Serial Frila: F5 na TV (parte 2)

07 novembro 2006

F5 na TV (parte 2)

Vamos então a mais estréias no Brasil e nos EUA. A parte 1, claro, você já leu. E aguarde uma terceira coluna dentro dessa extensa cobertura, porque faltam no mínimo mais umas 10 séries novas sobre a qual podemos falar!

Relembrando: como estreou coisa demais, vamos nos ater só às primeiras temporadas, e nada do pessoal que retorna, por enquanto. As séries vão em ordem aleatória e, com toda certeza, alguma coisa vai ficar de fora. Se for o caso, escreve aí que a gente analisa.


Brothers and Sisters

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackO drama da família Walker conquistou os americanos numa das estréias mais promissoras da temporada. Não que seja original ou que tenha arrebatado todo mundo logo de cara, feito Ugly Betty ou Heroes. Mas é fato que Brothers and Sisters vem mantendo ótima audiência em todas as semanas desde a estréia, a ponto de já ter conquistado até uma temporada completa.

O sucesso da série pode vir de diversos fatores. O horário das 10h da noite em pleno domingo ajuda muito, pois a maioria está em casa e procurando descansar. Poderíamos culpar sua concorrência direta, mas Without a Trace ainda é bem forte e a estreante Dexter também não é pouca coisa. This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackOutro fator pode ser o mero seguimento de Extreme Makeover: Home Edition e Desperate Housewives, que passam logo antes e que "chamam público" para a ABC. Há também o elenco cheio de gente conhecida, sobre o qual falaremos adiante. Mas, mais uma vez, o motivo mais provável da grande audiência é mesmo a cara de novelão da série, justo naquele horário modorrento e carregada de melodrama, com mil personagens e todos os velhos conflitos familiares surrados.

Como diz o nome, Brothers and Sisters trata da vida dos cinco irmãos Walker, juntamente a seus cônjuges, pais, tios e à grande companhia da qual eles são donos. Os patriarcas, modelos de perfeição social e da realização do "sonho americano", são interpretados por Tom Skerritt e Sally Field, que dispensam apresentações.This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShack Seus cinco filhos são Kitty (Calista Flockhart, a Ally McBeal em pessoa), uma locutora conservadora e mimada; Sarah (Rachel Griffiths, a Brenda de Six Feet Under), a nem sempre dedicada vice-presidente da empresa; Tommy (Balthazar Getty, de Charmed e Alias), o leal herdeiro da família; Kevin (Matthew Rhys), um advogado gay mais preocupado em organizar sua própria vida; e Justin (Dave Annable, o simpático Aaron de Reunion), o caçula viciado e abalado por traumas de guerra.

Temos ainda o veterano Ron Rifkin (diga uma série e ele estará lá) como o tio manda-chuva e Patricia Wettig (Prison Break, Alias, The Practice) no papel da misteriosa opositora dos Walker, além de mais um bocado de gente.

Há o diferencial de que os irmãos mais tentam se apoiar do que brigar entre si, o que normalmente ocorre nesse tipo de trama. Mas todos têm sérios problemas psicológicos e é isso que vai gerar os conflitos que eles deverão resolver. Aliás, os tais conflitos já começaram a transparecer no meio do elenco também, por conta dos egos dos mais famosos... E Rob Lowe (The West Wing, Wayne's World) acaba de ser contratado para o elenco pesar ainda mais!

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Studio 60 on the Sunset Strip

This picture is hosted by ImageShackO mês pré-estréia dessa série foi tão hypado que o primeiro capítulo vazou inteiro na internet. Você não vê a relação entre as duas coisas? Ingenuidade... Ultimamente, tudo o que vem sendo antecipado demais acaba indo parar na internet por antecedência, e não venham me dizer que é por acaso. Sempre aparece em algum arquivo de baixa qualidade, que é pras pessoas terem só o gostinho.

A premissa de Studio 60 era realmente interessante: a série é um drama a respeito dos bastidores de um humorístico de TV montado em esquetes (como o Saturday Night Live, conforme já compararam 5.263 críticos espalhados pelo mundo). Como é mostrado todo o processo de produção, é claro que a comédia "vaza" para o próprio Studio 60 ocasionalmente. A mistura em si, a abordagem mais pesada tanto no drama quanto no humor (politicagem, egos inflados, tudo pela audiência, etc) e essa dinâmica meio louca criada durante o show agradaram em cheio a crítica.

Só que, depois de um começo (já nas telas "oficiais") bastante satisfatório em audiência, pode ser que Studio 60 não vá muito adiante. Nos três primeiros capítulos, a série perdeu mais de 4 milhões de espectadores por semana, mesmo vindo logo depois do grande sucesso Heroes.This picture is hosted by ImageShack Esperaram uma estabilização e até deram um sopro de alento com o pedido de três novos roteiros para análise. Mas, hoje, tudo leva a crer que haverá mesmo um "adeus" para a nova série de Matthew Perry (precisa dizer que ele era o Chandler?) e um "olá" para uma suposta "maldição de Friends", que já enterrou Joey, The Comeback, Related e está bem próxima de levar também The Class. O que chega a ser engraçado é que, mesmo com a série prestes a sumir, o canal Warner nacional acaba de comprá-la - mais uma no rol de compras desastradas.

No elenco, estão ainda a linda Amanda Peet (que atuou com Perry também em The Whole Nine Yards e em sua seqüência), Bradley Whitford (The West Wing) e Steven Weber (Wings, The Weber Show), entre outros, além do convidado da semana para apresentar "o programa dentro do programa".

A razão para a pouca audiência ainda não ficou clara. Talvez a pressão por um bom resultado tenha sido tanta que o público não ficou satisfeito com o "mero" resultado final. Talvez a estranha indecisão entre drama e comédia tenha desagradado os dois lados. Talvez o enredo de certa forma metalinguístico tenha confundido aquele extenso gado com só dois neurônios.This picture is hosted by ImageShack Talvez os espectadores não queiram ver como ou por quê suas séries preferidas vão ficar com papai do céu. Ou quem sabe o fato de a série concorrer de frente com a campeã de audiência CSI: Miami e ser sistematicamente esmigalhada tenha algo a ver...

O que é certo é a pergunta: como o prestigiado Aaron Sorkin (escritor e produtor de The West Wing e Sports Night, que tinha premissa bem parecida com a série de agora) foi depositar tanta esperança em algo tão cheio de complicação, depois de o público americano já ter reprovado algo do (altíssimo) porte de Arrested Development?? Os acintosamentes péssimos Life With Bonnie e Good Morning, Miami já mostraram que a TV dentro da TV não é exatamente uma aposta segura...

Acho que, em algum momento, todo mundo imagina que se filmassem o dia-a-dia de sua casa ou de seu trabalho para a TV, todo mundo acharia divertidíssimo como você mesmo pensa. Acho que todo mundo (inclusive eu) está errado em achar isso...

UPDATE: a série acaba de ganhar uma temporada completa, apesar de tudo.


Vanished

This picture is hosted by ImageShackDurante um evento público, Sara Collins, esposa do senador Jeffrey Collins, simplesmente desaparece. Ninguém tem idéia do que houve com ela, mas, à medida que começam a procurá-la, todos os envolvidos descobrem que Sara pode ser alguém bem diferente do que eles acreditavam que fosse. As investigações seguem pelos olhos do FBI, da família de Sara e de uma repórter ambiciosa, mas no caminho há uma conspiração cujas intenções permanecerão desconhecidas.

Soa como algo conhecido, certo? Apesar do piloto meio lugar-comum, muita gente diz que a série realmente surpreende nos episódios seguintes - inclusive pela morte de um dos personagens centrais. Infelizmente, a audiência de Vanished andou bem baixa, em concorrência direta com Heroes, e o futuro da série hoje é incerto. Pra piorar, ela foi uma das "penduradas" em outubro, durante a exibição do campeonato de beisebol. No retorno, nem todo mundo "lembrou" que existia aquela novata no ar...

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackAlguns rostos conhecidos estão em Vanished. O ator Gale Harold, conhecido dos fãs de Queer As Folk, encabeça o elenco. Ao lado dele estão Ming-Na (a Dra. "Deb" Jing-Mei de ER), Rebecca Gayheart (fixa em Dead Like Me e ponta em dezenas de séries), Penelope Ann Miller como convidada especial e, a partir do sexto episódio, Eddie Cibrian, o mocinho de Invasion, veio reforçar esse pessoal. A propósito, fãs de quadrinhos: esse cara não teria sido um perfeito Tony Stark?


Men in Trees

This picture is hosted by ImageShackMais uma comédia de premissa não muito interessante que tem como pano de fundo uma grande ironia. A "ex-lésbica confusa" Anne Heche (a loura fugitiva de Nip/Tuck) vive uma especialista em relacionamentos e autora de livros de ajuda marital que, prestes a se casar, descobre que seu noivo a traía feito doido - taí a ironia.

Desiludida, ela resolve recomeçar a vida (e repensar tudo o que achava que sabia) no Alasca, longe de qualquer pessoa que ela conhecera antes. Ao seu lado estão Abraham Benrubi (será que o balconista Jerry morreu em ER??), o veteranão John Amos (The West Wing, Mary Tyler Moore e o próprio Kunta Kinte de Raízes),This picture is hosted by ImageShack James Tupper e Emily Bergl (Gilmore Girls e Taken).

Um diferencial dessa série é que ela não é uma comédia de meia-hora nem exatamente a "dramédia" de Desperate Housewives. Men in Trees traz um formato intermediário que aposta na comédia romântica de uma hora - com eventuais toques dramáticos, claro. Fãs de Meg Ryan e de Bridget Jones provavelmente vão adorar.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackPor trás das câmeras, Men in Trees tem como produtores executivos Jenny Bicks - uma das principais escritoras de Sex And The City - e o diretor da bela cinebiografia de Johnny Cash (Walk The Line), James Mangold. A audiência tem sido apenas razoável e a concorrência, apesar de boa, não tem incomodado tanto (Battlestar Galactica e Close To Home, em especial). A série andou pendente e correu o risco do cancelamento, mas, depois que quatro roteiros adicionais foram pedidos à produção para análise, notícias recentes garantem que ela ganhou pelo menos uma temporada completa.


Smith

This picture is hosted by ImageShackDizem que Smith era uma boa série. A entrevista com Ray Liotta no programa de David Letterman também deu uma ótima impressão prévia. Parece, portanto, que não foi por motivo de qualidade que a série já foi definitivamente cancelada. Ela nem consta mais da lista principal no site da CBS, mas vai estrear no Warner nacional assim mesmo.

O motivo real (alegado, pelo menos) foi a boa e velha falta de audiência, segundo os critérios loucos dos canais americanos. Mas, afinal, quase 10 milhões de pessoas é pouca coisa? Entre as séries dramáticas da CBS, era a menos assistida, mas ainda ganhava de outras redes. This picture is hosted by ImageShackA concorrência no horário nem era tão grande. Nas terças, às 10h da noite, Smith batia de frente apenas com Boston Legal e Law & Order: SVU. Basta rodar um pouquinho a internet e perceber que esse é um daqueles casos em que a série realmente valia a pena, deixou muitos fãs, uma audiência razoável e... ninguém explica decentemente esse cancelamento - que ainda por cima foi feito às pressas!

This picture is hosted by ImageShackO elenco de respeito, formado por Liotta (Goodfellas), Virginia Madsen (dona de um longo currículo que inclui Duna, Sideways, Frasier, The Practice e o recente Firewall), Shohreh Aghdashloo (X-Men: The Last Stand, House of Sand and Fog, vários capítulos de 24), Amy Smart (a "coma wife" de Scrubs, a Ruby de Felicity e a lourinha linda que causa o grande problema de Road Trip) e Simon Baker (o jornalista nojento em The Devil Wears Prada), entre outros, contava a história de um time de ladrões de alta estirpe que planejam crimes monumentais por puro hobby, enquanto mantêm vidas comuns à parte. Com uma história que, com variações, já foi mote de muitos filmes bacanas de ação, e ainda um elenco desses para enriquecer a história, tínhamos mesmo uma quase-garantia de qualidade.

This picture is hosted by ImageShackA única boa notícia para os fãs compreensivelmente revoltados com tal cancelamento arbitrário é que a CBS planeja lançar "webisódios" inéditos da série (capítulos disponíves apenas na internet), além de um release oficial contendo informações que definiriam o futuro dos personagens. Pelo menos os escritores e produtores da obra têm amor por sua criação,This picture is hosted by ImageShack enquanto os executivos tomam decisões que, às vezes, nem mesmo o dinheiro explica.

Algumas curiosidades extras: a música tema era Show Me How to Live, do Audioslave; Smith foi a primeiríssima série da atual temporada a ser cancelada, até mesmo sem tempo hábil para avaliar sua audiência e custo-benefício; e, apesar do nome, a série não tem qualquer relação com uma série para a TV baseada no filme Mr. & Mrs. Smith (do casal Brangelina), que foi anunciada há uns meses.


How I Met Your Mother

Essa série entra na coluna como uma exceção - não é estréia nos EUA, mas também não é aqui. Infelizmente, ela já é transmitida no Brasil pelo inexpressivo canal Fox Life, enquanto a Fox original, mais abrangente, prefere a horrenda Fran Drescher ou o completo tédio de uma Yes, Dear, por exemplo. Mas estamos falando da Fox... Não dá pra exigir muito, pobrezinhos...

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Apesar de alardeada como "a nova série de Alyson Hannigan" (de Buffy e American Pie), How I Met Your Mother na verdade tem como protagonista Josh Radnor (já visto em ER, Judging Amy e Miss Match) no papel de Ted, um arquiteto estupidamente ansioso em seus vinte e poucos anos. Seu melhor amigo, Marshall (Jason Segel, de Freaks and Geeks e CSI), decide que vai se casar com a namorada (Hannigan), e Ted entra em crise.This picture is hosted by ImageShack Junto a outro amigo, Barney (Neil Patrick Harris, o ex-"Dr. Doogie Howser, médico-prodígio"), ele vai tentar arrumar pra si mesmo "um amor para a vida inteira".

Nos Estados Unidos, a comédia já estreou há mais de um ano e está em sua segunda temporada, com sucesso de público e de crítica. O mais interessante de sua narrativa começa do título: "como eu conheci sua mãe" é a história que Ted conta para seu filho daqui a 25 anos.This picture is hosted by ImageShack A voz de Ted mais velho é feita por Bob Saget (um dos três pais de Full House), num recurso que lembra bastante Anos Incríveis com a narração do Kevin Arnold mais velho.

Os flashbacks daquele futuro, passados no nosso presente, mostram Ted encontrando e espantando seu primeiro grande amor logo que começa sua busca. A belíssima Cobie Smulders (vista há pouco no Brasil em The L Word e em Smallville) faz o papel de Robin, a "paixão de primeiro encontro" de Ted. O amigo Barney também não ajuda muito. O cara é daqueles boas-vidas que paquera até escocês de saia, se empolga com qualquer bobagem e se orgulha de ser superficial (pense no Chris de Freddie, por exemplo). Apesar do susto (e da recusa) inicial, Robin se junta ao grupo de amigos (Ted, Barney, Marshall e a noiva Lily) e a história transcorre daí.


Kidnapped

This picture is hosted by ImageShackUm rico e poderoso casal de Nova Iorque tem seu filho seqüestrado. O FBI é convocado, começam também investigações particulares e... claro, aquela família aparentemente perfeita tem um bocado de esqueletos no armário. Vê alguma semelhança com Vanished, acima?

Kidnapped foi cancelada depois de apenas 13 episódios produzidos, e a razão foi a de sempre: o índice Nielsen apontou a série como o 67º programa em termos de audiência. A NBC apenas se comprometeu a não tirar o programa do ar e a mantê-lo no mesmo horário até encontrar um substituto.

A série era protagonizada por dois nomes bem conhecidos, Timothy Hutton (coadjuvante em Kinsey, The General's Daughter e em mais uma pá de filmes) e Dana Delany (a mãe em Related e a Lois Lane nos desenhos da linha Animated Series, além de papéis em Presidio Med, Pasadena e mais um monte de séries). O filho raptado era interpretado por Will Denton, e um outro eterno coadjuvante de cinema, Delroy Lindo (Get Shorty, The Cider House Rules, Gone in Sixty Seconds, Sahara), fazia um agente do FBI.


The Knights of Prosperity

Lembra do boato sobre uma série que traria o Mick Jagger no papel dele mesmo? Pois é, ela até existiu durante um tempo, quase foi ao ar, ficou na pendura por um período indefinido (lá fora, chamam de hiato esse "tempo na relação") e parece que vai estrear mesmo no próximo mid-season americano. Tudo isso aconteceu por conta de um interminável vai-não-vai na produção.

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A série nasceu como "Let's Rob Jeff Goldblum", mas o canastrão homem-mosca se comprometeu com outro piloto. Então, pensaram em "Let's Rob Mick Jagger", mas, devido aos possíveis percalços, resolveram mudar para algo mais impessoal, e ela ficou definitivamente como The Knights of Prosperity. A premissa também continuou a mesma: um grupo de ladrões vagabundos planeja roubar o apartamento novaiorquino do líder dos Rolling Stones.This picture is hosted by ImageShack Jagger chegou a gravar algumas cenas para o piloto, mas depois ficou decidido que ele quase não apareceria - seria como uma participação especial esporádica e muito importante. E aí já era meio tarde pra planejar o resto.

O grupo de assaltantes é liderado por Donal Logue, o Sean Finnerty da ótima Grounded For Life, paramédico de ER e o melhor amigo de Johnny Blaze no filme Ghost Rider, que ainda vai estrear.This picture is hosted by ImageShack O cara está cansado de seu subemprego e recruta Gary (Maz Jobrani, que já esteve em Life On a Stick, ER, E-Ring, 24 e outras), Squatch (Lenny Venito, de NYPD Blue e The Sopranos), Rockefeller (Kevin Michael Richardson, que costuma aparecer mais como o dublador de dezenas de personagens em Family Guy e o Coringa em The Batman) e Louis (John Grisetti, em seu primeiro papel) para um golpe que pode mudar suas vidas.

Pra completar, sim, essa latina fantástica aí em cima é a mesma Sofía Vergara inacreditável que desfilava em Hot Properties. Mas esperamos que alguém tenha cuidado do sotaque e da voz dela, que naquela série eram poderosos broxantes. A colombiana faz o papel de Esperanza, mas sua função na série - além de nocautear a audiência masculina - ainda não ficou clara.


What About Brian

This picture is hosted by ImageShackJ.J. Abrams, o homem que inventou Alias, Felicity e Lost, também conseguiu algo raro com What About Brian: a ressurreição de uma série que ficou na pontinha do cancelamento. Brian teve uma curta primeira temporada no último mid-season americano, e a audiência quase sempre estava lá embaixo. Só mesmo Abrams para conseguir que ela não fosse para o limbo definitivo. Depois de seu retorno, a série surpreendeu e é um sucesso de audiência.

É claro que a assinatura de Abrams já é meio que um atestado de qualidade, como já puderam confirmar milhões de espectadores. Brian começou bem, mas sua audiência caiu quase de uma vez, especialmente por conta da concorrência (CSI: Miami, fortíssima, e Studio 60, que era "alguém" naquela época). A ABC, mal-acostumada com os arrasa-quarteirões Grey's Anatomy, Lost, Desperate Housewives e Ugly Betty, deu uma colher-de-chá meio relutante, mas Abrams conseguiu reerguer a série com uma revitalização geral nos roteiristas.

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O protagonista dessa "dramédia" de uma hora é Brian O'Hara, vivido por Barry Watson - praticamente um herói depois de encarar mais de dez anos da desgraça 7th Heaven. Brian tem um grupo de amigos em que todos são casados ou comprometidos, menos ele.This picture is hosted by ImageShack E o cara não está muito feliz com isso, ainda mais depois de se apaixonar pela namorada de seu melhor amigo justo quando o casal não decide se termina ou se amarra de uma vez. Ela é Marjorie (Sarah Lancaster, a Madison de Everwood e a estonteante "moça da lojinha de presentes" de Scrubs) e ele é Adam (Matthew Davis, o ex-namorado de Reese Witherspoon em Legally Blonde).

No grupo, há ainda Rosanna Arquette (After Hours, Pulp Fiction, The Whole Nine Yards) como a irmã de Brian, Nic, e seu namoradão italiano Angelo (Raoul Bova, de Under the Tuscan Sun). O outro casal é formado por Dave (Rick Gomez, de Sin City, Band of Brothers e Ray) e Deena (Amanda Detmer, de The Majestic e You, Me and Dupree), que já têm três filhas depois de 13 anos de casamento.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackLancaster esteve para deixar a série quando parecia que ela ia afundar, mas os roteiristas deram um jeito de criar uma virada na trama que pode até ter sido a grande vantagem de What About Brian para esta segunda temporada. Também para engrossar o elenco, foi introduzido mais um casal, formado por Amanda Foreman (Alias e Felicity) e Jason Winston George (Without a Trace e Bewitched). A aposta deu tão certo que, depois de cinco episódios na primeira e da encomenda inicial de 13 para a segunda temporada, a série acaba de ganhar episódios adicionais que devem formar uma temporada completa.

O canal Sony traz a primeira temporada agora no começo de novembro.


Six Degrees

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackO mesmo J.J. Abrams da série acima foi convidado para elaborar um novo drama "daqueles" para a ABC, depois que What About Brian parecia que não ia durar (e durou). O que saiu foi essa Six Degrees, mais um drama com interligações misteriosas e elenco numeroso como tantos que vêm aparecendo na TV americana.

A série parte da já conhecida teoria chamada "Seis Graus de Separação" (de onde até saiu o jogo hollywoodiano "Seis Graus de Kevin Bacon"). Pra relembrar, a teoria diz que cada pessoa no mundo está ligada a qualquer outra por, no máximo, quatro outras pessoas - você seria o número 1, vêm então no máximo quatro intermediários e a pessoa final formaria o sexto grau.

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackSendo assim, seis desconhecidos de Nova Iorque vão levando suas vidas até que, inadvertidamente, começam a alterar as vidas uns dos outros. Seus caminhos começam a ficar cada vez próximos, e os seis graus começam a diminuir entre elas. A série mexe com coincidências, destinos e com o conceito de interdependência entre as pessoas.

O elenco principal é formado por Bridget Moynahan (Coyote Ugly, The Sum Of All Fears), Erika Christensen (Traffic, Flight Plan e um bocado de pontas na TV), Campbell Scott (The Exorcism of Emily Rose e o rapaz com leucemia em Dying Young), Hope Davis (About Schmidt, American Splendor), Dorian Missick (The Manchurian Candidate) e Jay Hernandez (o "jovem Al Pacino" do recente Carlito's Way: Rise to Power).

This picture is hosted by ImageShackThis picture is hosted by ImageShackDiante do inesperado reerguimento de ER (na sua 13ª temporada!) e do sucesso de Shark, que a CBS traz no mesmo horário, Six Degrees teria de trazer uma trama realmente sólida. Mas Abrams andou vacilando e a audiência some aos montes a cada semana. Parece que não há excitação suficiente em apenas saber que o ato desse cara aqui alterou um pouco o dia daquela moça lá, sem que haja um conflito mais óbvio entre os dois. O resultado não empolgou os americanos e a série corre risco de cancelamento.

Mais uma vez, é Abrams quem vem garantindo a sobrevida. Para consertar a situação, ele chamou um dos produtores de Grey's Anatomy para assessorá-lo. A série foi obrigada a ceder espaço para eventos esportivos nos últimos dias (isso ocorre normalmente), e ainda não há qualquer notícia sobre seu futuro, além dos 10 episódios iniciais já encomendados.


Windfall

This picture is hosted by ImageShackA Fox nacional estreou essa série quando ela já tinha sido cancelada lá fora. Luke Perry, o velho Dylan de Beverly Hills 90210, vive Peter, um carinha comum que aposta na loteria junto com 20 amigos e conhecidos e acaba ganhando o maior prêmio da história - quase 400 milhões de dólares.

Aí, é aquela história... Gente pensando em como vai gastar, gente brigando por qualquer coisa, gente tentando passar a perna, gente mudando de vida, gente reclamando que está pouco e o que mais você puder imaginar. Afinal, num grupo de 20 pessoas, vai rolar de tudo mesmo...

O elenco dessa "dramédia" ainda trazia Sarah Wynter (a Kate Warner de 24), Lana Parrilla (a Sarah Gavin também de 24) e mais um bocado de gente menos conhecida. A série teve apenas 13 episódios e foi transmitida pela NBC no meio deste ano nos EUA, durante o mid-season, depois de ter sido recusada pela Fox.


Help Me Help You

Essa comédia é a nova tentativa de Ted Danson na TV. "Tentativa" é apenas modo de falar: Danson começou na televisão há mais de 30 anos, fez pontas em tudo quanto foi série da época e acabou como astro de uma das mais bem-sucedidas de todos os tempos, Cheers. Como se não bastasse, no fim da década de 90 ele ainda conseguiu emplacar a ótima Becker por seis temporadas (foi onde apareceram o Hurley e a nova assassina de Saw, lembra?).

This picture is hosted by ImageShackEm Help Me Help You, Danson interpreta novamente um médico (como o azedo Dr. Becker), mas agora é um psiquiatra que cuida de um grupo de pacientes com perturbações mentais das mais diversas. O negócio é que o terapeuta é o mais insano de todos e faz de tudo para esconder isso de seus pacientes. O nome da série descreve como ocorrem as sessões do Dr. Hoffman: terapia de grupo. E você imagina o que deve sair disso...

Apesar do astro principal, as grandes tiradas sobram mesmo é para seus pacientes e sua família. Enquanto o doutor se deixa levar pela fama de escritor de livros de auto-ajuda, seus pacientes dão muito mais trabalho do que ele gostaria. São eles a ninfomaníaca Darlene (Darlene Hunt, de I Heart Huckabees), o "confuso" metrossexual Jonathan (Jim Rash, de That '70s Show, o passageiro nervoso com a "falange" no último capítulo de Friends e ainda mais um montão de séries), a socialmente insegura Inger (Suzy Nakamura, de 8 Simples Rules e Curb Your Enthusiasm), o raivoso sentenciado Michael (Jere Burns, com passagens por incontáveis séries e talvez mais lembrado por Good Morning, Miami) e o apagadão suicida Dave (Charlie Finn, de Love,Inc. e do filme The Dukes of Hazzard).

A filha de Hoffman é interpretada por Lindsay Sloane (a Marcy de Grosse Pointe) e a "quase-ex-esposa" do médico, bem, ela é ninguém menos que a premiada mãe de Malcolm, a excelente Jane Kaczmarek. Só pra completar, o namorado (escondido) da esposa é o bom e velho Biff de Back To The Future, Thomas F. Wilson.

Já se vão 13 episódios produzidos ou em produção. A crítica tem adorado, a audiência tem respondido bem e quatro novos roteiros foram encomendados à produção como sinal de confiança da ABC no futuro da série. Parece que tudo correrá bem para o bando de doidos.

***

Como na coluna anterior, vamos dar uma palhinha de algo relacionado a essas estréias: séries que a gente nem conhece direito, mas que mereciam um lugar na TV brasileira. Vamos ficar com duas: Extras e Iconoclasts.

This picture is hosted by ImageShackA primeira é filha do mesmo Ricky Gervais genial que legou ao mundo a série original britânica The Office e depois a adaptou aos EUA. Em Extras, um belo dia, Andy Millman (Gervais) resolve largar seu emprego vagabundo e vai perseguir o sonho de ser ator. É claro que, na cabeça dele, a nova carreira seria bem diferente... Andy nem mesmo consegue papéis com falas, e acaba passando mais tempo de papo com os outros figurantes do que propriamente atuando. Pra piorar, o anti-herói ainda tem um jeitinho especial de se desentender com os astros, ao sempre tentar conseguir uma linhazinha de texto mixuruca. Ao seu lado, a amiga bem-intencionada Maggie (Ashley Jensen), também trabalhando como extra, nunca consegue se dar bem.

Extras teve duas temporadas de sucesso na Inglaterra (só 12 episódios ao todo) e encerrou suas atividades agora em outubro. Cada episódio trazia o nome do ator "importante" com que Millman contracenaria.This picture is hosted by ImageShack Entre eles, Samuel L. Jackson, Ben Stiller, Kate Winslet (em episódio muito comentado), Daniel 'Harry Potter' Radcliffe, David Bowie e Ian McKellen. Até Chris Martin, do Coldplay, teve um episódio com seu nome! Um monte de gente conhecida vivia pedindo para fazer pontas nessa série, e ela foi elogiada também nos EUA e em qualquer lugar do mundo onde foi transmitida.

Iconoclasts não se encaixa bem no perfil de séries como as que estão acima.This picture is hosted by ImageShack Está mais próxima de um programa jornalístico, uma série de curtos documentários (meio como Penn & Teller: Bullshit!), que tratam não apenas de cultura pop, mas de cultura em geral e do pensamento de celebridades dispostas a falar a respeito de coisas simples.

A grande sacada desse programa "destruidor de ídolos" - e "fazedor" de gente comum - é que ele elimina as diferenças entre apresentador, entrevistador e entrevistado. Cada show de uma hora traz duas pessoas famosas e/ou visionárias em suas áreas de atuação que se admiram mutuamente, já são amigas ou então têm curiosidade a respeito do trabalho da outra pessoa.This picture is hosted by ImageShack E, a partir do encontro, uma vai entrevistar a outra e vice-versa; ídolos viram fãs e fãs viram ídolos, e com isso as perguntas são geralmente aquelas que você mesmo gostaria de fazer.

Um exemplo é o episódio que reuniu Eddie Vedder e o surfista profissional Laird Hamilton, que há alguns anos revolucionou a técnica e a prática do surfe no mundo. Hamilton adora a música e a postura de Vedder, enquanto o líder do Pearl Jam é, secretamente, um surfista inveterado e grande admirador de Hamilton. A conversa sempre se transforma, então, num papo agradável para os dois, e o público fica sabendo de um monte de coisas no processo.

This picture is hosted by ImageShackIconoclasts vai ao ar pelo pequeno Sundance Channel e tem como produtor-executivo o idealizador do canal, Robert Redford. A série estreou há um ano com seis episódios e acaba de começar sua segunda temporada com mais seis. Entre os participantes, já tivemos Samuel L. Jackson com Bill Russell, Tom Ford com Jeff Koons, Brian Grazer com Sumner Redstone, Renée Zellweger com Christiane Amanpour, Mario Batali com Michael Stipe e Robert Redford com Paul Newman, relembrando a antiga parceria de Butch Cassidy and the Sundance Kid (de onde Redford tirou o nome do instituto, do canal e do festival de cinema independente Sundance).

No futuro próximo, teremos Mikhail Baryshnikov com Alice Waters, Quentin Tarantino com Fiona Apple (imperdível!), Isabella Rossellini com Dean Kamen, Paul Simon com Lorne Michaels e Dave Chapelle com Maya Angelou, além do episódio de Vedder e Hamilton já transmitido.

Soube que o canal GNT pretende trazer a série para o Brasil em breve (dia 20 de novembro é a data que foi passada). O programa começará do começo mesmo, com Samuel L. Jackson e o ex-NBA Bill Russell. Estamos no aguardo! This picture is hosted by ImageShack