legal, mas alongaram a morte dela um bocado e depois fizeram o cara se corroer e ficar viciado em analgésicos. Carter, inclusive, deve ter beijado até alguns dos caras da série, porque ficou com todas as mulheres que passaram pelo hospital, e isso também deu no saco a certa altura. Mas era Kovac quem, aparentemente, sofria de sexolatria e passou a namorar Abby meio que de um dia pro outro, quando resolveram reescrevê-lo com aquela história de acidente que nada tinha a ver com seu vício. This picture is hosted by ImageShackTambém para o "limbo" foi o irmão problemático do Dr. Pratt, depois que perceberam que ele ia atravancar a série. Talvez o ponto mais esquisito de toda a série tenha sido o médico escrotão Robert Romano ter seu braço decepado por um helicóptero (evidência 1) e, capítulos depois, o mesmo cara morrer esmagado por outro helicóptero (motivo 2, mais forte), num acidente nada menos que espetacular, verdade seja dita.

Morte, aliás, é sempre um risco grande, porque os fãs não perdoam - também questão de identificação. Pelamordedeus, quantos personagens já morreram em ER?? Mas é o fim de um personagem tão trabalhado e carismático quanto o Dr. Mark Greene (Anthony Edwards) que costuma ser motivo pra anunciarem um pulo sério. Eu mesmo considero esse um ponto-chave, pois parei de ver ER logo depois disso, quando comecei a achar que o pessoal novo não tinha muita graça e os escritores andavam criando tudo quanto era situação esdrúxula para requentar a trama. O prestígio da série caiu tanto que precisaram dar uma revisada brava na estrutura, reformular seriamente o quadro e conferir mais profundidade aos personagens que restaram. Acabei voltando mais de uma temporada depois para presenciar o elenco atual pulando verdadeiros cardumes. A coisa continua tentando se reerguer até hoje, com uma sombra do sucesso que fez em sua estréia (como Plantão Médico - graaarrgh!! - na Globo).

Na mesma linha, há o fato de, hoje, não haver mais ninguém do elenco original, a não ser algumas enfermeiras e a atriz Laura Innes, que entrou no meio da primeira temporada. Cada saída de um dos personagens principais, por exemplo, pode deixar alguém furibundo. Afinal, George Clooney foi um dos primeiros e não é difícil imaginar que muita tiete do sujeito disse de cara: "Ah, agora, perdeu a graça..."

This picture is hosted by ImageShackVeja outra série extensa, a já mencionada Friends. Do meu lado, gostava bastante de tudo até o fim, mesmo com algumas temporadas mais chatinhas, um monte de inconsistências óbvias e tal. Mas há quem veja empecilho, por exemplo, no casamento de Chandler e Monica, na afobação do casamento londrino de Ross, no encontro de Phoebe com Mike (que nem era do "círculo") ou até em algumas das diversas participações especiais ocorridas durante a série - Freddie Prinze Jr e Gary Oldman, chatíssimos em cena, vêm à mente. Diabos: com o frenesi em torno do famoso "The Rachel" - o penteado de Jennifer Aniston nas primeiras temporadas - até mesmo o fato de ela ter mudado o cabelo pode servir de desculpa para alguém dizer que chega. Mas, depois de todas aquelas temporadas, é de se louvar o esforço dos escritores para manter tudo ao máximo como sempre esteve, mexendo só aqui e ali sem conseqüências potencialmente arrasadoras. Deixaram as conseqüências reais pro final.

Nessa área de não-pulantes, dizem que Seinfeld teria o grande mérito de, mesmo depois de 10 temporadas, nunca ter cometido erro a esse ponto, ou pelo menos de ter bem poucos momentos que tenham chegado a ser duvidosos. Concordo sob a seguinte condição: esqueça que houve a primeira temporada, porque os primeiros episódios foram muito, mas muito fracos. Ninguém diria que dali sairia uma das melhores comédias de todos os tempos. E, sim, eu adorei o final perfeitamente coerente com tudo. O site JumpTheShark não reconhece a série nessa seção (sim, tem uma seção para os "never jumped"). Mas isso tudo é beeeem subjetivo, né? A não ser por raras exceções. Quem sabe se, por nunca ter pulado, uma série também nunca tenha ousado o suficiente... This picture is hosted by ImageShackNuma avaliação semelhante, eu diria que Frasier e, até agora, 24 estariam nessa lista seletíssima. E olha que, com toda aquela loucura de 24, pular tubarões deveria ser tão trivial quanto Jack Bauer usar o celular. Está aí minha contribuição para os "Jack Bauer facts", já bem populares na cultura internética (com Chuck Norris no papel principal): "24 will never jump the shark because no shark would be stupid enough to be on Jack's way."

Um belo exemplo de pulos em múltiplos tubarões está ao seu alcance neste momento. A derivada de Friends, Joey, se encontra em plena supernova: tudo acontece ao mesmo tempo, tudo é uma zona desgraçada, nada mais faz sentido e todo mundo sabe que, depois daquela diarréia fenomenal, só vai restar o fim. Chega a impressionar o desespero (bastante aparente!) dos escritores frente às ameaças de cancelamento anteriores. Não apenas não funcionou, como o final é mais iminente do que nunca, com as saídas já anunciadas da agente Bobbie (Jennifer Coolidge), do sobrinho Michael (Paulo Costanzo) e da vizinha Alex (Andrea Anders). Veja bem a quantidade de tubarões que arrumaram só nos últimos episódios:

This picture is hosted by ImageShack- Joey fica mais burro que o de costume;
- Joey faz belos discursos incompatíveis com sua estupidez;
- Joey fica incrivelmente mais burro logo em seguida;
- Joey vira a única pessoa com bom senso na área;
- Joey muda para uma casa nova;
- Joey arruma o amigo Zach, que não faz nada;
- Joey arruma um amigo solteirão;
- Michael arruma uma namorada do nada;
- O namoro de Michael acaba do nada;
- Então, o tímido Michael passa a extrovertido;
- Alex não trabalha mais;
- Alex já mudou de personalidade umas três vezes;
- John Larroquette (pf!) como recorrente;
- Gina esquecendo o lance de ser cabeleireira;
- Gina trabalhando para Bobbie;
- Bobbie começa a aparecer direto na casa de Joey;
- Howard, o vizinho carente, some;
- Howard volta com tudo, em todos os episódios;
- O pai de Michael aparece do nada;
- O pai de Michael vira recorrente;
- Uma trama "Ross and Rachel" para Joey e Alex;
- Um monte de piadas péssimas.

Precisa mais? Com uma alteração ou outra, a gente se viraria bem e era capaz de dar certo, mas resolveram experimentar tudo de uma vez. Escritores desorientados para conseguir sobrevida freqüentemente se tornam a coisa mais perigosa que pode acontecer com uma série. Não importa quantos tubarões já tenham sido pulados: se, por conta deles, o fim estiver próximo e os escritores pirarem de ansiedade, em 90% dos casos já será tarde demais. Joey é um dos melhores exemplos que eu já vi nesse sentido. Foi como tentar apagar um incêndio com mangueiras de combustível.

This picture is hosted by ImageShackDonde se conclui que o melhor mesmo para uma série é sair de cena enquanto ainda resta alguma dignidade. That '70s Show que o diga: depois de um ponto (não sei dizer qual ao certo), implodiu rapidamente, perdeu tudo e já acabou há umas três temporadas, mas esqueceram de avisar seus criadores. Não tem mais um pingo de graça, os personagens são totalmente diferentes e não existe o "espírito de década de 70" há tempos, só gente de 25 anos fazendo papel de 17 e vestindo roupa velha. Como é que se chega num ponto baixo assim sem ninguém dizer nada? Não, espere! Pra não dizer que não houve dicas, houve um episódio em que Fez literalmente imaginou-se cool como o Fonzie e voou sobre um tubarão, pra em seguida concordar com Hyde: "Foi o pior momento da história da televisão. Eu nunca mais assisti à série depois disso." This picture is hosted by ImageShack