Serial Frila: Pedaços de grade

02 maio 2006

Pedaços de grade

(publicado originalmente em 2 de maio de 2006)
(revisado e republicado aqui em 24 de novembro de 2006)


A coluna da semana vai em forma de blog. Eu poderia falar que há todo um lance experimental, da ordem das revoluções de costumes relacionadas às novas tecnologias e que o ciberespaço permite a construção de... yada-yada-yada... Mas na verdade é porque o trabalho aperta e só dá pra elaborar tópicos mesmo. Montar como blog foi uma "solução criativa" (mentira, foi falta de tempo também).



Aumenta a zona no escritório

This picture is hosted by ImageShackPerdeu The Office na semana passada? Tentou ver a reprise na quinta? Pois é, não teve. O FX meteu os pés pelas mãos e acabou pondo no ar um capítulo inédito também na quinta - o mesmo inédito que deveria passar só no último domingo, e efetivamente passou.

Conclusão: você perdeu mesmo o da outra semana (mas calma, vai haver dois milhões de reprises, que a gente sabe...), viu um inédito antes da hora, viu o mesmo "inédito" de novo no domingo e, se ligar na quinta agora... lá estará o mesmo episódio outra vez.

Postado por: Rodrigo | 9:17 | 2maio2006 | Permalink


Momento "fumei um e vi Lost" da semana

No episódio de Lost desta semana, notei algo que me pareceu uma contra-referência aos números "mágicos" - eles não aparecem claramente, mas seqüências do episódio podem nos levar a eles.

This picture is hosted by ImageShackMr. Eko contou a história bíblica da descoberta de um certo "livro da lei" durante o reinado de Josias em Judá. O trecho do Velho Testamento que contém essa história se chama Segundo Livro de Reis. É o 12º livro da Bíblia completa. Algum doido poderia sustentar a referência de que 12=4+8, mas eu acho que esse tipo de raciocínio força a barra...

Mas a parte sobre Josias, o rei mencionado na história de Eko, está mesmo nos capítulos 22 e 23. O versículo 8 de 22 (ou seja, 22:8) diz: "Achei o livro da lei na casa do Senhor". O 22:16 diz: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus habitantes, conforme todas as palavras do livro que o rei de Judá leu".

O número 23 é um dos nossos velhos conhecidos. O capítulo parece não ter menção especial relacionada aos outros números. Por outro lado, o conteúdo como um todo pode ser uma bomba! Em Lost, uma coisa bastante importante estava dentro do livro de Eko: a "lei" de não usar o computador para outros fins, sob pena. Pois o capítulo 23 de Reis 2 narra justamente a reforma do templo em Judá segundo as leis encontradas no "livro da lei do Senhor".

This picture is hosted by ImageShackAgora, você junta tudo: Michael, sem querer, quebra a "lei" ao fazer contato com um Walt fantasma por meio do computador. Teremos agora os males conforme descritos no vídeo ou teremos uma "reforma do templo"? Ou dá tudo na mesma? E o Dharma, então, impôs essa lei e deve ser considerado "O Senhor" na ilha?

Enquanto meu contato no hospício não chega com as respostas, vou postar uma imagem que montei há um tempo, só por curiosidade. É o momento em que Hurley cruza o aeroporto num veículo para deficientes físicos, na primeira temporada:

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E quando Kate saiu do escritório de seu pai, alguém notou uma placa na porta de vidro, dizendo "BUILD YOUR FUTURE", bem típica de serviço militar? Além disso, bem, ele é militar. E não é exatamente pai dela. Pode ser chifre em cabeça de cavalo, mas também pode ser uma pista incompreendida. Quando a gente não sabe nada, tudo pode ser pista...

Postado por: Rodrigo | 23:42 | 2maio2006 | Permalink


"I see dead people", vol. 35

This picture is hosted by ImageShackSe você é fã das atuais dezenas de séries sobrenaturais da TV, fique esperto para uma outra Allison que não a DuBois (de Medium). A personagem é Alison Mundy e a série se chama Afterlife (no Brasil, Outras Vidas - pra variar, um nome nacional babaca que foge do sentido original).

Não se trata de um aviso do tipo "fique de olho no próximo hype da TV", nada disso. É só uma dica mesmo. Mas, justamente devido ao sucesso na Inglaterra e na Austrália, a série britânica já está com uma segunda temporada em desenvolvimento. Talvez dê pra você pegar reprises dos seis capítulos iniciais no canal People&Arts, todo sábado às 19h.

Resumão do conteúdo: médium incompreendida e atormentada busca vida nova e é acompanhada por um cientista cético que acaba se interessando quando o assunto fica pessoal para ele. O resto você procura no Google. Atente para o fato de que o nome dela aparece escrito de tudo quanto é jeito: "Monday", "Munday", "Mundi", "Munde", tudo errado. No IMDB, no release oficial da ITV sobre a série, na Wikipedia e em outros lugares confiáveis, o nome é Mundy. O resto é povo que não se preocupa em fazer uma pesquisa, passa informação errada e vai atrapalhar sua busca. Ignore, e boa série!

Postado por: Rodrigo | 0:35 | 2maio2006
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A comédia que é o drama de hospital

This picture is hosted by ImageShack(Esta entrada foi bastante modificada com relação ao texto original. A errata já havia sido publicada na coluna seguinte e foi agora incorporada ao texto original, abaixo.)

Related deu mesmo o pulo na semana passada. Sem dúvida, vimos o pior capítulo da série até agora, forçado, apelativo, choradeira, inconsistências... Foi o episódio passado no hospital, porque a irmã mais velha perdeu o bebê.

Enquanto isso, em outro hospital, Grey's Anatomy continua sua lenta escalada rumo a sabe-se lá onde. O capítulo mais recente foi aquele divulgado pelo Sony como tendo "Patricia Arquette como convidada especial". E tome warnerismo no Sony: era Rosanna Arquette, irmã da Patricia (de Medium), com quase nenhuma semelhança física. Alguém tem a obrigação de saber a diferença? Um canal de televisão tem! No meio da semana, alguém finalmente percebeu a besteira. Refizeram a locução da propaganda simplesmente excluindo a parte da participação e deixando sem narração alguma por cima.

This picture is hosted by ImageShackMas legal mesmo foi ver a alfinetada de Scrubs na novata em ascensão: "parece até que eles acompanham a vida da gente e fizeram um programa de TV!" Um amigo tinha me chamado a atenção pra isso há um tempos, logo que GA começou - e é verdade. Se você tomar grandes temas centrais, como solidão, amizade, rejeição, fé, família, etc., e adaptar para um drama vazio, vai ter Grey's Anatomy; se fizer uma comédia com toques dramáticos, terá Scrubs - que veio bem antes e sabe correlacionar temas e personagens de formas muito mais criativas.

Considerando que a série do Dr. McDreamy vem perdendo audiência direto lá fora, e o principal motivo alegado por fãs e crítica é justamente fraqueza de roteiro, eu não sei se esperaria boas notícias. Começou bem, engrenou estranho e vem piorando progressivamente. Pena. Quem sabe as críticas dão um empurrão?

Postado por: Rodrigo | 0:33 | 2maio2006 | Permalink


Joey "Tribaney" ataca outra vez!

This picture is hosted by ImageShackVocê viu a propaganda nova de Joey, certo? Não bastou errarem uma vez, há algum tempo. Agora, mesmo depois de a legenda (milagre!) e Carmen Electra dizerem certo, o locutor tasca um novo "Joey Tribaney" no nosso ouvido! O canal Warner comprova mais uma vez que ninguém de lá assiste às suas próprias séries!

Aliás, esse povo não dá um sossego mesmo. Você conhece o filme "Onze Semanas e um Segredo"?? Ninguém conhece, só o locutor do canal... Segundo ele, foi o que passou no último sábado, aquele com Brad Pitt e George Clooney.

Mais tosco ainda é você entrar no site em português do Warner - todo fresco, feito em um flash desnecessário - e boa parte estar em espanhol ou com erros crassos, como "mensajem". Tenta enviar feedback, dá erro em todas as vezes.

This picture is hosted by ImageShackNão dá pra levar a sério mesmo, é um canal que não existe. Alguém pega umas fitas e põe pra rodar na máquina, e só. Grande respeito pelo espectador... "Opiniões, há muitas, mas no final", o Warner está sempre errado mesmo! Inclusive porque a (péssima) série da Amanda Bynes já foi pro saco...

Postado por: Rodrigo
0:00 | 2maio2006 | Permalink



What the hell is wrong with these people??

Já virou fato corriqueiro o pessoal reclamar que alguma telessérie é "chocante demais", "inapropriada" ou, sob qualquer outro argumento, que aquilo não deveria estar na TV. Em muitos casos é puro exagero e puritanismo; em outros, claro, não há como discordar.

This picture is hosted by ImageShackMas a coisa mais chocante na TV atualmente não é uma série. Está no programa de Oprah Winfrey (no Brasil, pelo GNT) e se chama Debt Diet. Trata-se de um quadro especial do programa, no qual famílias ultra-endividadas são aconselhadas por "especialistas em economia" (seja lá que diabos...) para conseguirem sair do buraco.

Ok, você nunca viu isso na TV e está imaginando aquele pessoal com sete filhos morando num barracão de dois cômodos, vivendo com um salário mínimo e juntando latinha de alumínio pra completar a renda. Não estamos nem perto disso.

Pense na sua família (e vamos supor um bocado de agora em diante!), com uma renda modesta, porém satisfatória. Dá pra pagar um acesso modesto à internet e uma TV a cabo, dá pra comprar comida numa boa e fazer uma bobagenzinha uma vez por mês.This picture is hosted by ImageShack Ninguém se mata pelo plano de saúde e a coisa só fica feia mesmo quando tem de levar o carro pro mecânico ou quebrar uma parede infiltrada. Talvez você conheça essa vida.

Pois as tais famílias que vão ao Oprah Winfrey Show para repensar seus gastos estão bem acima desse nível de vida. Mas muito acima mesmo!

O que é realmente chocante é ver uma família se dizendo "prestes a declarar falência", enquanto mantém carros para papai, mamãe e mais dois filhos adolescentes. Fusquinha? Nunca! Todos são carrões beberrões americanos que, de fato, custam bem menos que aqui. Mas vou deixar pra você imaginar em quanto fica a manutenção disso.

Desesperador mesmo é ver uma família inteira chorando na TV por falta de dinheiro, enquanto mantém 12 cartões de crédito atrasados e "não sabe o que fazer com eles". O marido ganha bem, a esposa trabalha em meio período e até algum dos filhos tem seu primeiro emprego pra dar uma força (a si mesmo), quando tem.

Ridículo demais é uma família ficar no vermelho em mais de US$ 2.000,00 todo mês porque todos se recusam a lavar roupa. Ao invés disso, jogam fora as peças semi-usadas para comprar mais. Só se dão conta do papelão quando aparece a reportagem, o analista econômico mostra o valor economizado e os nossos "pobres" homens-das-cavernas-urbanas-high-tech se desmancham em frente à câmera.This picture is hosted by ImageShack Enquanto isso, os filhos adolescentes xingam tudo e todos, porque foram criados na base da gastança e não sabem o que é ouvir um "não".

Patético de verdade é a mamãe sair pro supermercado com um inédito "limite de orçamento" (bem além do necessário, vale dizer), conseguir a façanha de comprar tudo certo só prestando atenção, olhar para a câmera com a cara mais imbecil do mundo e exclamar "Oh, my God, I did it! I never thought it would be possible! Not bad for my first time!".

Olha, num dos programas foi discutido o fato de a família manter uma fachada de conforto frente a outras pessoas. Convenhamos, manter uma fachada de qualquer natureza é coisa que todos nós neste mundo fazemos, em algum momento. Estar quebrado e tentar manter uma aparente dignidade sem ficar gastando os tubos chega a ser louvável, em certo sentido. E é bem possível: uma vez que as pessoas acreditam, elas tendem a continuar acreditando e você não teria de fazer muito para dar o tempo de se reerguer. Mas gastar o que não se tem para manter aparências pros amigos, e só?? O nome disso é burrice, pura e simples.

Eu não gostaria de generalizar, sinto mesmo que não estaria sendo justo. Então, prefiro lançar a extensa pergunta para quem quiser responder para si ou no email aí ao lado: tendo em vista que todas (literalmente todas) as pessoas retratadas no tal quadro são gente de vida comuníssima, com aparência normal e saudável e que, com certeza, aprenderam a somar e subtrair em alguma escola pública de qualidade razoável (não entremos no mérito da matemática financeira) e são dotadas do mesmo cérebro humano de quem escreveu este texto e de quem está lendo... será que todos os americanos são assim??

This picture is hosted by ImageShackAfinal, aqui na nossa terra, a maioria das pessoas daquele mesmo nível aprende desde cedo a olhar preços no supermercado; aprende a gastar o que tem e só extrapolar um pouco quando tiver possibilidade de pagar dali a pouco; aprende que bancos ganham uma grana absurda em cima de seus clientes; que cartões de crédito, contas de água, luz, telefone, celular, condomínio, internet, plano de saúde e quaisquer outras geram multa ao passar do vencimento.

Se qualquer recém-nascido sabe disso e se aquele povo todo não tem como ser muito doente ao mesmo tempo, então o que passa na cabeça deles pra gastar daquela maneira sem terem a mínima noção do que estão fazendo? Pode ser, sei lá, um caso de transtorno obsessivo-compulsivo coletivo de que eu ainda não tinha ouvido falar.

(Nota da republicação: na época, foram recebidos pelo menos três feedbacks a respeito dessa questão. Os três vieram em ótimo português e com muito bom embasamento. Foram unânimes em dizer que não apenas os americanos gastam assim regularmente, mas que esse é praticamente o único comportamento conhecido e adotado em massa no país).

Postado por: Rodrigo | 3:1416 | 2maio2006 | Permalink


Detalhes de um lado, resumo do outro

Hah!

This picture is hosted by ImageShackEntão, você esperava mesmo que um episódio de Desperate Housewives tratando só de recapitulação, mas chamado All The Juicy Details ("todos os detalhes suculentos"), fosse trazer alguma revelação, ou pior, algum detalhe de verdade, né?

Relembre comigo as suas aulas de redação: quando faz um resumo de alguma coisa, você preserva o quê? Os pontos principais. E exclui o quê? Os detalhes! O nome do episódio já era uma enganação por si só! Não se deixe levar na próxima.

Pelo que eu lembro, o Sony divulgou o episódio apenas como recapitulação mesmo, sem o sensacionalismo pretendido no título e sem relação com os dois ridículos especiais da temporada passada (um estrangeiro bem ruim e um nacional mais porco que TV aberta). Seria ponto pro canal. Na melhor das hipóteses, fica tudo empatado por conta da besteira na propaganda de Grey's Anatomy.

Postado por: Rodrigo | 90:210 | 2maio2006 | Permalink


Cable guys

Se a TV paga já representa não sei quantos por cento da audiência televisiva, como diz a propaganda insistente, suspeito de que já passou da hora de alguém cobrar no mínimo alguma organização profissional nesse setor, não é?

Se "a união faz a força" e as minorias nunca têm razão, talvez agora os consumidores de programação a cabo mereçam algum respeito, finalmente. Talvez agora, mas nunca antes; afinal, continuamos sendo minoria. Infelizmente para a maioria, que amarga a ridícula programação aberta sem opção...

Enquanto isso, os comerciais mal feitos da NET continuam testando a paciência do público em todos os canais a cabo e em todos os blocos comerciais de todos os programas. Sai um antigo, entra um novo para mais 6 meses e cinco mil exibições por canal.

Postado por: Rodrigo | 5:60 | 2maio2006 | Permalink


Uma estátua de ébano em Wisteria Lane

This picture is hosted by ImageShackNão sei a opinião geral, mas eu criei asco daquela moradora nova de Desperate Housewives, a do filho assassino. Não da personagem, mas da atriz mesmo.

Alfre Woodard até agora não alterou sua expressão facial em qualquer minuto. A cara é sempre a de quem está, ao mesmo tempo, louca pra ir no banheiro e a fim de te estrangular de raiva: preocupação, olhos arregalados, dentes trincados e nenhum músculo se move.

Antes de ela entrar na série, Oprah Winfrey exibiu em seu programa uma sátira de "nova moradora negra chegando a Wisteria Lane", como tinha sido anunciado pelos produtores, mas com a própria Oprah no papel. Apesar de francamente humorística, a brincadeira ficou dezenas de vezes melhor que a real participação de Woodard, bastante esquecível até agora. This picture is hosted by ImageShack

Postado por: Rodrigo | hst:lvst | 2maio2006 | Permalink