Serial Frila: novembro 2006

27 novembro 2006

Ressucitação com acidente cerebral

This picture is hosted by ImageShackTem-se falado muito no surpreendente reerguimento da velha série de TV ER nos Estados Unidos, algo que parece um pequeno milagre, considerando que estamos entrando na 13ª temporada. Agora que três novos capítulos já foram exibidos no Brasil, qualquer fã percebe que a dita ressurreição não é assim tão surpreendente e aconteceu de caso muito bem pensado - e provavelmente custará à série a "humanização" por que veio passando nos últimos anos, aos trancos e barrancos.

Falamos da antiga discussão que sempre existiu entre a atração comercial e a liberdade criativa, seja na música, no cinema, nos quadrinhos ou em qualquer outra forma de entretenimento de massa. No caso de ER, o espectador notou que tudo o que estava "errado" ou que era "feio" ou inconveniente foi consertado de alguma forma, em três ou quatro capítulos? Agora, é tudo só alegria! Conseqüências do horrível tiroteio no fim da temporada anterior? Quase nada, a não ser a "parte boa"!

A gravidez de Abby e Luka era de risco, mas ela e o bebê já estão bem - drama só pra ocupar capítulos e resultado com família feliz. A louca mãe dela aparece de novo, mas só ajuda e vai embora sem atrapalhar. Kerry Weaver carregava uma deficiência física desde sua primeira aparição há doze anos e, de repente, por uma cirurgia milagrosa, não manca mais.This picture is hosted by ImageShack O caso do problemático Dr. Victor Clemente foi resolvido praticamente sem perturbação, e ainda reinserindo Weaver no cotidiano do PS. O problemático ex-marido de Sam está finalmente fora do caminho - e ela mesma o matou friamente, mas nada de ruim aconteceu com a enfermeira. O casamento estupidamente mal-arrumado entre Neela e Gallant foi "resolvido" com a morte dele, e então, do nada, ela arruma um paramédico bonitão logo em seguida - prova de que a trama anterior era mesmo furada até pros escritores. Morris é um cara chatíssimo, mas um personagem de certo carisma, e deram jeito de ele retornar ao pronto-socorro sem turbulência. Até o balconista Jerry, atingido "por encomenda", está vivo e bem, mas deve sair de ER em algum momento para participar de Men in Trees, onde Abraham Benrubi já tem um personagem fixo. Isso tudo ao mesmo tempo e sem falar nos pulos de semanas (indicados na tela), que permitem ao espectador não precisar lidar com as "partes ruins"...

This picture is hosted by ImageShackCom tudo isso, a série passa a reunir um monte de gente "bonitinha" no ambiente "perfeitinho" de um hospital-Disneylândia, e tenta desfazer a imagem de dramalhão que vinha construindo nos últimos anos de maneira bastante honesta, ao dinamizar o hospital e conferir profundidade à vida dos personagens. Não é à tôa, por exemplo, que os produtores já avisaram que o Dr. John Carter, o personagem mais tradicional da série, vivido por Noah Wyle, não terá episódios na África durante esta temporada. Aquela história séria de vida real e conscientização tem de ficar pra trás...

Nem mesmo os longínquos primeiros capítulos da série, carregados de "drama glamuroso", chegaram a esse grau de prostituição em nome da descomplicação geral. A enfermeira linda que tenta o suicídio por amor (Julianna Margulies), o médico bonitão que a salva (George Clooney), o chefe correto (William H. Macy) que passa a bandeira para o outro chefe correto (Anthony Edwards), o estudante-galã inseguro que rala, mas se dá muito bem (Carter), tudo isso sempre caminhou para o lado complicado e fez a fama da série, que então explodiu para o mundo como "inovadora" - inclusive no Brasil, com o patético nome de Plantão Médico.

Depois de umas duas temporadas realmente muito enfadonhas há algum tempo, ER vinha no caminho de uma reabilitação digna. Os últimos anos consolidaram alguns personagens e buscaram mais estabilidade nas tramas, mais seriedade de roteiro. Então, quando tudo parecia entrar nos eixos lentamente, alguém "lá de cima" resolveu que não ia mais esperar os resultados e enfiou o desfibrilador no peito da narrativa. Saiu-se com esse monte de soluções "de bolso" para tornar a série um novo atrativo para adolescentes ávidos por triângulos amorosos fáceis, alívios cômicos, tiradas pseudo-espertas (aumentaram muito!), personagens mais rasos e descomplicados e outros elementos de pura fotonovela.

This picture is hosted by ImageShackER passa a jogar para a platéia mais do que nunca. Agora, é só beijo, beleza, alegria e o draminha cotidiano que o povão noveleiro gosta ver, como já comprovou a enorme besteira Grey's Anatomy - principal responsável indireta por essa grande reformulação de ER, aliás. Nada de tramas pesadas, nada de tridimensionalidade, nada de verossimilhança; que venham a choradeira barata e um monte de gente bonitinha com eternos "problemões" adolescentes à moda de The OC. O único elemento que permaneceu quase intacto foi o elenco, que já vinha igual na maior parte. O papo furado de "injetar novos ares" aparece principalmente na forma do galã John Stamos e do "Dr. Robert 'Rocket' Romano cover", seja lá qual for seu nome. Ah, e o balconista-substituto é também mais um alívio cômico - obviamente desnecessário.

Até a antiga e altamente reconhecível trilha de abertura foi eliminada, também com vistas a mudar radicalmente a identidade da série - ainda que os produtores aleguem que ela "tomava tempo demais", mesmo depois de 12 temporadas sem perceberem isso. Parece que ainda não se decidiram por uma nova, já que agora é só um monte de barulhinhos sem graça. Por falar em música, o que foi aquela história de citar nominalmente um Sérgio Mendes da moda, ainda mais empurrando pela garganta do público e, em especial, dos adolescentes, aquela história tão falsa de "eu achava que era brega, mas esse novo disco é muito bacana"?? A propósito, o novo trabalho do quase-brasileiro é péssimo, mas ele vem sendo incensado por trabalhar com gente muito ruim que infelizmente está na moda. Não se engane fácil assim.

O esperado seria que os produtores continuassem no caminho em que vinham, e apenas se empenhassem em criar histórias mais inteligentes, como já vinha ocorrendo (fora mais um tiroteio no hospital). Ou então, dada a aproximação de alguns "funis" de personagens, tudo poderia ter descambado geral como em temporadas anteriores e precisaríamos de gente nova, mas no velho esquema. Havia ainda a possibilidade de continuarem pegando pesado naquela coisa toda de responsabilidade social e, quem sabe, partir para um caminho mais West Wing, de "patrimônio televisivo". E, claro, sempre há espaço para reformulações inteligentes que não precisam se basear num sucesso de audiência cuja identidade é bastante diferente. No fim, escolheram o lado fácil de uma quase cópia. Só que os fãs já têm uma bobagem irreal como entretenimento e não precisam de "Grey's Anatomy, volume II".


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Vamos ver como isso se desenrola, mas torcemos por uma recuperação integral da série como nós a conhecemos, sem seqüelas politicamente corretas, passagem pela UTI ou "Meu nome é ER e eu sou uma série prostituída".
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20 novembro 2006

F5 na TV (parte 3)

This picture is hosted by ImageShackAté que enfim, chegamos à terceira e última parte dessa cobertura das estréias. Foi tanta coisa que... Pode apostar que deu trabalho saber de cada uma, viu? Espero que o leitor já tenha visto a parte 1 e a parte 2 - ainda que não haja qualquer seqüência entre elas.

Ah, se os canais a cabo brasileiros tivessem tanto cuidado e tanta dedicação com as séries quanto nós, fãs, temos... O trabalho pago dos nossos canais fajutos não vale metade do trabalho gratuito que é feito internet afora. O que a gente vê todo dia na TV continua sendo a legendagem porca (relembrando: alguém é pago pra fazer isso!), as mudanças de horários sem aviso, espanhol como português, desrespeito à ordem dos capítulos, compras "espetaculares" de séries canceladas, falta de sincronia entre áudio e vídeo e atrasos de mais de um ano entre temporadas.

É provável que tudo isso continue como está, então não adianta reclamar com os tais canais que não estão nem aí. Vamos logo ao que interessa. Mais uma vez, é bom avisar que só estão aqui as estréias, sem as reestréias. A ordem é aleatória e todas as séries estrearam recentemente no Brasil ou nos EUA - e algumas em ambos.


Courting Alex

This picture is hosted by ImageShackJenna Elfman era a grande atração da antiga série Dharma & Greg. No auge, ela ainda co-estrelou no cinema os razoáveis Edtv e Keeping The Faith. Loura, alta, engraçada, lindíssima (e infelizmente adepta da cientologia), é um daqueles raros exemplos de profissional que junta a atração óbvia - mulher bonita sempre dá audiência - com a difícil competência pra fazer rir. Há pouco tempo, pôde ser vista numa ponta em Two And a Half Men e destruiu mais do que nunca.

Infelizmente, Courting Alex é só mais uma passagem fugaz da atriz pela TV. Pudera: a premissa é surrada, o desenvolvimento é previsível e o roteiro, cheio de piadas sem graça, nunca empolga.

Elfman é a advogada Alex Rose, que vive naquele velho esquema do "tão competente na profissão que se esqueceu da vida pessoal e ficou solteirona". Já viu isso, certo? Pois já viu também que ela vai ter amigos, vizinhos e colegas de trabalho que vão fazer de tudo pra reverter essa situação. O pai, inconformado, também vai interferir e empurrar algum candidato. O título se refere ao "cortejador" Stephen, interpretado por Josh Stamberg (Must Love Dogs, Kate & Leopold, Over There, Love Monkey), justamente o advogado famoso "escolhido" pelo pai dela (interpretado pelo nosso velho conhecido Dabney Coleman, de Tootsie, Stuart Little, You've Got Mail e mais uns trezentos papéis). Ou seja, tudo de acordo com o clichê.

De tão mal-recebida que foi a série, apenas oito dos 13 episódios produzidos foram exibidos nos EUA. O elenco ainda contava com Josh Randall (o amigão de Ed e um dos namorados de Elliot em Scrubs), Jillian Bach (com passagens por um monte de séries) e o inglês Hugh Bonneville (Notting Hill).


The Unit

This picture is hosted by ImageShackA série The Unit já é meio que notícia antiga, mas só porque estreou no Brasil um pouquinho antes das temporadas de Sony e Warner. Sua concorrência nos EUA é grande: House, Dancing With The Stars e Law & Order: Criminal Intent, além de Veronica Mars correndo por fora (e perigando na audiência exatamente por causa desse horário).

Longe, portanto, de ser "uma das séries mais assistidas da TV americana", como anuncia erroneamente a Fox brasileira (com 13 milhões de espectadores em tempos de reprises das séries regulares, hoje ela apenas belisca o Top 20), The Unit vem tendo boa aceitação e já conseguiu uma segunda temporada curta, depois de estrear com os habituais poucos capítulos de uma série de mid-season. Fica no mesmo patamar de Old Christine, por exemplo: série de relativo sucesso no horário regular que nasceu como tapa-buraco mid-season.

This picture is hosted by ImageShackO drama conta a história de uma força especial e secreta do governo, cujos membros têm de cumprir suas missões enquanto viajam pelo mundo carregando suas famílias e vidas pessoais. As grandes atrações em termos de elenco são, sem dúvida, Dennis Haysbert (que se eternizou como o canastraço Presidente Palmer de 24) e Scott Foley (mais famoso por Felicity e Scrubs). Haysbert é o comandante das missões, na pele do Sargento Blane, enquanto Foley é justamente o novato da companhia, Bob Brown. Os coadjuvantes contam com Robert Patrick (o agente Doggett de The X-Files e ninguém menos que o T-1000 de Terminator 2), Max Martini (o agente Goodrich de 24), Regina Taylor, Demore Barnes, Audrey Marie Anderson (Point Pleasant), Michael Irby e Abby Brammell.

Um dos pontos mais fortes de The Unit está atrás das câmeras. O criador da série é o premiado roteirista de cinema David Mamet (Hannibal, Ronin, Wag The Dog, The Untouchables, Glengary Glen Ross), que a concebeu a partir das pesquisas que fez para seu filme Spartan, sobre o seqüestro da filha de um alto oficial do governo americano. Se Mamet garante a inteligência dos roteiros, Shawn Ryan, produtor de The Shield e Angel, fica a cargo das ótimas cenas de ação.

É pena que uma grande série de ação como The Unit permaneça como série de mid-season. Provavelmente, se daria melhor que muita coisa recentemente cancelada e que ocupava horários nobres na TV americana "regular".

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Shark

Os dramas de tribunal andam em alta entre as séries americanas. Shark é mais um exemplo desse filão, mas com um detalhe que pode fazer a diferença: assim como em House, a série é mais centrada no profissional (lá é um médico; aqui, um advogado), em seus ideais, suas esquisitices, seu modo muito particular de trabalhar e suas táticas barra-pesada aprendidas com anos de cadeira. O caso em questão costuma ser uma "boa desculpa" pra isso tudo aflorar nos episódios.

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No papel principal está James Woods, que se sai muito bem em sua escolha por um papel forte na TV, ao invés de continuar amargando eternos coadjuvantes de luxo no cinema. Até porque Shark já ganhou ordem para uma primeira temporada completa, depois de conquistar mais de 14 milhões de americanos como uma das grandes estréias da estação, ao lado de Heroes, Ugly Betty e outras que já mencionamos.

Muito "coincidentemente" chamado Sebastian Stark (sendo que "shark" é uma gíria bem comum para "advogado" nos EUA), o personagem principal um dia descobre que seu trabalho como defensor de criminosos ricos traz mais miséria que felicidade ao mundo, e então decide mudar o rumo da carreira. Só que ele pretende manter sua bem-sucedida abordagem agressiva, agora como um promotor público que só atua em casos de alta responsabilidade. Nesse caminho, o experiente advogado vai, claro, chocar seus jovens colegas promotores o tempo todo, impressioná-los tanto para bem quanto para mal e "reeducá-los" ao introduzir sua pragmática "Filosofia dos Três Mandamentos" no nobre trabalho da promotoria.

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Nos papéis coadjuvantes estão as também já conhecidas Jeri Ryan (Boston Public, Star Trek: Voyager, The OC) e Sarah Carter (com pontas em um monte de séries, incluindo Smallville e Numb3rs). Samuel Page (Point Pleasant, American Dreams), Alexis Cruz (Touched By an Angel), Sophina Brown e Danielle Panabaker completam o elenco.

O piloto e o segundo episódio foram dirigidos por Spike Lee (enquanto concluía o ótimo Inside Man). Consta que James Woods, ao aceitar o papel, salvou Shark de um "cancelamento prévio" e vem levando a série nas costas, com atuações memoráveis a cada capítulo - o que mais uma vez lembra Hugh Laurie e a trajetória de House. Mas os fãs do ator não precisam se preocupar: "James Woods" vai continuar sendo também o nome do colégio e do bosque de Family Guy.


Dexter

This picture is hosted by ImageShackTaí uma série ainda meio desconhecida que vem recebendo recomendações efusivas de quem normalmente sabe do que está falando. E todos dizem o mesmo: "assista rápido!" Além de ler isso em diversos lugares, já fui aconselhado pessoalmente pelo menos duas vezes e estou para dar uma olhada assim que possível.

Pra assustar logo de pronto, a premissa chocante: Dexter Morgan é o nome do personagem principal, que poderia ser descrito como um serial killer sui generis. Quando criança, Dexter sofreu abusos, ficou seriamente traumatizado e provavelmente já vinha carregando algum componente genético meio hardcore. Adotado por um policial que soube reconhecer logo as tendências homicidas do garoto, Dexter cresceu aprendendo que, se não pode lutar contra sua natureza, deveria então utilizá-la para algo de bom.

Hoje, ele é um respeitado analista da polícia de Miami, especialista em rastrear sangue. É querido e considerado uma pessoa refinada e de hábitos particulares por aqueles que o cercam, geralmente visto apenas como "meio distante". Mas ninguém conhece o Dexter real e seus talentos inatos, que ele põe em prática com muito prazer em suas horas de folga. Suas vítimas serão exclusivamente os criminosos cruéis e irrecuperáveis que ele fica conhecendo em seu trabalho e que estão soltos por brechas na justiça, em especial outros serial killers. Não apenas Dexter intui rapidinho o modus operandi dos assassinos como também sabe eliminá-los com muita eficiência, sem deixar traços. E, claro, assim ele pode dar vazão ao seu verdadeiro eu e ser um psicopata mais feliz.

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Boa parte dos elogios tem ido para a atuação de Michael C. Hall, o protagonista, mais conhecido como o filho gay Dave Fisher em Six Feet Under. Dizem que o que mais impressiona é a distância que Hall soube construir entre Dave e Dexter, em especial pela narração em off que revela a forma de pensar um tanto perturbada do anti-herói.

A série também vem chamando a atenção por sua premissa inusitada, baseada no romance Darkly Dreaming Dexter, e pelo desenvolvimento surreal dos episódios. O restante do elenco é formado basicamente de rostos desconhecidos ou quase: Jennifer Carpenter (a exorcizada do filme The Exorcism of Emily Rose), Erik King (National Treasure, Oz), David Zayas (mais visto em Oz), Julie Benz (a Darla de Angel e Buffy), James Remar (North Shore, Blade: Trinity, Sex And The City) e Lauren Velez (Numb3rs, Oz), entre outros.

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Quem transmite Dexter lá fora é o canal a cabo Showtime, o mesmo que já nos legou Brotherhood, The L Word, Penn & Teller: Bullshit, Weeds, Masters of Horror e que quase comprou Arrested Development simplesmente para não deixar a série acabar. Só por isso a maioria das novidades do canal já sai ganhando pontos. Infelizmente, quem vai exibi-la no Brasil é o canal de alta "cualidade" FX. É uma notícia boa... mas muito ruim: significa que a série vai passar no Brasil, mas ninguém vai saber quando estréia, qual será seu horário (fixo?) na semana e qual será o teor de cada episódio, uma vez que as legendas do FX não falam português.

A primeira temporada de Dexter ainda está na metade, nos EUA, e teve só 12 capítulos. Mas o Showtime gostou tanto que já encomendou 12 novos episódios para compôr uma segunda temporada antes do meio do próximo ano.


Top Chef

This picture is hosted by ImageShackThe Restaurant, Hell's Kitchen, um bando de gente sem muito o que dizer, tentativas de se descobrir quem cozinha melhor que o outro... Isso tudo não parece sempre igual? Pois é, é mesmo sempre igual, como todo reality show que se (des)preze. Que falta faz um roteiro cheio de ficção e mirabolâncias, meu Deus!

Top Chef é mais do mesmo, com a possível diferença de que agora os chefs iniciantes disputam entre si, com provas culinárias, pra ver quem ganha uma bela grana, uma reportagem, um jogo de Ginsu... Ou seja, é aquilo tudo acima e mais o lixo descabido de America's Next Top Model. Show de originalidade!

Essa tristeza teve 12 episódios como primeira temporada, mas já ganhou uma segunda (que está na metade lá fora), com outras 13 pelejas.


Criminal Minds

This picture is hosted by ImageShackAssim como How I Met Your Mother, também Criminal Minds aparece mais ou menos como uma exceção nestas colunas de estréias. Isso porque a série começou sua primeira temporada no Brasil em julho, bem quietinha, no canal AXN. Mas é a segunda temporada nos EUA que vem ganhando destaque por uma razão muito peculiar: ela anda tirando o sono de J.J. Abrams, Carlton Cuse e Damon Lindelof, grandes encarregados de Lost, da qual é concorrente direta.

Lembra do chefão dos ceifadores na saudosa Dead Like Me? Pois em Criminal Minds, Mandy Patinkin é mais uma vez o cabeça de um grupo de caçadores. Agora, em vez de levar a morte, ele busca evitá-la: sua equipe é composta por agentes do FBI especializados em rastrear serial killers por meio da análise de suas mentes criminosas (daí o nome da série). O objetivo da Unidade de Análise Comportamental do FBI é estudar cenas de crimes, entender como o agressor agiu, antecipar a ação dos psicopatas e prendê-los antes que ataquem a próxima vítima.

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Além de Patinkin no papel do especialista em comportamento Jason Gideon, a equipe conta com o agentes especiais Aaron Hotchner (Thomas Gibson, de Dharma & Greg), um ex-advogado que faz o tipo simpático e confiável, e Derek Morgan (Shemar Moore, visto em Birds of Prey), que se destaca por conhecer bem os crimes de natureza obsessiva, pela fidelidade ao grupo e por não hesitar em usar força bruta. O jovem Dr. Spencer Reid (Matthew Gray Gubler, pontinha em The Life Aquatic with Steve Zissou) faz o papel do cérebro de plantão da equipe, com três PhDs e a perturbada genialidade de um superdotado.

This picture is hosted by ImageShack This picture is hosted by ImageShackA técnica em áudio e vídeo Penelope Garcia (Kirsten Vangsness) traz um pouco de cinismo geek, enquanto a empolgação jovial em pessoa é a bela agente especial Jennifer "JJ" Jareau (A.J. Cook, de Tru Calling e The Virgin Suicides). O time original ainda conta com a agente Elle Greenway (Lola Glaudini, vista recentemente em ER, Crossing Jordan e The Sopranos), que carrega uma motivação pessoal para suas ações, o que sempre pode levar a fatalidades. Na segunda temporada, Paget Brewster (alguém lembra de The Trouble With Normal, ou da participação como Cathy em Friends?) também entra para a equipe.

O provável grande trunfo desse drama policial é se centrar no elemento humano, e não nos casos. Os investigadores não estão exatamente preocupados em esclarecer o crime, uma vez que, para eles, pegar um louco que mata em série sem motivações pessoais já significa resolver a parada. Isso sem falar no formato fechado (não-seriado), à moda de CSI, que bate de frente com aquele formato "mais-seriado-impossível" de Lost. Há ainda os adorados clichês do gênero, com o policial antigo e amargurado pelas lembranças, em contraste com os recém-chegados idealistas; a identificação do público com o nerd que nunca se dá bem; o agente que usa o coração quando deveria usar o cérebro, entre outros.

Qualquer que seja o truque desse pessoal, eles estão preste a conquistar uma segunda temporada completa, com quase 17 milhões de espectadores americanos que mudam de canal e não vêm Lost nem Medium toda quarta-feira.


30 Rock

This picture is hosted by ImageShackTina Fey construiu sua reputação no (atualmente irrecuperável?) Saturday Night Live, largou o programa em 2006 depois de oito ou nove temporadas bem-sucedidas e então criou 30 Rock, uma nova comédia de meia-hora para a NBC. Fey foi uma das boas redatoras do SNL e uma das piores apresentadoras do "telejornal" do programa (o Weekend Update), explicando todas as piadas e rindo de si mesma toda semana. Mais baixo que ela, só quando o tal Colin Quinn resolveu que seria um bom humorista em frente às câmeras.

Agora, além de criar todos os roteiros de 30 Rock, a moça ainda se arruma como atriz principal e co-produtora da série. E não tenha dúvidas: a personagem de Tina Fey é "Tina Fey", ou melhor, Liz Lemon, a principal redatora de um programa semanal de esquetes cômicos chamado The Girlie Show. Hm, ok, semelhança nenhuma com SNL mesmo... A propósito, o principal produtor é o próprio Lorne Michaels, o cara por trás do SNL desde sempre.

This picture is hosted by ImageShackA trama se desenrola a partir do momento em que o antigo chefão da emissora morre e o super-exigente (e super-sacana) Jack Donaghy assume. Quem faz o papel, não por acaso, é um dos recordistas de apresentações do SNL, Alec Baldwin. O Girlie Show de Liz Lemon sempre teve ótima audiência, mas o novo patrão está tirando a redatora do sério com sua mania de reformulação, e ela não pode deixar a peteca cair.

Junto a Fey e Baldwin está a ótima Jane Krakowski (a Elaine de Ally McBeal), no papel da ex-estrela do Girlie Show que acaba rodando em meio às mexidas trazidas por Donaghy.This picture is hosted by ImageShack O papel de Krakowski seria originalmente de Rachel Dratch (amiga e colega de Fey em SNL), que acabou sendo trocada depois de gravar um primeiro piloto, depois refilmado. Mas tanto Dratch quanto o também ex-SNL Tracy Morgan (que saiu há mais tempo) seguem firmes em 30 Rock. Ela fará diversos papéis recorrentes e diferentes - na verdade, a mudança ocorreu para privilegiar a versatilidade de Dratch; e ele ocupa um dos papéis principais da nova série, como um perturbado ex-ator de cinema obrigado a aceitar sua nova situação de astro de TV. Aliás, pra quem (como eu) sempre duvidou da capacidade de Fey e Morgan como atores, é bom deixar claro que ambos estão excelentes!

Outros personagens são vividos por Scott Adsit (um rosto bem conhecido de pontas em um monte de séries, atualmente escrevendo e dirigindo a sua própria animação no adult swim, chamada Moral Orel), Judah Friedlander e Jack McBrayer (pouco conhecidos no Brasil).

This picture is hosted by ImageShack This picture is hosted by ImageShack30 Rock estreou no Sony brasileiro há poucas semanas, com menos de um mês de diferença para a exibição americana. O atraso no piloto lá fora, você deve ter adivinhado, teve muito a ver com as semelhanças entre sua premissa e a de Studio 60 on the Sunset Strip (de Matthew 'Chandler' Perry). Além disso, esperaram também o encerramento formal do contrato das duas atrizes com o SNL para a temporada 2006.

Só é curioso que a parceira inseparável de Fey, Amy Poehler, até o momento não tenha sido levada para a nova série nem mesmo em participação especial. Poehler continua no SNL, mas parece que preferiu tirar o eventual tempo livre para aparecer em filmes e planejar a maternidade ao lado de Will Arnett (o GOB de Arrested Development). Ela e Tina Fey continuam escrevendo juntas, e a comédia Baby Mama é prometida para breve nas telonas.

A crítica tem adorado cada episódio de 30 Rock, mas a audiência não tem correspondido tão bem. A série foi mudada para um horário bem mais competitivo e irá ao ar, nos EUA, num bloco de duas horas só de boas comédias (junto a Scrubs, My Name is Earl e The Office). Pode ser a deixa que Tina Fey estava esperando para o programa engatar uma primeira temporada completa, mas a estratégia ainda não vem dando tanto resultado assim. Só esperando pra saber...


Friday Night Lights

This picture is hosted by ImageShackFriday Night Lights, ou "as luzes de sexta à noite", fala de um evento importante para os americanos, que acontece nessa tal hora da semana: os jogos da liga universitária de futebol americano. A história trata dos Panthers, um time universitário que, de repente, se vê repleto de estrelas amadoras e com chances mais reais que nunca de conseguir o título. Há apenas um problema: o técnico é um estreante no cargo e não esperava toda essa pressão. Boa parte da série foca em seus dilemas para resolver situações que eram inéditas para ele até então. Quem faz o papel do técnico é o nosso velho conhecido Kyle Chandler (o Gary de Early Edition e o pobre policial explodido de Grey's Anatomy, sem falar numa certa participação em King Kong).

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Connie Britton (a última namorada de Jack em 24) interpreta a esposa do treinador, enquanto Adrianne Palicki (da besteirinha South Beach, e também a Kara em Smallville e a namorada morta de Sam em Supernatural) é uma líder de torcida pouco comum. Ao invés do característico excesso de frescura, ela prima pela honestidade brutal e por ser sempre vista como uma bad girl que ninguém gostaria de ter por perto - se não fosse tão maravilhosa e perfeita como líder. De resto, o elenco traz um bocado de jovens atores pouco conhecidos.

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A série estreante tem fama de ser muito bem feita, mas a audiência anda atualmente em torno de apenas 5,5 milhões de espectadores fiéis. Apesar disso, a NBC já conferiu a ordem de primeira temporada completa por uma razão principal: sua única concorrente de peso no mesmo horário é Gilmore Girls, que é bastante assistida, mas tem ainda menos público fiel que Friday Night Lights. Mesmo com a temporada cheia, ainda não há qualquer previsão de estréia no Brasil.

Curiosamente, a série nasceu como derivada de um filme de mesmo nome, no qual a mesma Connie Britton interpretava outra personagem.


Day Break

This picture is hosted by ImageShackCom o intervalo de três meses na produção de Lost, o horário em que a ABC normalmente transmite a série ficou livre. Entra em cena mais uma tentativa de emplacar o galã Taye Diggs (protagonista da fraquíssima Kevin Hill e agente linha-dura no filme Equilibrium) numa nova série que pode até ser curta, mas tem uma premissa no mínimo instigante.

Diggs é o detetive anti-drogas Brett Hopper, que vive o pior dia da sua vida quando é acusado do assassinato do promotor-assistente Alberto Garza. Hopper descobre-se envolvido numa conspiração que pode afetar todos os que ele conhece. Mesmo não tendo nada a ver com a história, tudo aponta para ele e ninguém acredita em sua inocência. Em fuga, o detetive começa a investigar por conta própria e, quando tudo parecia perdido... ele revive o pior da sua vida na íntegra, e de novo e de novo.

O formato da série lembra 24, mas pode ser considerado inédito. Isso porque a temporada de 13 episódios é literalmente o mesmo dia vivido 13 vezes. A diferença é que, com a repetição do dia, Hopper acaba conhecendo mais e mais detalhes envolvendo a morte de Garza - e saber cada vez mais sobre um crime, claro, pode ser bem perigoso. A repetição mostra que o detetive sempre pode decidir uma situação de maneiras diferentes e, infelizmente pra ele, suas energias não recomeçam do zero, como o dia maldito.

Com esse formato diferentão, a aura de "pior dia da sua vida", a temática policial e a eterna repetição do mesmo dia, em que o protagonista tem a chance de se redimir ou de conseguir mais corda para sua forca, não é à tôa que a série já foi definida como "um encontro radical entre 24 e Groundhog Day" (ou Feitiço do Tempo, na sempre desnecessária tradução nacional).

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O elenco conta ainda com Moon Bloodgood (Monk, CSI) como a namorada de Hopper; o ex-marido dela é interpretado por Adam Baldwin (que não é um dos irmãos Baldwin, mas era o Jayne de Firefly, o Marcus de Angel e o Danny Love de The Inside). Meta Golding (ponta em um monte de séries) é a irmã de Hopper, Victoria Pratt (Mutant X) é uma colega policial e Ramon Rodriguez aparece como um líder de gangue. Mitch Pileggi, mais conhecido como o Skinner de The X-Files e pelas passagens por Stargate Atlantis, Birds of Prey e ER, participa da perseguição a Hopper.

This picture is hosted by ImageShackA estréia, com duas horas, aconteceu num dos horários mais infelizes do ano: o encerramento da incrível baba Dancing With The Stars, que arrebatou nada menos que 27,5 milhões de americanos. Pra piorar a situação da novata, o pesadelo de Lost também se abateu sobre ela, com mais um arraso promovido por Criminal Minds. Já CSI: New York, que nunca foi uma concorrente fraca, também fez bonito na audiência. Restaram para a grande estréia de Day Break apenas pouco mais de 10 milhões de espectadores, o que é um número até expressivo, considerando as circunstâncias.

Os produtores prometem que a primeira temporada se fecha mesmo em 13 episódios e soluciona a maior parte do mistério. Mas, caso a série faça sucesso, ela deixará o gancho para uma eventual segunda temporada, na qual Hopper viveria um novo dia... mas de novo e de novo e...


American Inventor

This picture is hosted by ImageShackSimon Cowell, o juiz babaca e obviamente enrustido do American Idol, calha de ser um homem de visão no que tange a criar programas de TV que não envolvam ficção - Deus queira que ele permaneça fora dessa área. American Inventor é uma de suas mais recentes tentativas de levar gente comum para a atenção nacional, mas agora pelo menos é gente com conteúdo para mostrar (não, não é daquele "conteúdo" que estamos falando).

Apostando na engenhosidade do cidadão comum, Cowell rodou os EUA atrás de gente que tivesse criado algo novo, qualquer coisa, de forma amadora e bem pessoal, mesmo que a invenção ainda nem tivesse saído do papel. Quatorze inventores - e a palavra é usada em sentido bem amplo - foram escolhidos por um júri e receberam 50 mil dólares para aperfeiçoar ou desenvolver seus projetos. Seguiu-se uma competição com eliminações por telefone, nos moldes do próprio American Idol.

This picture is hosted by ImageShackBom, pelo menos dessa vez não é mais um inútil reality show, apenas uma competição saudável... O produto que os espectadores e o júri considerarem mais interessante leva um milhão de dólares e ainda pode, quem sabe, ajudar a melhorar a vida de todo mundo. Ah, os bagulhos mais bisonhos, claro, também garantiram audiência. Cowell jamais perderia a chance de rir daquele povo mais sem estribeira.

A primeira temporada foi ao ar no primeiro semestre deste ano e alcançou uma audiência bem decente. Conseguiu bater até My Name is Earl e The Office em alguns "confrontos". Ainda não há notícias sobre uma eventual continuação, até porque Cowell já se meteu a criar de novo e se saiu com um tal de Talent - um concurso de talentos aberto a tudo e todos. Aguarde essa joça...


Standoff

As diferenças entre as relações em um ambiente de trabalho e as relações sociais são cruciais, e assim devem permanecer. É assim que começa a nova série da Fox Standoff, quando o negociador de seqüestros Matt Flannery revela, durante uma situação tensa, que está dormindo com sua colega Emily Lehman. This picture is hosted by ImageShackSó que ambos são parte de uma unidade especial e muito seleta do FBI e todos os outros membros da equipe ouviram a confissão...

Cada episódio de Standoff trará um caso de negociação para o qual a unidade é convocada. Entre cada momento tenso e cada enrascada, entram cenas da convivência de Flannery (vivido por Ron Livingston) e Lehman (Rosemarie DeWitt) fora do horário de serviço. Mas todos os relacionamentos entre os colegas vão mudar a partir de então, e a chefe da unidade (Gina Torres, de The Matrix Reloaded e The Matrix Revolutions) terá de dobrar suas preocupações, agora que a frieza e o distanciamento necessários ao trabalho foram comprometidos.

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Livingston teve um arco significativo em The Practice, será sempre lembrado como o Jack de Sex And The City e já participou de um monte de outros projetos de monta, como o fantástico filme Adaptation. e a elogiada minissérie Band of Brothers. Já Rosemarie DeWitt tem um currículo mais modesto, que inclui a recentemente cancelada Love Monkey, uma participação no filme Cinderella Man, ao lado de Russell Crowe, e uma personagem recorrente em Rescue Me.

Os colegas do casal e da chefe são interpretados por Michael Cudlitz, Raquel Alessi e Jose Pablo Cantillo. O diretor do piloto da série é Tim Story, que também é um dos produtores-executivos e dirigiu as bombas Taxi, Barbershop e Fantastic Four no cinema.

Standoff acaba de ganhar ordem para episódios extras (além dos 10 já produzidos), mas ainda não tem previsão de estréia no Brasil.


Big Day

This picture is hosted by ImageShackEssa nova comédia ainda nem estreou nos EUA, mas está prevista para uma dobradinha com Help Me Help You na ABC a partir do dia 28 de novembro. Na verdade, Big Day vem meio que suprir a ausência de The Knights of Prosperity, que deveria estar no ar há tempos mas foi adiada para janeiro, conforme você já viu nas Serial Frila anteriores.

A gracinha Marla Sokoloff (a babá de Desperate Housewives e a Lucy de The Practice) vai se casar com Josh Cooke (um dos amigos de Four Kings, série que a Warner vem exibindo no Brasil como tapa-buraco e já foi cancelada faz tempo). A mãe da noiva é interpretada por Wendie Malick (a hilária madrasta de Frasier e a ex-modelo Nina Van Horn de Just Shoot Me, entre outros tantos papéis), e ela, claro, vai acompanhar e atormentar a moça durante os preparativos daquele grande dia, que transcorrem quase em tempo real para o espectador.

O pai é Kurt Fuller (o Detetive Barton de Desperate Housewives), cheio de dúvidas a respeito "desse rapazinho" que sua filha arrumou. Outros envolvidos, entre padrinhos, madrinhas, amigos do casal e damas-de-honra, são o ex-namorado dela (Stephen Rannazzisi, um dos panacas da insuportável Punk'd) e as personagens de Miriam Shor e Stephnie Weir. Mas o legal mesmo é que o fotógrafo do casamento, que só aparecerá num arco mais adiante, será ninguém menos que nosso amado Buster Bluth de Arrested Development, o ator Tony Hale.

***

Bom, como nas duas primeiras partes deste longo texto, havia aqui no fim um encerramento com assuntos relacionados às estréias. O tema da vez era as séries que ainda virão, aquelas que nem existem, mas já estão programadas de alguma forma. The Knights of Prosperity foi abordada em uma das três partes, e ela seria um bom exemplo.

Só que as três colunas ficaram tão grandes e janeiro está tão logo ali na esquina, que decidimos criar uma coluna à parte só com essas novas-novas séries. Aguarde para breve! This picture is hosted by ImageShack

07 novembro 2006

F5 na TV (parte 2)

Vamos então a mais estréias no Brasil e nos EUA. A parte 1, claro, você já leu. E aguarde uma terceira coluna dentro dessa extensa cobertura, porque faltam no mínimo mais umas 10 séries novas sobre a qual podemos falar!

Relembrando: como estreou coisa demais, vamos nos ater só às primeiras temporadas, e nada do pessoal que retorna, por enquanto. As séries vão em ordem aleatória e, com toda certeza, alguma coisa vai ficar de fora. Se for o caso, escreve aí que a gente analisa.


Brothers and Sisters

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackO drama da família Walker conquistou os americanos numa das estréias mais promissoras da temporada. Não que seja original ou que tenha arrebatado todo mundo logo de cara, feito Ugly Betty ou Heroes. Mas é fato que Brothers and Sisters vem mantendo ótima audiência em todas as semanas desde a estréia, a ponto de já ter conquistado até uma temporada completa.

O sucesso da série pode vir de diversos fatores. O horário das 10h da noite em pleno domingo ajuda muito, pois a maioria está em casa e procurando descansar. Poderíamos culpar sua concorrência direta, mas Without a Trace ainda é bem forte e a estreante Dexter também não é pouca coisa. This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackOutro fator pode ser o mero seguimento de Extreme Makeover: Home Edition e Desperate Housewives, que passam logo antes e que "chamam público" para a ABC. Há também o elenco cheio de gente conhecida, sobre o qual falaremos adiante. Mas, mais uma vez, o motivo mais provável da grande audiência é mesmo a cara de novelão da série, justo naquele horário modorrento e carregada de melodrama, com mil personagens e todos os velhos conflitos familiares surrados.

Como diz o nome, Brothers and Sisters trata da vida dos cinco irmãos Walker, juntamente a seus cônjuges, pais, tios e à grande companhia da qual eles são donos. Os patriarcas, modelos de perfeição social e da realização do "sonho americano", são interpretados por Tom Skerritt e Sally Field, que dispensam apresentações.This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShack Seus cinco filhos são Kitty (Calista Flockhart, a Ally McBeal em pessoa), uma locutora conservadora e mimada; Sarah (Rachel Griffiths, a Brenda de Six Feet Under), a nem sempre dedicada vice-presidente da empresa; Tommy (Balthazar Getty, de Charmed e Alias), o leal herdeiro da família; Kevin (Matthew Rhys), um advogado gay mais preocupado em organizar sua própria vida; e Justin (Dave Annable, o simpático Aaron de Reunion), o caçula viciado e abalado por traumas de guerra.

Temos ainda o veterano Ron Rifkin (diga uma série e ele estará lá) como o tio manda-chuva e Patricia Wettig (Prison Break, Alias, The Practice) no papel da misteriosa opositora dos Walker, além de mais um bocado de gente.

Há o diferencial de que os irmãos mais tentam se apoiar do que brigar entre si, o que normalmente ocorre nesse tipo de trama. Mas todos têm sérios problemas psicológicos e é isso que vai gerar os conflitos que eles deverão resolver. Aliás, os tais conflitos já começaram a transparecer no meio do elenco também, por conta dos egos dos mais famosos... E Rob Lowe (The West Wing, Wayne's World) acaba de ser contratado para o elenco pesar ainda mais!

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Studio 60 on the Sunset Strip

This picture is hosted by ImageShackO mês pré-estréia dessa série foi tão hypado que o primeiro capítulo vazou inteiro na internet. Você não vê a relação entre as duas coisas? Ingenuidade... Ultimamente, tudo o que vem sendo antecipado demais acaba indo parar na internet por antecedência, e não venham me dizer que é por acaso. Sempre aparece em algum arquivo de baixa qualidade, que é pras pessoas terem só o gostinho.

A premissa de Studio 60 era realmente interessante: a série é um drama a respeito dos bastidores de um humorístico de TV montado em esquetes (como o Saturday Night Live, conforme já compararam 5.263 críticos espalhados pelo mundo). Como é mostrado todo o processo de produção, é claro que a comédia "vaza" para o próprio Studio 60 ocasionalmente. A mistura em si, a abordagem mais pesada tanto no drama quanto no humor (politicagem, egos inflados, tudo pela audiência, etc) e essa dinâmica meio louca criada durante o show agradaram em cheio a crítica.

Só que, depois de um começo (já nas telas "oficiais") bastante satisfatório em audiência, pode ser que Studio 60 não vá muito adiante. Nos três primeiros capítulos, a série perdeu mais de 4 milhões de espectadores por semana, mesmo vindo logo depois do grande sucesso Heroes.This picture is hosted by ImageShack Esperaram uma estabilização e até deram um sopro de alento com o pedido de três novos roteiros para análise. Mas, hoje, tudo leva a crer que haverá mesmo um "adeus" para a nova série de Matthew Perry (precisa dizer que ele era o Chandler?) e um "olá" para uma suposta "maldição de Friends", que já enterrou Joey, The Comeback, Related e está bem próxima de levar também The Class. O que chega a ser engraçado é que, mesmo com a série prestes a sumir, o canal Warner nacional acaba de comprá-la - mais uma no rol de compras desastradas.

No elenco, estão ainda a linda Amanda Peet (que atuou com Perry também em The Whole Nine Yards e em sua seqüência), Bradley Whitford (The West Wing) e Steven Weber (Wings, The Weber Show), entre outros, além do convidado da semana para apresentar "o programa dentro do programa".

A razão para a pouca audiência ainda não ficou clara. Talvez a pressão por um bom resultado tenha sido tanta que o público não ficou satisfeito com o "mero" resultado final. Talvez a estranha indecisão entre drama e comédia tenha desagradado os dois lados. Talvez o enredo de certa forma metalinguístico tenha confundido aquele extenso gado com só dois neurônios.This picture is hosted by ImageShack Talvez os espectadores não queiram ver como ou por quê suas séries preferidas vão ficar com papai do céu. Ou quem sabe o fato de a série concorrer de frente com a campeã de audiência CSI: Miami e ser sistematicamente esmigalhada tenha algo a ver...

O que é certo é a pergunta: como o prestigiado Aaron Sorkin (escritor e produtor de The West Wing e Sports Night, que tinha premissa bem parecida com a série de agora) foi depositar tanta esperança em algo tão cheio de complicação, depois de o público americano já ter reprovado algo do (altíssimo) porte de Arrested Development?? Os acintosamentes péssimos Life With Bonnie e Good Morning, Miami já mostraram que a TV dentro da TV não é exatamente uma aposta segura...

Acho que, em algum momento, todo mundo imagina que se filmassem o dia-a-dia de sua casa ou de seu trabalho para a TV, todo mundo acharia divertidíssimo como você mesmo pensa. Acho que todo mundo (inclusive eu) está errado em achar isso...

UPDATE: a série acaba de ganhar uma temporada completa, apesar de tudo.


Vanished

This picture is hosted by ImageShackDurante um evento público, Sara Collins, esposa do senador Jeffrey Collins, simplesmente desaparece. Ninguém tem idéia do que houve com ela, mas, à medida que começam a procurá-la, todos os envolvidos descobrem que Sara pode ser alguém bem diferente do que eles acreditavam que fosse. As investigações seguem pelos olhos do FBI, da família de Sara e de uma repórter ambiciosa, mas no caminho há uma conspiração cujas intenções permanecerão desconhecidas.

Soa como algo conhecido, certo? Apesar do piloto meio lugar-comum, muita gente diz que a série realmente surpreende nos episódios seguintes - inclusive pela morte de um dos personagens centrais. Infelizmente, a audiência de Vanished andou bem baixa, em concorrência direta com Heroes, e o futuro da série hoje é incerto. Pra piorar, ela foi uma das "penduradas" em outubro, durante a exibição do campeonato de beisebol. No retorno, nem todo mundo "lembrou" que existia aquela novata no ar...

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackAlguns rostos conhecidos estão em Vanished. O ator Gale Harold, conhecido dos fãs de Queer As Folk, encabeça o elenco. Ao lado dele estão Ming-Na (a Dra. "Deb" Jing-Mei de ER), Rebecca Gayheart (fixa em Dead Like Me e ponta em dezenas de séries), Penelope Ann Miller como convidada especial e, a partir do sexto episódio, Eddie Cibrian, o mocinho de Invasion, veio reforçar esse pessoal. A propósito, fãs de quadrinhos: esse cara não teria sido um perfeito Tony Stark?


Men in Trees

This picture is hosted by ImageShackMais uma comédia de premissa não muito interessante que tem como pano de fundo uma grande ironia. A "ex-lésbica confusa" Anne Heche (a loura fugitiva de Nip/Tuck) vive uma especialista em relacionamentos e autora de livros de ajuda marital que, prestes a se casar, descobre que seu noivo a traía feito doido - taí a ironia.

Desiludida, ela resolve recomeçar a vida (e repensar tudo o que achava que sabia) no Alasca, longe de qualquer pessoa que ela conhecera antes. Ao seu lado estão Abraham Benrubi (será que o balconista Jerry morreu em ER??), o veteranão John Amos (The West Wing, Mary Tyler Moore e o próprio Kunta Kinte de Raízes),This picture is hosted by ImageShack James Tupper e Emily Bergl (Gilmore Girls e Taken).

Um diferencial dessa série é que ela não é uma comédia de meia-hora nem exatamente a "dramédia" de Desperate Housewives. Men in Trees traz um formato intermediário que aposta na comédia romântica de uma hora - com eventuais toques dramáticos, claro. Fãs de Meg Ryan e de Bridget Jones provavelmente vão adorar.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackPor trás das câmeras, Men in Trees tem como produtores executivos Jenny Bicks - uma das principais escritoras de Sex And The City - e o diretor da bela cinebiografia de Johnny Cash (Walk The Line), James Mangold. A audiência tem sido apenas razoável e a concorrência, apesar de boa, não tem incomodado tanto (Battlestar Galactica e Close To Home, em especial). A série andou pendente e correu o risco do cancelamento, mas, depois que quatro roteiros adicionais foram pedidos à produção para análise, notícias recentes garantem que ela ganhou pelo menos uma temporada completa.


Smith

This picture is hosted by ImageShackDizem que Smith era uma boa série. A entrevista com Ray Liotta no programa de David Letterman também deu uma ótima impressão prévia. Parece, portanto, que não foi por motivo de qualidade que a série já foi definitivamente cancelada. Ela nem consta mais da lista principal no site da CBS, mas vai estrear no Warner nacional assim mesmo.

O motivo real (alegado, pelo menos) foi a boa e velha falta de audiência, segundo os critérios loucos dos canais americanos. Mas, afinal, quase 10 milhões de pessoas é pouca coisa? Entre as séries dramáticas da CBS, era a menos assistida, mas ainda ganhava de outras redes. This picture is hosted by ImageShackA concorrência no horário nem era tão grande. Nas terças, às 10h da noite, Smith batia de frente apenas com Boston Legal e Law & Order: SVU. Basta rodar um pouquinho a internet e perceber que esse é um daqueles casos em que a série realmente valia a pena, deixou muitos fãs, uma audiência razoável e... ninguém explica decentemente esse cancelamento - que ainda por cima foi feito às pressas!

This picture is hosted by ImageShackO elenco de respeito, formado por Liotta (Goodfellas), Virginia Madsen (dona de um longo currículo que inclui Duna, Sideways, Frasier, The Practice e o recente Firewall), Shohreh Aghdashloo (X-Men: The Last Stand, House of Sand and Fog, vários capítulos de 24), Amy Smart (a "coma wife" de Scrubs, a Ruby de Felicity e a lourinha linda que causa o grande problema de Road Trip) e Simon Baker (o jornalista nojento em The Devil Wears Prada), entre outros, contava a história de um time de ladrões de alta estirpe que planejam crimes monumentais por puro hobby, enquanto mantêm vidas comuns à parte. Com uma história que, com variações, já foi mote de muitos filmes bacanas de ação, e ainda um elenco desses para enriquecer a história, tínhamos mesmo uma quase-garantia de qualidade.

This picture is hosted by ImageShackA única boa notícia para os fãs compreensivelmente revoltados com tal cancelamento arbitrário é que a CBS planeja lançar "webisódios" inéditos da série (capítulos disponíves apenas na internet), além de um release oficial contendo informações que definiriam o futuro dos personagens. Pelo menos os escritores e produtores da obra têm amor por sua criação,This picture is hosted by ImageShack enquanto os executivos tomam decisões que, às vezes, nem mesmo o dinheiro explica.

Algumas curiosidades extras: a música tema era Show Me How to Live, do Audioslave; Smith foi a primeiríssima série da atual temporada a ser cancelada, até mesmo sem tempo hábil para avaliar sua audiência e custo-benefício; e, apesar do nome, a série não tem qualquer relação com uma série para a TV baseada no filme Mr. & Mrs. Smith (do casal Brangelina), que foi anunciada há uns meses.


How I Met Your Mother

Essa série entra na coluna como uma exceção - não é estréia nos EUA, mas também não é aqui. Infelizmente, ela já é transmitida no Brasil pelo inexpressivo canal Fox Life, enquanto a Fox original, mais abrangente, prefere a horrenda Fran Drescher ou o completo tédio de uma Yes, Dear, por exemplo. Mas estamos falando da Fox... Não dá pra exigir muito, pobrezinhos...

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Apesar de alardeada como "a nova série de Alyson Hannigan" (de Buffy e American Pie), How I Met Your Mother na verdade tem como protagonista Josh Radnor (já visto em ER, Judging Amy e Miss Match) no papel de Ted, um arquiteto estupidamente ansioso em seus vinte e poucos anos. Seu melhor amigo, Marshall (Jason Segel, de Freaks and Geeks e CSI), decide que vai se casar com a namorada (Hannigan), e Ted entra em crise.This picture is hosted by ImageShack Junto a outro amigo, Barney (Neil Patrick Harris, o ex-"Dr. Doogie Howser, médico-prodígio"), ele vai tentar arrumar pra si mesmo "um amor para a vida inteira".

Nos Estados Unidos, a comédia já estreou há mais de um ano e está em sua segunda temporada, com sucesso de público e de crítica. O mais interessante de sua narrativa começa do título: "como eu conheci sua mãe" é a história que Ted conta para seu filho daqui a 25 anos.This picture is hosted by ImageShack A voz de Ted mais velho é feita por Bob Saget (um dos três pais de Full House), num recurso que lembra bastante Anos Incríveis com a narração do Kevin Arnold mais velho.

Os flashbacks daquele futuro, passados no nosso presente, mostram Ted encontrando e espantando seu primeiro grande amor logo que começa sua busca. A belíssima Cobie Smulders (vista há pouco no Brasil em The L Word e em Smallville) faz o papel de Robin, a "paixão de primeiro encontro" de Ted. O amigo Barney também não ajuda muito. O cara é daqueles boas-vidas que paquera até escocês de saia, se empolga com qualquer bobagem e se orgulha de ser superficial (pense no Chris de Freddie, por exemplo). Apesar do susto (e da recusa) inicial, Robin se junta ao grupo de amigos (Ted, Barney, Marshall e a noiva Lily) e a história transcorre daí.


Kidnapped

This picture is hosted by ImageShackUm rico e poderoso casal de Nova Iorque tem seu filho seqüestrado. O FBI é convocado, começam também investigações particulares e... claro, aquela família aparentemente perfeita tem um bocado de esqueletos no armário. Vê alguma semelhança com Vanished, acima?

Kidnapped foi cancelada depois de apenas 13 episódios produzidos, e a razão foi a de sempre: o índice Nielsen apontou a série como o 67º programa em termos de audiência. A NBC apenas se comprometeu a não tirar o programa do ar e a mantê-lo no mesmo horário até encontrar um substituto.

A série era protagonizada por dois nomes bem conhecidos, Timothy Hutton (coadjuvante em Kinsey, The General's Daughter e em mais uma pá de filmes) e Dana Delany (a mãe em Related e a Lois Lane nos desenhos da linha Animated Series, além de papéis em Presidio Med, Pasadena e mais um monte de séries). O filho raptado era interpretado por Will Denton, e um outro eterno coadjuvante de cinema, Delroy Lindo (Get Shorty, The Cider House Rules, Gone in Sixty Seconds, Sahara), fazia um agente do FBI.


The Knights of Prosperity

Lembra do boato sobre uma série que traria o Mick Jagger no papel dele mesmo? Pois é, ela até existiu durante um tempo, quase foi ao ar, ficou na pendura por um período indefinido (lá fora, chamam de hiato esse "tempo na relação") e parece que vai estrear mesmo no próximo mid-season americano. Tudo isso aconteceu por conta de um interminável vai-não-vai na produção.

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A série nasceu como "Let's Rob Jeff Goldblum", mas o canastrão homem-mosca se comprometeu com outro piloto. Então, pensaram em "Let's Rob Mick Jagger", mas, devido aos possíveis percalços, resolveram mudar para algo mais impessoal, e ela ficou definitivamente como The Knights of Prosperity. A premissa também continuou a mesma: um grupo de ladrões vagabundos planeja roubar o apartamento novaiorquino do líder dos Rolling Stones.This picture is hosted by ImageShack Jagger chegou a gravar algumas cenas para o piloto, mas depois ficou decidido que ele quase não apareceria - seria como uma participação especial esporádica e muito importante. E aí já era meio tarde pra planejar o resto.

O grupo de assaltantes é liderado por Donal Logue, o Sean Finnerty da ótima Grounded For Life, paramédico de ER e o melhor amigo de Johnny Blaze no filme Ghost Rider, que ainda vai estrear.This picture is hosted by ImageShack O cara está cansado de seu subemprego e recruta Gary (Maz Jobrani, que já esteve em Life On a Stick, ER, E-Ring, 24 e outras), Squatch (Lenny Venito, de NYPD Blue e The Sopranos), Rockefeller (Kevin Michael Richardson, que costuma aparecer mais como o dublador de dezenas de personagens em Family Guy e o Coringa em The Batman) e Louis (John Grisetti, em seu primeiro papel) para um golpe que pode mudar suas vidas.

Pra completar, sim, essa latina fantástica aí em cima é a mesma Sofía Vergara inacreditável que desfilava em Hot Properties. Mas esperamos que alguém tenha cuidado do sotaque e da voz dela, que naquela série eram poderosos broxantes. A colombiana faz o papel de Esperanza, mas sua função na série - além de nocautear a audiência masculina - ainda não ficou clara.


What About Brian

This picture is hosted by ImageShackJ.J. Abrams, o homem que inventou Alias, Felicity e Lost, também conseguiu algo raro com What About Brian: a ressurreição de uma série que ficou na pontinha do cancelamento. Brian teve uma curta primeira temporada no último mid-season americano, e a audiência quase sempre estava lá embaixo. Só mesmo Abrams para conseguir que ela não fosse para o limbo definitivo. Depois de seu retorno, a série surpreendeu e é um sucesso de audiência.

É claro que a assinatura de Abrams já é meio que um atestado de qualidade, como já puderam confirmar milhões de espectadores. Brian começou bem, mas sua audiência caiu quase de uma vez, especialmente por conta da concorrência (CSI: Miami, fortíssima, e Studio 60, que era "alguém" naquela época). A ABC, mal-acostumada com os arrasa-quarteirões Grey's Anatomy, Lost, Desperate Housewives e Ugly Betty, deu uma colher-de-chá meio relutante, mas Abrams conseguiu reerguer a série com uma revitalização geral nos roteiristas.

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O protagonista dessa "dramédia" de uma hora é Brian O'Hara, vivido por Barry Watson - praticamente um herói depois de encarar mais de dez anos da desgraça 7th Heaven. Brian tem um grupo de amigos em que todos são casados ou comprometidos, menos ele.This picture is hosted by ImageShack E o cara não está muito feliz com isso, ainda mais depois de se apaixonar pela namorada de seu melhor amigo justo quando o casal não decide se termina ou se amarra de uma vez. Ela é Marjorie (Sarah Lancaster, a Madison de Everwood e a estonteante "moça da lojinha de presentes" de Scrubs) e ele é Adam (Matthew Davis, o ex-namorado de Reese Witherspoon em Legally Blonde).

No grupo, há ainda Rosanna Arquette (After Hours, Pulp Fiction, The Whole Nine Yards) como a irmã de Brian, Nic, e seu namoradão italiano Angelo (Raoul Bova, de Under the Tuscan Sun). O outro casal é formado por Dave (Rick Gomez, de Sin City, Band of Brothers e Ray) e Deena (Amanda Detmer, de The Majestic e You, Me and Dupree), que já têm três filhas depois de 13 anos de casamento.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackLancaster esteve para deixar a série quando parecia que ela ia afundar, mas os roteiristas deram um jeito de criar uma virada na trama que pode até ter sido a grande vantagem de What About Brian para esta segunda temporada. Também para engrossar o elenco, foi introduzido mais um casal, formado por Amanda Foreman (Alias e Felicity) e Jason Winston George (Without a Trace e Bewitched). A aposta deu tão certo que, depois de cinco episódios na primeira e da encomenda inicial de 13 para a segunda temporada, a série acaba de ganhar episódios adicionais que devem formar uma temporada completa.

O canal Sony traz a primeira temporada agora no começo de novembro.


Six Degrees

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackO mesmo J.J. Abrams da série acima foi convidado para elaborar um novo drama "daqueles" para a ABC, depois que What About Brian parecia que não ia durar (e durou). O que saiu foi essa Six Degrees, mais um drama com interligações misteriosas e elenco numeroso como tantos que vêm aparecendo na TV americana.

A série parte da já conhecida teoria chamada "Seis Graus de Separação" (de onde até saiu o jogo hollywoodiano "Seis Graus de Kevin Bacon"). Pra relembrar, a teoria diz que cada pessoa no mundo está ligada a qualquer outra por, no máximo, quatro outras pessoas - você seria o número 1, vêm então no máximo quatro intermediários e a pessoa final formaria o sexto grau.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackSendo assim, seis desconhecidos de Nova Iorque vão levando suas vidas até que, inadvertidamente, começam a alterar as vidas uns dos outros. Seus caminhos começam a ficar cada vez próximos, e os seis graus começam a diminuir entre elas. A série mexe com coincidências, destinos e com o conceito de interdependência entre as pessoas.

O elenco principal é formado por Bridget Moynahan (Coyote Ugly, The Sum Of All Fears), Erika Christensen (Traffic, Flight Plan e um bocado de pontas na TV), Campbell Scott (The Exorcism of Emily Rose e o rapaz com leucemia em Dying Young), Hope Davis (About Schmidt, American Splendor), Dorian Missick (The Manchurian Candidate) e Jay Hernandez (o "jovem Al Pacino" do recente Carlito's Way: Rise to Power).

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackDiante do inesperado reerguimento de ER (na sua 13ª temporada!) e do sucesso de Shark, que a CBS traz no mesmo horário, Six Degrees teria de trazer uma trama realmente sólida. Mas Abrams andou vacilando e a audiência some aos montes a cada semana. Parece que não há excitação suficiente em apenas saber que o ato desse cara aqui alterou um pouco o dia daquela moça lá, sem que haja um conflito mais óbvio entre os dois. O resultado não empolgou os americanos e a série corre risco de cancelamento.

Mais uma vez, é Abrams quem vem garantindo a sobrevida. Para consertar a situação, ele chamou um dos produtores de Grey's Anatomy para assessorá-lo. A série foi obrigada a ceder espaço para eventos esportivos nos últimos dias (isso ocorre normalmente), e ainda não há qualquer notícia sobre seu futuro, além dos 10 episódios iniciais já encomendados.


Windfall

This picture is hosted by ImageShackA Fox nacional estreou essa série quando ela já tinha sido cancelada lá fora. Luke Perry, o velho Dylan de Beverly Hills 90210, vive Peter, um carinha comum que aposta na loteria junto com 20 amigos e conhecidos e acaba ganhando o maior prêmio da história - quase 400 milhões de dólares.

Aí, é aquela história... Gente pensando em como vai gastar, gente brigando por qualquer coisa, gente tentando passar a perna, gente mudando de vida, gente reclamando que está pouco e o que mais você puder imaginar. Afinal, num grupo de 20 pessoas, vai rolar de tudo mesmo...

O elenco dessa "dramédia" ainda trazia Sarah Wynter (a Kate Warner de 24), Lana Parrilla (a Sarah Gavin também de 24) e mais um bocado de gente menos conhecida. A série teve apenas 13 episódios e foi transmitida pela NBC no meio deste ano nos EUA, durante o mid-season, depois de ter sido recusada pela Fox.


Help Me Help You

Essa comédia é a nova tentativa de Ted Danson na TV. "Tentativa" é apenas modo de falar: Danson começou na televisão há mais de 30 anos, fez pontas em tudo quanto foi série da época e acabou como astro de uma das mais bem-sucedidas de todos os tempos, Cheers. Como se não bastasse, no fim da década de 90 ele ainda conseguiu emplacar a ótima Becker por seis temporadas (foi onde apareceram o Hurley e a nova assassina de Saw, lembra?).

This picture is hosted by ImageShackEm Help Me Help You, Danson interpreta novamente um médico (como o azedo Dr. Becker), mas agora é um psiquiatra que cuida de um grupo de pacientes com perturbações mentais das mais diversas. O negócio é que o terapeuta é o mais insano de todos e faz de tudo para esconder isso de seus pacientes. O nome da série descreve como ocorrem as sessões do Dr. Hoffman: terapia de grupo. E você imagina o que deve sair disso...

Apesar do astro principal, as grandes tiradas sobram mesmo é para seus pacientes e sua família. Enquanto o doutor se deixa levar pela fama de escritor de livros de auto-ajuda, seus pacientes dão muito mais trabalho do que ele gostaria. São eles a ninfomaníaca Darlene (Darlene Hunt, de I Heart Huckabees), o "confuso" metrossexual Jonathan (Jim Rash, de That '70s Show, o passageiro nervoso com a "falange" no último capítulo de Friends e ainda mais um montão de séries), a socialmente insegura Inger (Suzy Nakamura, de 8 Simples Rules e Curb Your Enthusiasm), o raivoso sentenciado Michael (Jere Burns, com passagens por incontáveis séries e talvez mais lembrado por Good Morning, Miami) e o apagadão suicida Dave (Charlie Finn, de Love,Inc. e do filme The Dukes of Hazzard).

A filha de Hoffman é interpretada por Lindsay Sloane (a Marcy de Grosse Pointe) e a "quase-ex-esposa" do médico, bem, ela é ninguém menos que a premiada mãe de Malcolm, a excelente Jane Kaczmarek. Só pra completar, o namorado (escondido) da esposa é o bom e velho Biff de Back To The Future, Thomas F. Wilson.

Já se vão 13 episódios produzidos ou em produção. A crítica tem adorado, a audiência tem respondido bem e quatro novos roteiros foram encomendados à produção como sinal de confiança da ABC no futuro da série. Parece que tudo correrá bem para o bando de doidos.

***

Como na coluna anterior, vamos dar uma palhinha de algo relacionado a essas estréias: séries que a gente nem conhece direito, mas que mereciam um lugar na TV brasileira. Vamos ficar com duas: Extras e Iconoclasts.

This picture is hosted by ImageShackA primeira é filha do mesmo Ricky Gervais genial que legou ao mundo a série original britânica The Office e depois a adaptou aos EUA. Em Extras, um belo dia, Andy Millman (Gervais) resolve largar seu emprego vagabundo e vai perseguir o sonho de ser ator. É claro que, na cabeça dele, a nova carreira seria bem diferente... Andy nem mesmo consegue papéis com falas, e acaba passando mais tempo de papo com os outros figurantes do que propriamente atuando. Pra piorar, o anti-herói ainda tem um jeitinho especial de se desentender com os astros, ao sempre tentar conseguir uma linhazinha de texto mixuruca. Ao seu lado, a amiga bem-intencionada Maggie (Ashley Jensen), também trabalhando como extra, nunca consegue se dar bem.

Extras teve duas temporadas de sucesso na Inglaterra (só 12 episódios ao todo) e encerrou suas atividades agora em outubro. Cada episódio trazia o nome do ator "importante" com que Millman contracenaria.This picture is hosted by ImageShack Entre eles, Samuel L. Jackson, Ben Stiller, Kate Winslet (em episódio muito comentado), Daniel 'Harry Potter' Radcliffe, David Bowie e Ian McKellen. Até Chris Martin, do Coldplay, teve um episódio com seu nome! Um monte de gente conhecida vivia pedindo para fazer pontas nessa série, e ela foi elogiada também nos EUA e em qualquer lugar do mundo onde foi transmitida.

Iconoclasts não se encaixa bem no perfil de séries como as que estão acima.This picture is hosted by ImageShack Está mais próxima de um programa jornalístico, uma série de curtos documentários (meio como Penn & Teller: Bullshit!), que tratam não apenas de cultura pop, mas de cultura em geral e do pensamento de celebridades dispostas a falar a respeito de coisas simples.

A grande sacada desse programa "destruidor de ídolos" - e "fazedor" de gente comum - é que ele elimina as diferenças entre apresentador, entrevistador e entrevistado. Cada show de uma hora traz duas pessoas famosas e/ou visionárias em suas áreas de atuação que se admiram mutuamente, já são amigas ou então têm curiosidade a respeito do trabalho da outra pessoa.This picture is hosted by ImageShack E, a partir do encontro, uma vai entrevistar a outra e vice-versa; ídolos viram fãs e fãs viram ídolos, e com isso as perguntas são geralmente aquelas que você mesmo gostaria de fazer.

Um exemplo é o episódio que reuniu Eddie Vedder e o surfista profissional Laird Hamilton, que há alguns anos revolucionou a técnica e a prática do surfe no mundo. Hamilton adora a música e a postura de Vedder, enquanto o líder do Pearl Jam é, secretamente, um surfista inveterado e grande admirador de Hamilton. A conversa sempre se transforma, então, num papo agradável para os dois, e o público fica sabendo de um monte de coisas no processo.

This picture is hosted by ImageShackIconoclasts vai ao ar pelo pequeno Sundance Channel e tem como produtor-executivo o idealizador do canal, Robert Redford. A série estreou há um ano com seis episódios e acaba de começar sua segunda temporada com mais seis. Entre os participantes, já tivemos Samuel L. Jackson com Bill Russell, Tom Ford com Jeff Koons, Brian Grazer com Sumner Redstone, Renée Zellweger com Christiane Amanpour, Mario Batali com Michael Stipe e Robert Redford com Paul Newman, relembrando a antiga parceria de Butch Cassidy and the Sundance Kid (de onde Redford tirou o nome do instituto, do canal e do festival de cinema independente Sundance).

No futuro próximo, teremos Mikhail Baryshnikov com Alice Waters, Quentin Tarantino com Fiona Apple (imperdível!), Isabella Rossellini com Dean Kamen, Paul Simon com Lorne Michaels e Dave Chapelle com Maya Angelou, além do episódio de Vedder e Hamilton já transmitido.

Soube que o canal GNT pretende trazer a série para o Brasil em breve (dia 20 de novembro é a data que foi passada). O programa começará do começo mesmo, com Samuel L. Jackson e o ex-NBA Bill Russell. Estamos no aguardo! This picture is hosted by ImageShack