Serial Frila: outubro 2006

31 outubro 2006

F5 na TV (parte 1)

This picture is hosted by ImageShackOs ventos de novidade sopram na TV americana já há uns dois meses e estão prestes a ser sentidos por aqui. Depois da derrubada geral de seriados (comédias, em especial) que aconteceu na última temporada e nos dois últimos mid-seasons, vale a pena saber um pouco mais sobre esse pessoal recém-chegado, que pretende reformular seus horários de ver TV.

Nessa coluna em duas partes, vamos falar das estréias daqui e de lá, mas só das séries que são realmente inéditas. Se fosse pra falar de novas temporadas do que você já conhece (como Two and a Half Men, Gilmore Girls, Lost, Desperate Housewives), ficaríamos só por conta de escrever até o fim do ano... O resultado, é bom esclarecer, ficou sem qualquer ordem e não tem todas as estréias, não é uma lista taxativa. Uma ou outra deve ter ficado de fora. Se for o caso, escreva pro email aí do lado que a gente conversa.


Heroes

Teve antecipação-monstro; teve declarações dos criadores a respeito do tema quando a série ainda nem tinha sido escolhida para desenvolvimento; teve loucura por parte de nerds e fanboys quando ouviram essas declarações; teve a controvérsia de que um dos criadores "não sabia nada de histórias em quadrinhos"; teve pré-estréia oficial na internet; teve a estréia mais hypada da temporada.

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Por incrível que possa parecer, toda essa celeuma levou a um bom resultado. Você sabe, hype é enganoso na imensa maioria dos casos, mas os números estão altos, as críticas especializadas e pitaqueiras estão ótimas e Heroes já ganhou ordem para a produção de uma temporada completa, depois de ter cumprido muito bem o tradicional começo de poucos capítulos. Com o sucesso que vem fazendo, não duvide de que a confirmação de uma segunda temporada virá em poucos meses. Até o Universal Channel já anunciou a exibição da série no Brasil, a partir de janeiro!

Fazem parte do núcleo principal os atores Adrian Pasdar (Desperate Housewives, Mysterious Ways), Greg Grunberg (Felicity, Alias) e Milo Ventimiglia (American Dreams, Gilmore Girls, The Bedford Diaries), já bem familiares aos tevemaníacos. A série vem do mesmo Tim Kring que criou a ótima Crossing Jordan, prestes a entrar em sua sexta temporada. E Grunberg é o idealizador da Band From TV, da qual já falamos num post de um outro site.

Ainda não pude assistir à série por falta de tempo, mas dá pra adiantar que ela traz uma trama meio comum nos quadrinhos e ainda não muito vista na TV: pessoas comuns, de diferentes idades, sexos, nacionalidades e demais condições, ganham poderes inexplicáveis de uma hora pra outra. A partir daí, haverá o mistério da origem desses poderes (pessoal de quadrinhos conhece "origem" quase como jargão), a expectativa de que esses desorientados poderosos se unam numa "Liga da Justiça" e, claro, aparecerá um sacana que vai tentar lucrar com os poderes alheios. E então se desenrola toda a mitologia quadrinística que já conhecemos. Com as repercussões que vem tendo, o lucro, o sucesso na mídia, os elogios da crítica e um público gigantesco, ainda há quem acredite que quadrinhos são "coisa pra criança". Aliás, acho que semana passada enterraram o último que pensava assim...


Blade

This picture is hosted by ImageShackJá anunciaram o cancelamento dessa série com apenas 12 episódios produzidos. Fazer o quê?... O "povo alto" da indústria de entretenimento pega filmes que deram audiências enormes no cinema e, por alguma razão, acham que vão conseguir tirar dali um bom capítulo de uma hora toda semana. A coisa já nasce cambaleando e capota no primeiro sopro... Afinal, espectadores de filmes não são necessariamente os mesmos da TV, em quantidade ou em qualidade. A "medição do sucesso" também é bastante diferente.

Conte-se com isso o fato de Blade ter sido iniciativa de um canal a cabo americano bem modesto, e não de TV aberta. A audiência começou com razoáveis (em termos de cabo) 2,5 milhões de pessoas - a maior da história do canal SpikeTV - mas, em menos de um mês, já tinha menos de um milhão. Vê-se que era um seriado caro, logo, esperava-se muito em termos de retorno.

A série tinha como protagonista o rapper Kirk Jones (ou "Sticky Fingaz", como gosta de ser chamado) no papel que foi de Wesley Snipes nos três filmes da série. Mesmo em fotos, você percebe que qualquer comparação já era impossível; na TV, Blade não passa de mais um mauricinho fazendo pose. Como se isso ainda fosse necessário na TV...

A franquia toda não é baseada em desenhos animados como a Warner (claro!) anuncia. Tudo começou em obscuros quadrinhos da Marvel, com a história de um caçador de vampiros inglês que é, ele mesmo, metade humano e metade vampiro. O personagem coadjuvante acaba de ganhar nova tentativa na editora, com o lançamento de sua revista própria.


It's Always Sunny in Philadelphia

This picture is hosted by ImageShackA série do FX americano estreou há pouco no FX daqui - ou seja, espere legendas horríveis, cores estouradas, episódios pulados, mudanças de horários, volumes desregulados e tudo mais que o "Novo FX: televisão para grandes enganos" puder fazer por você.

Felizmente, a matriz não é como a filial, e It's Always Sunny está longe de ser um engano. Na verdade, dada a escassez de boas comédias na TV atual, a série é um grande acerto. A premissa é simples e sugestiva, e o texto e as piadas são excelentes!

Charlie (Charlie Day, o irmão de Bosco em Third Watch), Dennis (Glenn Howerton, de That '80s Show e ER) e Mac (Rob McElhenney, que é o criador da série) são três amigos donos de um bar que não dá grana, mas têm de levar um dia depois do outro assim mesmo. O que eles fazem o tempo todo, então, é arranjar promoção pro bar, criar formas "alternativas" de descolar um troco e lidar com as dificuldades daquela fase pré-30 e com a obsessão por encontrar alguém na vida. A irmã de Dennis, Dee (Kaitlin Olson), é a garçonete e completa o quarteto como a mais ajuizada por ali.

This picture is hosted by ImageShackA série começa agradando por conta de sua abertura retrô muito fiel. Música, caracteres, planos, tudo é tirado daquela estética "certinha" do fim dos anos 70. Mas o conteúdo da série é outra coisa... Os próprios personagens parecem reviver hoje os anos 70, com roupas meio estranhas e cabelões, mas numa versão bem mais barra-pesada. Como quase toda boa comédia atual (Two And a Half Men, Arrested Development, Family Guy, The Office, Weeds), essa também tem um pé (ou os dois) no politicamente incorreto e em situações do mundo real, e faz muito bem em ser assim. Não há problema pra eles em abordar racismo, homofobia, câncer, aborto e o que vier. Já foram feitas comparações com Friends, mas quem a comparou a South Park ou a uma Seinfeld ainda mais ácida provavelmente chegou mais perto.

Os três atores principais são também os escritores da comédia, que esteve bem perto do cancelamento logo após sua curta primeira temporada. Acontece que o FX é um canal a cabo pequeno, nos EUA, e tinha de decidir quem continuaria no ar entre duas estreantes. A série Starved vinha com um problema com parte do público e acabou levando a pior. Aliás, Sunny começou agora por aqui, mas já está em sua segunda temporada nos EUA. O primeiro capítulo é de mais de um ano atrás. A segunda temporada já conta com Danny DeVito como ator fixo. O FX acaba de renovar a série para mais 15 episódios em uma terceira temporada.


Psych

This picture is hosted by ImageShackShawn Spencer (James Roday) é filho de um policial e cresceu desenvolvendo a finíssima arte da dedução por observação. Um dia, ele é acusado de um crime e usa suas habilidades para provar que não era o culpado, mas percebe que ninguém acreditaria no quão esperto ele é. Shawn então consegue enrolar a polícia com um papo de que é vidente, se livra da acusação e convence seu amigo Gus (Dulé Hill, de The West Wing), um covardão representante de laboratório, a ganhar dinheiro abrindo uma empresa de investigações, a Psych Investigations. Calha de Gus ser ainda um "grande conhecedor" em um monte de assuntos.

Verdade seja dita, a série é divertida, mas ainda não vale o bafafá que o Universal Channel criou para estreá-la no Brasil há um mês. Os dois protagonistas são muito engraçados e estão corretos nas suas atuações, mas o estoque do que os personagens podem fazer, até agora, mostrou-se meio limitado não apenas aos dois como à própria longevidade da série.This picture is hosted by ImageShack Mesmo assim, depois de uma primeira temporada com só oito episódios, 16 adicionais já foram encomendados para uma segunda temporada que começa em janeiro lá fora.

Há algo de Will Ferrell nas palhaçadas de Shawn para enganar a polícia, os investigados e todo mundo que passar pela frente, e isso por si só já vale uma conferida na série. Mas, depois de alguns episódios, começa a parecer aquelas antigas séries policiais "descontraídas", como Esquadrão Classe A, A Supermáquina ou até Scooby Doo - e aquele eterno repeteco só era mesmo engraçado quando tínhamos 10 anos...

Psych marca a (alegada) primeira vez em que um escritor de TV também compõe e canta a música-tema de sua série. Especialmente escrita para a abertura, a música I Know, You Know foi gravada pelos Friendly Indians, banda da qual o criador de Psych, Steve Franks, é vocalista há anos. Baixe aqui a alegrinha faixa de abertura, com seu parco minuto de duração.


The Class

Um grupo de oito pessoas que foram colegas de primário há 20 anos se reúne na festa de casamento de um deles, depois desse tempo todo sem se encontrar. Suas vidas atuais começam a se enroscar umas com as outras de novo e, claro, vai acontecer aquela velha história de competir a respeito de quem foi mais bem-sucedido.

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A comédia da CBS está marcada para estrear em breve também no Brasil, mas não anda bem das pernas lá em sua própria casa. Desde a estréia, a audiência vem só diminuindo e nem a estratégia da rede de entregar o primeiro capítulo adiantado pros felizes proprietários de um TiVo deu certo - Smith que o diga, depois de passar pela mesma situação. The Class ainda não foi cancelada e até ganhou uma nova encomenda de episódios, mas a coisa não parece boa pro futuro da série.

No elenco, Andrea Anders (a bela vizinha de Joey) e Lizzy Caplan (recém-saída da bomba Related e com passagens por Freaks & Geeks e Smallville) são as mais experientes em TV. Jason Ritter, filho do saudoso John Ritter e ex-coadjuvante de Joan of Arcadia, é o carinha que vai se casar.This picture is hosted by ImageShack Mas Jon Bernthal, Heather Goldenhersh, David Keith, Sean Maguire, Lucy Punch e Sam Harris vieram todos de algumas poucas pontas em séries maiores ou menores, com quase nenhuma experiência. E Jesse Tyler Ferguson, esse sim é um estreante. Em alguns episódios, a série ainda ganhou o reforço da já bem familiar Sara Gilbert, a gêmea feinha de Twins (também com grandes atuações em Roseanne e ER).

O ponto positivo que virou grande problema de uns tempos pra cá é o selo que diz "Dos mesmos produtores de Friends" - e nem são "os mesmos", apenas David Crane. Convenhamos, Friends era bacaninha, mas as histórias sempre foram irreais e só os personagens é que eram carismáticos e bem construídos. Depois que eles saíram do ar, nada "dos mesmos produtores" foi pra frente. Joey só durou duas temporadas pelo prestígio de Matt LeBlanc, e não por qualidades da série, e Related (de Marta Kauffman) emplacou sua choradeira por menos de uma temporada.


In Justice

A coisa anda tão preta para a TV americana que essa série foi transmitida no começo do ano pela ABC, já foi cancelada faz tempo e o canal Sony ainda assim pretende estreá-la no Brasil em breve. Foram só 13 episódios produzidos.

This picture is hosted by ImageShackAs grandes atrações em termos de elenco eram o velho Kyle MacLachlan (logo antes de entrar em definitivo para Desperate Housewives), as bonitonas Constance Zimmer (Good Morning Miami) e Marisol Nichols e mais dois galãs pras meninas: Jason O'Mara (o astro da ótima e extinta The Agency) e Daniel Cosgrove (o Matt de Beverly Hills 90210).

O'Mara, em entrevista, tentou definir a série: "não é um programa sobre trâmites judiciais, não traz dramas centrados em personagens, não fala de agentes da lei e não lida com policiais em ação. Mas é também isso tudo ao mesmo tempo."

Resumindo a não-definição do ator: a série fala sobre libertar pessoas que estão presas injustamente, daí o trocadilho de seu título. O personagem de MacLachlan é um figurão da política que resolve criar um órgão do governo destinado especialmente a essa finalidade. Seu braço direito é o personagem de O'Mara, um ex-policial encarregado do trabalho de campo. Os dois contam com o apoio de três assessores.

Apesar dos nomes parecidos, não é o caso de confundir com a série logo abaixo...


Justice

This picture is hosted by ImageShackJustice é mais uma que anda mal das pernas em termos de audiência, a grande heroína ou vilã de qualquer programa. Mas a Fox americana parece pôr fé na série e encomendou novos roteiros para avaliação, ainda em "fase de testes". Não é à tôa: trata-se de mais uma produção de Jerry Bruckheimer, atual garoto de ouro da TV e responsável pelo sucesso das três CSI, dos dramas legais Cold Case, Close To Home e Without a Trace, dos três filmes Piratas do Caribe e de mais um monte de blockbusters cinematográficos.

Aliás, pelo próprio nome, já dá pra sacar que Justice também segue a trilha do drama legal. Victor Garber (o pai da agente Sydney Bristow em Alias) comanda um escritório de advogados que foram escolhidos a dedo para formar um time de estrelas a fim de atuar em casos-estrelas. Sabe aquele julgamento que está em todos os jornais por um mês? E aquele julgado de que todos desconfiam que seja mesmo culpado? Ou quem sabe políticos corruptos até a raiz dos cabelos? São os casos que a TNT&G escolhe.

Junto a Garber estão Kerr Smith (de Dawson's Creek), Rebecca Mader (a bela Grace de Love Monkey) e Eamonn Walker (dos episódios africanos de ER). No fim de cada episódio, é mostrada ao espectador a verdade sobre o que aconteceu realmente naquele caso - não importando se o réu saiu culpado ou inocente, o que deixa pra gente a "lição" de que a firma de advogados pode muito bem enganar todo mundo, às vezes. Sendo assim, a Fox e Bruckheimer provavelmente vão tentar criar uma nova turma de "vilões que adoramos odiar", variando um pouco o heroísmo de suas séries até hoje.

Vamos ver se a Warner nacional dá mais sorte nessa, já que outras séries canceladas anunciadas pelo canal só vão se repetir e repetir até lá para fevereiro do ano que vem. O mais engraçado é saber que o SBT comprou as mesmas séries em terceira mão e pretende exibi-las (dubladas, claro) com ainda mais estardalhaço que o canal a cabo. Mas, como o SBT é TV aberta, a gente não comenta muito, porque vale tudo por ali...


Reno 911!

This picture is hosted by ImageShackEssa aqui é notícia antiga lá fora, pois já está em sua quarta temporada, mas acaba de estrear no FX daqui.

Reno 911! é uma comédia destrambelhada sobre policiais (loucos) filmada como um documentário, no estilo atualmente conhecido como "mockumentary" (uma boa tradução para mock seria "zoar"). O resultado é uma mistura de vídeo policial verdadeiro, daqueles péssimos que você vê (eu não, imagina!) no Universal Channel, com a insanidade que é The Office.

This picture is hosted by ImageShackO departamento liderado pelo másculo tenente Jim Dangle (que você vê ao lado, em toda a sua glória) tenta manter a ordem nas ruas tendo em suas fileiras uma ex-stripper, um desequilibrado mental que ainda por cima é hipocondríaco, uma policial misteriosa e "quase eficiente", um conquistador à moda antiga cheio de soul, um autêntico "Earl" completamente tapado e ainda outros tipos notáveis, capazes de tudo quanto é incorreção política que você possa imaginar.

A maioria dos atores já esteve junta em outros trabalhos, mas dezenas de outros passam às vezes quase anônimos pela série. A improvisação de diálogos é constante e o reaproveitamento dos atores principais em cena é descarado - e muitas vezes aumenta em muito a graça da investigação. A série reveza boas piadas com tiradas fáceis demais, momentos teatrais meio bobos e personagens loucos à moda de Loucademia de Polícia. Não é ruim, mas está longe do indispensável até o momento.


Jericho

This picture is hosted by ImageShackÉ curioso que uma série que vem tanto fazendo sucesso lá fora ainda não tenha nem sido comprada no Brasil, enquanto tantas das que você viu e verá nessa Serial Frila já foram canceladas e mesmo assim têm estréia marcada aqui. Jericho já foi inclusive agraciada com uma temporada completa nos EUA, devido ao arraso promovido nas semanas posteriores à sua estréia, e mesmo depois de ter se estabilizado fora do Top 20.

A série traz o nome de uma cidadezinha no Kansas que fica isolada depois que uma série de ataques nucleares terroristas nas cidades de Denver (Colorado), Atlanta (Georgia) e outras grandes cidades americanas. Logo antes do bombardeio, o filho pródigo Jake Green (vivido por Skeet Ulrich, de Pânico e Melhor É Impossível) retornara à cidade, e agora se vê impossibilitado de voltar à civilização e alçado à posição de herói involuntário local.This picture is hosted by ImageShack Ainda não está claro se a série se passa num futuro semi-apocalíptico ou em uma versão alternativa dos dias de hoje.

Um dos grandes atrativos da série é que o espectador fica de certa forma preso na cidade junto com os habitantes, recebendo apenas fragmentos desconexos de informação. Meio que lembra Lost, não?

No elenco, ainda estão as gatas Ashley Scott (de Birds of Prey e aquela que teria sido a vizinha de Joey no lugar de Andrea Anders) e Shoshannah Stern, a namorada de Silas em Weeds. Shoshannah, aliás, é mesmo deficiente auditiva, ótima atriz e... branca, apesar do nome, hehe.


The Nine

Cinqüenta e duas horas de seqüestro em um banco, durante um assalto. Um monte de circunstâncias estranhas ligam para sempre as vidas de nove das pessoas envolvidas. Cada capítulo revela 10 minutos do seqüestro e traz os reflexos atuais dos acontecimentos em um ou mais integrantes desse grupo. Há algo que eles escondem, mas todos alegam não lembrar direito o que aconteceu, quem foi o culpado de quê ou como transcorreram aqueles quase dois dias de tensão.

Mais uma vez: não guarda certo parentesco com Lost? Um acontecimento misterioso, personagens ligados, passados sombrios, narrativa com flashbacks...

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A série é prometida para as quartas-feiras do canal Warner brasileiro, e - ainda bem para eles - é uma das que ainda não foram canceladas. Esteve em perigo há pouco, mas a crítica foi gentil e a ABC acaba de encomendar mais roteiros da série para análise. Se se mostrarem viáveis, novos capítulos são produzidos, a trama é mexida pra atrair audiência e quem sabe chegamos a uma temporada completa.

Os nomes mais familiares do elenco são Scott Wolf (Party of Five e Everwood), Tim Daly (Wings, Storm of The Century, Eyes), Kim Raver (a Audrey de 24 e a Kim de Third Watch) e Chi McBride (Boston Public e House).


Til Death

This picture is hosted by ImageShackO joão-bobo-gigantesco Robert Barone de Everybody Loves Raymond agora tem sua própria série. Ou melhor, "agora tinha"; ou talvez ainda terá. Quem sabe o que ocorre com uma série que começa, é tirada do ar por "descontentamento criativo" e se coloca quase que voluntariamente no limbo? Novos roteiros estão sendo desenvolvidos, mas...

Não se sabe ainda o que vai ser de Til Death, estrelada por Brad Garrett e Joely Fisher (a Nina de Desperate Housewives), mas a audiência também não gostou nada das famílias Stamm e Woodcock nas poucas semanas em que a série ficou em cartaz. Um dos principais problemas enfrentados por eles foi o sucesso estrondoso de Ugly Betty (veja mais abaixo), concorrente direta em seu horário.

O enredo compara as vidas de dois casais. Um está junto há tanto tempo que só sabe quebrar o pau, e o outro, recém-casado, se torna vizinho do primeiro e ainda está naquela fase toda melosa. O casal mais novinho é interpretado por Eddie Kaye Thomas (mais conhecido como o Paul Finch de American Pie que por qualquer outro trabalho) e Kat Foster (em sua estréia num grande papel).


Ugly Betty

This picture is hosted by ImageShackPois é... Betty, a Feia ganhou uma versão arrumadinha para a TV americana. Se, com a produção original incrivelmente tosca da TV colombiana, ela conseguiu fazer sucesso até nas comunidades hispânicas dos EUA, não é de se estranhar que Ugly Betty tenha atraído 16 milhões de americanos em sua estréia.

A propósito, acima de Heroes, The Nine, Studio 60 e outras mais e menos cotadas, Ugly Betty foi apontada pelo índice de audiência Nielsen como a série nova mais assistida da temporada! A ABC ficou tão feliz que já deu temporada completa para a estreante.

Segundo Michael Ausiello, colunista do TV Guide, cada episódio é melhor que o outro. Parece que a série teria tudo para não apenas segurar de vez esse público inicial, como também para conquistar aqueles que ficaram curiosos com a "conversa de bebedouro" do dia seguinte. A média de espectadores tem ficado na casa dos 15 milhões, em primeiro lugar no seu horário.

America Ferrera interpreta a protagonista feiosa Betty Suarez, que sonha em trabalhar com moda e consegue o cargo de assistente do editor em uma revista badalada. Parece que, na trama original, existe a surradíssima história do patinho feio que vira cisne, é fato? Enquanto as "Bettys" anteriores conseguiram sair do casulo numa boa, garanto que vai ser bem difícil fazer America Ferrera virar cisne...

This picture is hosted by ImageShackSalma Hayek, que é produtora-executiva da série, já confirmou que vai aparecer em pelo menos um arco de episódios em breve. Outros rostos (pouco) conhecidos são Alan Dale (o Caleb, de The OC, e o Vice-Presidente Prescott em 24) e... mais alguém? Ah, a "empregada portuguesa" de Old Christine, Ana Ortiz, tem um papel fixo em Ugly Betty.

Bem, falem o que quiserem... Claro que eu vou assistir ao começo quando isso chegar ao Brasil, mas vai ser bem difícil superar o clima de novela vagabunda que vem atrelado à série. "Novela vagabunda" não é um pleonasmo?


Falcon Beach

Ah, cara... É daquelas séries que é melhor nem comentar... Se a principal comparação é com The OC e a premissa é a de um grupo de adolescentes ricos com seus grandes problemas, morando à beira da praia e "procurando emoções", já dá pra sacar de longe o que vem, né?


Runaway

A péssima audiência já levou ao cancelamento da série, centrada numa família cujo patriarca é erroneamente acusado de homicídio.

Por outro lado, não há muito o que se estranhar. O novo canal americano CW - que nasceu da união dos nanicos Warner e UPN - só havia encomendado duas séries totalmente novas. Todo o restante da programação fora herdado dos canais originais. Enquanto Runaway não durou nem um mês no ar, o CW escolheu investir em The Game, a outra estreante.

O produtor da nova série era Darren Star (Sex And The City, Beverly Hills 90210), e o elenco contava com Donnie Wahlberg (de Jogos Mortais II e III) e Leslie Hope (a Teri Bauer de 24) como grandes atrações.


Brotherhood

This picture is hosted by ImageShackEstreada há pouco no FX nacional e no canal Showtime americano, Brotherhood fala de dois irmãos de origem irlandesa vivendo de maneiras bem diferentes nos Estados Unidos. Apesar de os dois, em teoria, pertecerem a mundos constantemente conflituosos (a lei e o crime), eles estão dispostos a apoiar um ao outro haja o que houver.

Jason Isaacs interpreta Michael Caffee, um criminoso que resolveu sumir de vista durante sete anos e agora retorna para reassumir os negócios da máfia irlandesa nas vizinhanças. Enquanto isso, seu irmão Tommy (Jason Clarke) se transformou num político local bastante influente, está casado e tem duas meninas, mas não hesita em atropelar algumas leis. Para ajudar Michael em seu "reestabelecimento", Tommy pretende usar sua influência política, mas às vezes a situação vai ficar bem feia para algum dos dois lados.

Completam o clã a mãe Rose Caffee (Fionnula Flanagan), a esposa de Tommy, Eileen (Annabeth Gish, de Arquivo X e The West Wing) e ainda a irmã Mary Kate e seu marido. E é claro que os parceiros de crimes de Michael também reaparecem, ainda que em condições bem diferentes de sete anos atrás, assim como um policial que investiga os Caffee.

Mesmo com apenas 11 episódios na primeira temporada (lembrando que o Showtime é canal a cabo), a série acaba de ganhar sua segunda temporada para 2007. O curioso é que a crítica adorou Brotherhood, mas a audiência nunca chega a um milhão de espectadores. Foi o suficiente para justificar os 10 episódios a mais. Cabo é outra coisa...

***

Ok, essa foi só a parte 1. Ainda há muito o que se falar de estréias, e espero que saia tudo ainda esta semana. Quanto às reestréias, eu disse que elas ficariam de fora, mas vamos dar só uma geral.

This picture is hosted by ImageShackAlém de Lost, cujas novidades você pode acompanhar nas Lostícias de um certo blog à parte, eu só assisti à segunda temporada de Weeds. Grey's Anatomy vem disputando o primeiro lugar da semana com CSI; Desperate Housewives foi bem recebida para uma "temporada de reconciliação com a audiência"; um monte de gente ganhou renovação; CSI: Miami (em ótima fase) e CSI: New York também continuam entre as dez mais; ER ganhou um fôlego meio inesperado; e Two and a Half Men ainda é a comédia de meia-hora mais assistida nos EUA, com Charlie Sheen agora faturando na casa de 300 mil doletas por episódio.

Sobre Weeds, que eu pude ver, ela acaba de reestrear também no Brasil, logo quando termina nos EUA. Mas isso não é necessariamente um mau sinal. A continuação foi curta mesmo, com apenas 12 episódios, condizente com os 10 da anterior. Dá pra dizer que a série não apenas retoma exatamente do momento em que foi interrompida (Nancy na frente do espelho, com o casaco da DEA), mas também a história fica cada vez melhor. Sinceramente, gostei da primeira temporada (e da demolição que ela promovia), mas o excesso de sordidez incomodava. Engraçada, sim, porém com um grau de cinismo que fazia lembrar uma Nip/Tuck da comédia.

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Agora, nesse começo da segunda temporada, a história relaxa um bocado, fica ainda mais engraçada e... Bem, o primeiro capítulo é bem legal, mas o segundo é de passar mal. A feira da maconha, a reinterpretação da Torá e um final que pode mudar todo o rumo da série foram os pontos altos. Assista a esse segundo capítulo e veja se não vale a pena acompanhar a temporada toda.

Uma curiosidade: a musiquinha Little Boxes, originalmente de Malvina Reynolds, agora vem interpretada em cada episódio por um pessoal diferente. Temos Elvis Costello (201), Death Cab for Cutie (202), Engelbert Humperdinck (203), Kate e Anna McGarrigle (204, em francês), uma orquestra (205), Aidan Hawken (206), Ozomatli (207), The Submarines (208), Tim DeLaughter (209) e Regina Spektor (210). Não sou muito fã da original, mas algumas dessas versões ficaram ótimas! This picture is hosted by ImageShack

12 outubro 2006

EuTubo. CeTuba?

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Pois é, mesmo que "everybody tubes... sometimes", eu vinha evitando cair no lugar-comum e fazer uma coluna que fosse completamente dependente dos vídeos do grande YouTube. É tão fácil que todo mundo já teve essa idéia e já fez algo do gênero...

Aí, tendo em vista a recente aquisição do serviço pela Google (em tempo: pela EMPRESA chamada Google, e não "pelo" Google), que já representa futuro incerto, e os diversos problemas legais que se aproximam a cada dia do serviço recém-adquirido, entrei na onda do "deixa disso e faz logo antes que seja tarde". A minha surpresa foi entrar em alguns dos endereços para vídeos que eu já vinha colecionando com cuidado e descobrir que muitos deles já tinham sido removidos por quebra de copyright. Portanto, se algum dos vídeos abaixo vier a desaparecer, o leitor já fica avisado. Mas não se deixe abater: vá lá no YouTube e procure pelo nome, que alguém já vai ter reposto o vídeo.

Vamos abrir com um clássico: a secretária eletrônica de George Costanza em Seinfeld. Um dos momentos mais iluminados de uma série invariavelmente genial.



A música que George Costanza (nunca "Constanza") usou se chama Believe It or Not, de Joey Scarbury. Era o tema do antigo seriado de TV The Greatest American Hero (O Super-Herói Americano, no Brasil). A fantástica letra de George diz: "Acredite ou não, George não está em casa. Por favor, deixe uma mensagem depois do bip. Eu devo ter saído, senão atenderia o telefone. Onde eu posso estar? Acredite ou não, não estou em casa". Destruidor de tão tosco.

Já que entramos mais essa vez no tema "músicas e séries", vamos a uma curiosidade. O pessoal que assiste às boas coisas do Universal Channel (como House, Psych, Monk, Law & Order: Special Victims Unit, Crossing Jordan, The 4400 e tantas mais) já deve ter visto uma propaganda institucional do canal com cenas de todas essas séries. É uma colagem comprida, com edição rápida e uma música bacanaça tocando por cima. O nome dessa música é Blood e ela é tocada pelos Editors, uma das bandas indies mais legais (e menos conhecidas) das safras mais recentes. O trecho que você ouve no comercial é o riff de abertura da faixa e o último verso, "If there's hope in your heart (...)". Veja abaixo o clipe dessa música e confira se é ela mesma que você vem procurando.



Um pouco mais? Ok, ok. Vamos a outro comercial de séries que fez uso de uma música excelente. O comercial em questão é de uma série que eu adoro, The L Word - entendo quem desce o cacete nela, mas eu gosto bastante. A estrela da propaganda é uma das personagens de TV mais cool de todos os tempos, Shane McCutcheon (Katherine 'Kate' Moennig), ao som de Brother, da banda feminina The Organ.

Shane entra em um bar, meio "alheia-de-propósito" ao fato de que todas as outras mulheres a devoram com os olhos, e então aparece aos malhos com a fantástica Carmen (Sarah Shahi). As duas beldades se conheceram justamente quando o Organ fez uma participação especial na série, gravando um clipe fictício de Brother numa igreja, e ambas trabalhavam nos bastidores da gravação. O comercial é todo intercalado por cenas desse episódio, com a própria banda tocando. Parece que a Warner tirou essa propaganda do ar há pouco tempo pra colocar alguma outra coisa cheia de erros grosseiros (claro...).

Abaixo, você vê o clipe original. É curioso que essas duas faixas seguidas (a anterior e essa agora) tenham um "grau de parentesco" próximo, que provavelmente começa no Joy Division, passa pelo Cure e vem bater no ilustre Interpol dos dias de hoje.



Agora, mudando radicalmente de assunto. Dificilmente eu falo de desenhos animados adultos em alguma Serial Frila, né? Infelizmente, ainda é meio difícil pras pessoas entenderem esse conceito. Quando se diz "adulto", pensam logo que o desenho é recheado de sacanagem... Não sabem esses preconceituosos o que estão perdendo em termos de tiradas inteligentes e temáticas mais sérias, com uma pegada bem mais pesada e realista que o de costume, sem precisar necessariamente de um denominador comum tão rasteiro quanto piadinhas sexuais duvidosas de Zorra Total.

Vamos a um bom exemplo de desenho a que você deveria assistir com mais freqüência: Family Guy. A abertura do episódio "PTV" é daquelas que mal nasceu (foi exibido há menos de um ano nos EUA) e já entrou pra História dos desenhos animados. Especialmente pra esse episódio, substituíram a abertura tradicional por um esquete misturando o bebê Stewie Griffin com Osama Bin Laden, uma galinha de borracha, a abertura de Corra Que a Polícia Vem Aí, uma "participação especial amarela", o jogo Doom, uma cena de O Iluminado e mais um tanto de coisa.

Pra não ficar só na abertura, recomendo ver o episódio completo; é sem dúvida um dos melhores de Family Guy até hoje! Peter Griffin fica revoltado com a censura imposta pela Federal Communications Commission (FCC) à programação de TV e resolve fundar seu próprio canal, a PTV - e aí entra tudo o que você possa pensar, incluindo a tal da sacanagem. Mas, pra ficarmos nos vídeos de pouca duração, vamos dar o gostinho do episódio só com a abertura mesmo.


(Update: o vídeo foi removido e não tem mais como encontrá-lo em nenhum serviço da internet. Pena!)


Se o momento é de cenas históricas, vamos abordar um programa que está no ar há mais de 30 anos. Faz tempo que o Saturday Night Live não presta pra quase nada. Então, pra mostrar um dos derradeiros momentos realmente hilários do velho SNL, e pra matar as saudades de um quadro que entrou em definitivo para o imaginário coletivo pop... Com vocês... "More cowbell!"


(Update: o vídeo foi removido há tempos e não tem mais como encontrá-lo em nenhum serviço da internet. Pena!)


Com Will Ferrell no papel de um músico hippie barrigudo sem muita noção do que deve fazer e Christopher Walken, do alto de sua ótima canastrice, soltando uma fala afetada atrás da outra ("I got a fever, and the only prescription is... more cowbell!"), não podia dar outra. Um clássico! É bom informar que a banda Blue Öyster Cult existe até hoje, a música Don't Fear The Reaper é real (já foi até usada em Supernatural) e realmente tem um cowbell de fundo. Mas Gene Frenkle, o "cowbelleiro", é criação do SNL. Ah, e o produtor vivido por Walken tem o mesmo nome do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, mas é outra pessoa - que também existiu (ou ainda existe, sei lá). E ainda: procure por aí uma apresentação do Queens of The Stone Age numa edição do SNL em que Will Ferrell era o apresentador. O doido aparece no meio da música relembrando o quadro.

Falando em programa que não presta mais, que tal uma pequena raridade? Em Grey's Anatomy, o melhor episódio da série - e, ao mesmo tempo, aquele que marcou seu declínio - trouxe o famoso sonho de George, em que ele ia pro chuveiro com suas três colegas lascivas e então acordava no auge (alguém aí disse "clichê"?). Para promover a série nos intervalos de sua programação, a ABC gravou uma variação desse sonho em que a "Nazista" Bailey fantasiava com um banho em companhia de 'Chief' Webber, Derek 'McDreamy' Shepherd e Preston Burke. A paródia acabou ficando melhor do que a série é hoje! Resta saber quais as razões da Disney para mandar tirar uma propaganda de (quase) todos os sites de vídeo. O objetivo não é espalhar??


Melhor fez Will & Grace, que caminhava para um destino lamentável e saiu de campo enquanto ainda dava ibope. Até mesmo o último capítulo teve seus bons momentos, como quando Jack e Karen interpretaram ao vivo a auto-homenagem Unforgettable.



Parece que não tem como escapar da música... Sendo assim, mais uma raridade, mas dessa vez é pra xingar. Afinal, trata-se da versão completa de Smelly Cat, o carro-chefe do repertório da Phoebe Buffay, de Friends. Só que nisso aqui tanto o áudio quanto o vídeo (quanto a letra, o figurino, a interpretação e tudo mais que você possa pensar) são simplesmente pavorosos!



No terreno do pavoroso, lembrei de uma coisa assustadora: "Ava is a man!" Infelizmente, nenhum site de vídeos tem esse trecho de Nip/Tuck pra eu mostrar aqui, mas essa fala sozinha me perturbou tanto que depois dela ficou mais difícil até assistir X-Men (o terceiro filme, então...). Dá um jeito de assistir à segunda temporada da série (em DVD ou arquivo) e veja do que estou falando...

Assim como Nip/Tuck, também Arrested Development, Two and a Half Men e outras boas séries não contam (neste momento!) com seqüências legais pra gente postar aqui, seja por problemas de copyright ou pelo fato de ninguém ter pensado em postar algumas coisas. Vamos esperar que uma próxima coluna desse tipo seja possível, se esses sites de vídeos não acabarem por conta da babaquice de executivos.

Deixo o leitor com um daqueles momentos que dispensam grandes comentários. Apenas o contexto já te serve: terceira temporada de 24. Kim Bauer encontra a fugitiva Nina Myers e a põe na mira. Seria uma bela desculpa para acabar com a raça de Nina, que matou a mãe de Kim na primeira temporada. Mas Jack Bauer intervém, derruba Nina e manda Kim sair da sala. O que se segue é...

- You don't have any more useful information to you, Nina.
- I do!
- (...) No, you don't.

(boom, boom, boom)

E fim de papo. Com Jack, funciona é assim. This picture is hosted by ImageShack