Serial Frila: F5 na TV (parte 3)

20 novembro 2006

F5 na TV (parte 3)

This picture is hosted by ImageShackAté que enfim, chegamos à terceira e última parte dessa cobertura das estréias. Foi tanta coisa que... Pode apostar que deu trabalho saber de cada uma, viu? Espero que o leitor já tenha visto a parte 1 e a parte 2 - ainda que não haja qualquer seqüência entre elas.

Ah, se os canais a cabo brasileiros tivessem tanto cuidado e tanta dedicação com as séries quanto nós, fãs, temos... O trabalho pago dos nossos canais fajutos não vale metade do trabalho gratuito que é feito internet afora. O que a gente vê todo dia na TV continua sendo a legendagem porca (relembrando: alguém é pago pra fazer isso!), as mudanças de horários sem aviso, espanhol como português, desrespeito à ordem dos capítulos, compras "espetaculares" de séries canceladas, falta de sincronia entre áudio e vídeo e atrasos de mais de um ano entre temporadas.

É provável que tudo isso continue como está, então não adianta reclamar com os tais canais que não estão nem aí. Vamos logo ao que interessa. Mais uma vez, é bom avisar que só estão aqui as estréias, sem as reestréias. A ordem é aleatória e todas as séries estrearam recentemente no Brasil ou nos EUA - e algumas em ambos.


Courting Alex

This picture is hosted by ImageShackJenna Elfman era a grande atração da antiga série Dharma & Greg. No auge, ela ainda co-estrelou no cinema os razoáveis Edtv e Keeping The Faith. Loura, alta, engraçada, lindíssima (e infelizmente adepta da cientologia), é um daqueles raros exemplos de profissional que junta a atração óbvia - mulher bonita sempre dá audiência - com a difícil competência pra fazer rir. Há pouco tempo, pôde ser vista numa ponta em Two And a Half Men e destruiu mais do que nunca.

Infelizmente, Courting Alex é só mais uma passagem fugaz da atriz pela TV. Pudera: a premissa é surrada, o desenvolvimento é previsível e o roteiro, cheio de piadas sem graça, nunca empolga.

Elfman é a advogada Alex Rose, que vive naquele velho esquema do "tão competente na profissão que se esqueceu da vida pessoal e ficou solteirona". Já viu isso, certo? Pois já viu também que ela vai ter amigos, vizinhos e colegas de trabalho que vão fazer de tudo pra reverter essa situação. O pai, inconformado, também vai interferir e empurrar algum candidato. O título se refere ao "cortejador" Stephen, interpretado por Josh Stamberg (Must Love Dogs, Kate & Leopold, Over There, Love Monkey), justamente o advogado famoso "escolhido" pelo pai dela (interpretado pelo nosso velho conhecido Dabney Coleman, de Tootsie, Stuart Little, You've Got Mail e mais uns trezentos papéis). Ou seja, tudo de acordo com o clichê.

De tão mal-recebida que foi a série, apenas oito dos 13 episódios produzidos foram exibidos nos EUA. O elenco ainda contava com Josh Randall (o amigão de Ed e um dos namorados de Elliot em Scrubs), Jillian Bach (com passagens por um monte de séries) e o inglês Hugh Bonneville (Notting Hill).


The Unit

This picture is hosted by ImageShackA série The Unit já é meio que notícia antiga, mas só porque estreou no Brasil um pouquinho antes das temporadas de Sony e Warner. Sua concorrência nos EUA é grande: House, Dancing With The Stars e Law & Order: Criminal Intent, além de Veronica Mars correndo por fora (e perigando na audiência exatamente por causa desse horário).

Longe, portanto, de ser "uma das séries mais assistidas da TV americana", como anuncia erroneamente a Fox brasileira (com 13 milhões de espectadores em tempos de reprises das séries regulares, hoje ela apenas belisca o Top 20), The Unit vem tendo boa aceitação e já conseguiu uma segunda temporada curta, depois de estrear com os habituais poucos capítulos de uma série de mid-season. Fica no mesmo patamar de Old Christine, por exemplo: série de relativo sucesso no horário regular que nasceu como tapa-buraco mid-season.

This picture is hosted by ImageShackO drama conta a história de uma força especial e secreta do governo, cujos membros têm de cumprir suas missões enquanto viajam pelo mundo carregando suas famílias e vidas pessoais. As grandes atrações em termos de elenco são, sem dúvida, Dennis Haysbert (que se eternizou como o canastraço Presidente Palmer de 24) e Scott Foley (mais famoso por Felicity e Scrubs). Haysbert é o comandante das missões, na pele do Sargento Blane, enquanto Foley é justamente o novato da companhia, Bob Brown. Os coadjuvantes contam com Robert Patrick (o agente Doggett de The X-Files e ninguém menos que o T-1000 de Terminator 2), Max Martini (o agente Goodrich de 24), Regina Taylor, Demore Barnes, Audrey Marie Anderson (Point Pleasant), Michael Irby e Abby Brammell.

Um dos pontos mais fortes de The Unit está atrás das câmeras. O criador da série é o premiado roteirista de cinema David Mamet (Hannibal, Ronin, Wag The Dog, The Untouchables, Glengary Glen Ross), que a concebeu a partir das pesquisas que fez para seu filme Spartan, sobre o seqüestro da filha de um alto oficial do governo americano. Se Mamet garante a inteligência dos roteiros, Shawn Ryan, produtor de The Shield e Angel, fica a cargo das ótimas cenas de ação.

É pena que uma grande série de ação como The Unit permaneça como série de mid-season. Provavelmente, se daria melhor que muita coisa recentemente cancelada e que ocupava horários nobres na TV americana "regular".

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Shark

Os dramas de tribunal andam em alta entre as séries americanas. Shark é mais um exemplo desse filão, mas com um detalhe que pode fazer a diferença: assim como em House, a série é mais centrada no profissional (lá é um médico; aqui, um advogado), em seus ideais, suas esquisitices, seu modo muito particular de trabalhar e suas táticas barra-pesada aprendidas com anos de cadeira. O caso em questão costuma ser uma "boa desculpa" pra isso tudo aflorar nos episódios.

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No papel principal está James Woods, que se sai muito bem em sua escolha por um papel forte na TV, ao invés de continuar amargando eternos coadjuvantes de luxo no cinema. Até porque Shark já ganhou ordem para uma primeira temporada completa, depois de conquistar mais de 14 milhões de americanos como uma das grandes estréias da estação, ao lado de Heroes, Ugly Betty e outras que já mencionamos.

Muito "coincidentemente" chamado Sebastian Stark (sendo que "shark" é uma gíria bem comum para "advogado" nos EUA), o personagem principal um dia descobre que seu trabalho como defensor de criminosos ricos traz mais miséria que felicidade ao mundo, e então decide mudar o rumo da carreira. Só que ele pretende manter sua bem-sucedida abordagem agressiva, agora como um promotor público que só atua em casos de alta responsabilidade. Nesse caminho, o experiente advogado vai, claro, chocar seus jovens colegas promotores o tempo todo, impressioná-los tanto para bem quanto para mal e "reeducá-los" ao introduzir sua pragmática "Filosofia dos Três Mandamentos" no nobre trabalho da promotoria.

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Nos papéis coadjuvantes estão as também já conhecidas Jeri Ryan (Boston Public, Star Trek: Voyager, The OC) e Sarah Carter (com pontas em um monte de séries, incluindo Smallville e Numb3rs). Samuel Page (Point Pleasant, American Dreams), Alexis Cruz (Touched By an Angel), Sophina Brown e Danielle Panabaker completam o elenco.

O piloto e o segundo episódio foram dirigidos por Spike Lee (enquanto concluía o ótimo Inside Man). Consta que James Woods, ao aceitar o papel, salvou Shark de um "cancelamento prévio" e vem levando a série nas costas, com atuações memoráveis a cada capítulo - o que mais uma vez lembra Hugh Laurie e a trajetória de House. Mas os fãs do ator não precisam se preocupar: "James Woods" vai continuar sendo também o nome do colégio e do bosque de Family Guy.


Dexter

This picture is hosted by ImageShackTaí uma série ainda meio desconhecida que vem recebendo recomendações efusivas de quem normalmente sabe do que está falando. E todos dizem o mesmo: "assista rápido!" Além de ler isso em diversos lugares, já fui aconselhado pessoalmente pelo menos duas vezes e estou para dar uma olhada assim que possível.

Pra assustar logo de pronto, a premissa chocante: Dexter Morgan é o nome do personagem principal, que poderia ser descrito como um serial killer sui generis. Quando criança, Dexter sofreu abusos, ficou seriamente traumatizado e provavelmente já vinha carregando algum componente genético meio hardcore. Adotado por um policial que soube reconhecer logo as tendências homicidas do garoto, Dexter cresceu aprendendo que, se não pode lutar contra sua natureza, deveria então utilizá-la para algo de bom.

Hoje, ele é um respeitado analista da polícia de Miami, especialista em rastrear sangue. É querido e considerado uma pessoa refinada e de hábitos particulares por aqueles que o cercam, geralmente visto apenas como "meio distante". Mas ninguém conhece o Dexter real e seus talentos inatos, que ele põe em prática com muito prazer em suas horas de folga. Suas vítimas serão exclusivamente os criminosos cruéis e irrecuperáveis que ele fica conhecendo em seu trabalho e que estão soltos por brechas na justiça, em especial outros serial killers. Não apenas Dexter intui rapidinho o modus operandi dos assassinos como também sabe eliminá-los com muita eficiência, sem deixar traços. E, claro, assim ele pode dar vazão ao seu verdadeiro eu e ser um psicopata mais feliz.

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Boa parte dos elogios tem ido para a atuação de Michael C. Hall, o protagonista, mais conhecido como o filho gay Dave Fisher em Six Feet Under. Dizem que o que mais impressiona é a distância que Hall soube construir entre Dave e Dexter, em especial pela narração em off que revela a forma de pensar um tanto perturbada do anti-herói.

A série também vem chamando a atenção por sua premissa inusitada, baseada no romance Darkly Dreaming Dexter, e pelo desenvolvimento surreal dos episódios. O restante do elenco é formado basicamente de rostos desconhecidos ou quase: Jennifer Carpenter (a exorcizada do filme The Exorcism of Emily Rose), Erik King (National Treasure, Oz), David Zayas (mais visto em Oz), Julie Benz (a Darla de Angel e Buffy), James Remar (North Shore, Blade: Trinity, Sex And The City) e Lauren Velez (Numb3rs, Oz), entre outros.

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Quem transmite Dexter lá fora é o canal a cabo Showtime, o mesmo que já nos legou Brotherhood, The L Word, Penn & Teller: Bullshit, Weeds, Masters of Horror e que quase comprou Arrested Development simplesmente para não deixar a série acabar. Só por isso a maioria das novidades do canal já sai ganhando pontos. Infelizmente, quem vai exibi-la no Brasil é o canal de alta "cualidade" FX. É uma notícia boa... mas muito ruim: significa que a série vai passar no Brasil, mas ninguém vai saber quando estréia, qual será seu horário (fixo?) na semana e qual será o teor de cada episódio, uma vez que as legendas do FX não falam português.

A primeira temporada de Dexter ainda está na metade, nos EUA, e teve só 12 capítulos. Mas o Showtime gostou tanto que já encomendou 12 novos episódios para compôr uma segunda temporada antes do meio do próximo ano.


Top Chef

This picture is hosted by ImageShackThe Restaurant, Hell's Kitchen, um bando de gente sem muito o que dizer, tentativas de se descobrir quem cozinha melhor que o outro... Isso tudo não parece sempre igual? Pois é, é mesmo sempre igual, como todo reality show que se (des)preze. Que falta faz um roteiro cheio de ficção e mirabolâncias, meu Deus!

Top Chef é mais do mesmo, com a possível diferença de que agora os chefs iniciantes disputam entre si, com provas culinárias, pra ver quem ganha uma bela grana, uma reportagem, um jogo de Ginsu... Ou seja, é aquilo tudo acima e mais o lixo descabido de America's Next Top Model. Show de originalidade!

Essa tristeza teve 12 episódios como primeira temporada, mas já ganhou uma segunda (que está na metade lá fora), com outras 13 pelejas.


Criminal Minds

This picture is hosted by ImageShackAssim como How I Met Your Mother, também Criminal Minds aparece mais ou menos como uma exceção nestas colunas de estréias. Isso porque a série começou sua primeira temporada no Brasil em julho, bem quietinha, no canal AXN. Mas é a segunda temporada nos EUA que vem ganhando destaque por uma razão muito peculiar: ela anda tirando o sono de J.J. Abrams, Carlton Cuse e Damon Lindelof, grandes encarregados de Lost, da qual é concorrente direta.

Lembra do chefão dos ceifadores na saudosa Dead Like Me? Pois em Criminal Minds, Mandy Patinkin é mais uma vez o cabeça de um grupo de caçadores. Agora, em vez de levar a morte, ele busca evitá-la: sua equipe é composta por agentes do FBI especializados em rastrear serial killers por meio da análise de suas mentes criminosas (daí o nome da série). O objetivo da Unidade de Análise Comportamental do FBI é estudar cenas de crimes, entender como o agressor agiu, antecipar a ação dos psicopatas e prendê-los antes que ataquem a próxima vítima.

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Além de Patinkin no papel do especialista em comportamento Jason Gideon, a equipe conta com o agentes especiais Aaron Hotchner (Thomas Gibson, de Dharma & Greg), um ex-advogado que faz o tipo simpático e confiável, e Derek Morgan (Shemar Moore, visto em Birds of Prey), que se destaca por conhecer bem os crimes de natureza obsessiva, pela fidelidade ao grupo e por não hesitar em usar força bruta. O jovem Dr. Spencer Reid (Matthew Gray Gubler, pontinha em The Life Aquatic with Steve Zissou) faz o papel do cérebro de plantão da equipe, com três PhDs e a perturbada genialidade de um superdotado.

This picture is hosted by ImageShack This picture is hosted by ImageShackA técnica em áudio e vídeo Penelope Garcia (Kirsten Vangsness) traz um pouco de cinismo geek, enquanto a empolgação jovial em pessoa é a bela agente especial Jennifer "JJ" Jareau (A.J. Cook, de Tru Calling e The Virgin Suicides). O time original ainda conta com a agente Elle Greenway (Lola Glaudini, vista recentemente em ER, Crossing Jordan e The Sopranos), que carrega uma motivação pessoal para suas ações, o que sempre pode levar a fatalidades. Na segunda temporada, Paget Brewster (alguém lembra de The Trouble With Normal, ou da participação como Cathy em Friends?) também entra para a equipe.

O provável grande trunfo desse drama policial é se centrar no elemento humano, e não nos casos. Os investigadores não estão exatamente preocupados em esclarecer o crime, uma vez que, para eles, pegar um louco que mata em série sem motivações pessoais já significa resolver a parada. Isso sem falar no formato fechado (não-seriado), à moda de CSI, que bate de frente com aquele formato "mais-seriado-impossível" de Lost. Há ainda os adorados clichês do gênero, com o policial antigo e amargurado pelas lembranças, em contraste com os recém-chegados idealistas; a identificação do público com o nerd que nunca se dá bem; o agente que usa o coração quando deveria usar o cérebro, entre outros.

Qualquer que seja o truque desse pessoal, eles estão preste a conquistar uma segunda temporada completa, com quase 17 milhões de espectadores americanos que mudam de canal e não vêm Lost nem Medium toda quarta-feira.


30 Rock

This picture is hosted by ImageShackTina Fey construiu sua reputação no (atualmente irrecuperável?) Saturday Night Live, largou o programa em 2006 depois de oito ou nove temporadas bem-sucedidas e então criou 30 Rock, uma nova comédia de meia-hora para a NBC. Fey foi uma das boas redatoras do SNL e uma das piores apresentadoras do "telejornal" do programa (o Weekend Update), explicando todas as piadas e rindo de si mesma toda semana. Mais baixo que ela, só quando o tal Colin Quinn resolveu que seria um bom humorista em frente às câmeras.

Agora, além de criar todos os roteiros de 30 Rock, a moça ainda se arruma como atriz principal e co-produtora da série. E não tenha dúvidas: a personagem de Tina Fey é "Tina Fey", ou melhor, Liz Lemon, a principal redatora de um programa semanal de esquetes cômicos chamado The Girlie Show. Hm, ok, semelhança nenhuma com SNL mesmo... A propósito, o principal produtor é o próprio Lorne Michaels, o cara por trás do SNL desde sempre.

This picture is hosted by ImageShackA trama se desenrola a partir do momento em que o antigo chefão da emissora morre e o super-exigente (e super-sacana) Jack Donaghy assume. Quem faz o papel, não por acaso, é um dos recordistas de apresentações do SNL, Alec Baldwin. O Girlie Show de Liz Lemon sempre teve ótima audiência, mas o novo patrão está tirando a redatora do sério com sua mania de reformulação, e ela não pode deixar a peteca cair.

Junto a Fey e Baldwin está a ótima Jane Krakowski (a Elaine de Ally McBeal), no papel da ex-estrela do Girlie Show que acaba rodando em meio às mexidas trazidas por Donaghy.This picture is hosted by ImageShack O papel de Krakowski seria originalmente de Rachel Dratch (amiga e colega de Fey em SNL), que acabou sendo trocada depois de gravar um primeiro piloto, depois refilmado. Mas tanto Dratch quanto o também ex-SNL Tracy Morgan (que saiu há mais tempo) seguem firmes em 30 Rock. Ela fará diversos papéis recorrentes e diferentes - na verdade, a mudança ocorreu para privilegiar a versatilidade de Dratch; e ele ocupa um dos papéis principais da nova série, como um perturbado ex-ator de cinema obrigado a aceitar sua nova situação de astro de TV. Aliás, pra quem (como eu) sempre duvidou da capacidade de Fey e Morgan como atores, é bom deixar claro que ambos estão excelentes!

Outros personagens são vividos por Scott Adsit (um rosto bem conhecido de pontas em um monte de séries, atualmente escrevendo e dirigindo a sua própria animação no adult swim, chamada Moral Orel), Judah Friedlander e Jack McBrayer (pouco conhecidos no Brasil).

This picture is hosted by ImageShack This picture is hosted by ImageShack30 Rock estreou no Sony brasileiro há poucas semanas, com menos de um mês de diferença para a exibição americana. O atraso no piloto lá fora, você deve ter adivinhado, teve muito a ver com as semelhanças entre sua premissa e a de Studio 60 on the Sunset Strip (de Matthew 'Chandler' Perry). Além disso, esperaram também o encerramento formal do contrato das duas atrizes com o SNL para a temporada 2006.

Só é curioso que a parceira inseparável de Fey, Amy Poehler, até o momento não tenha sido levada para a nova série nem mesmo em participação especial. Poehler continua no SNL, mas parece que preferiu tirar o eventual tempo livre para aparecer em filmes e planejar a maternidade ao lado de Will Arnett (o GOB de Arrested Development). Ela e Tina Fey continuam escrevendo juntas, e a comédia Baby Mama é prometida para breve nas telonas.

A crítica tem adorado cada episódio de 30 Rock, mas a audiência não tem correspondido tão bem. A série foi mudada para um horário bem mais competitivo e irá ao ar, nos EUA, num bloco de duas horas só de boas comédias (junto a Scrubs, My Name is Earl e The Office). Pode ser a deixa que Tina Fey estava esperando para o programa engatar uma primeira temporada completa, mas a estratégia ainda não vem dando tanto resultado assim. Só esperando pra saber...


Friday Night Lights

This picture is hosted by ImageShackFriday Night Lights, ou "as luzes de sexta à noite", fala de um evento importante para os americanos, que acontece nessa tal hora da semana: os jogos da liga universitária de futebol americano. A história trata dos Panthers, um time universitário que, de repente, se vê repleto de estrelas amadoras e com chances mais reais que nunca de conseguir o título. Há apenas um problema: o técnico é um estreante no cargo e não esperava toda essa pressão. Boa parte da série foca em seus dilemas para resolver situações que eram inéditas para ele até então. Quem faz o papel do técnico é o nosso velho conhecido Kyle Chandler (o Gary de Early Edition e o pobre policial explodido de Grey's Anatomy, sem falar numa certa participação em King Kong).

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Connie Britton (a última namorada de Jack em 24) interpreta a esposa do treinador, enquanto Adrianne Palicki (da besteirinha South Beach, e também a Kara em Smallville e a namorada morta de Sam em Supernatural) é uma líder de torcida pouco comum. Ao invés do característico excesso de frescura, ela prima pela honestidade brutal e por ser sempre vista como uma bad girl que ninguém gostaria de ter por perto - se não fosse tão maravilhosa e perfeita como líder. De resto, o elenco traz um bocado de jovens atores pouco conhecidos.

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A série estreante tem fama de ser muito bem feita, mas a audiência anda atualmente em torno de apenas 5,5 milhões de espectadores fiéis. Apesar disso, a NBC já conferiu a ordem de primeira temporada completa por uma razão principal: sua única concorrente de peso no mesmo horário é Gilmore Girls, que é bastante assistida, mas tem ainda menos público fiel que Friday Night Lights. Mesmo com a temporada cheia, ainda não há qualquer previsão de estréia no Brasil.

Curiosamente, a série nasceu como derivada de um filme de mesmo nome, no qual a mesma Connie Britton interpretava outra personagem.


Day Break

This picture is hosted by ImageShackCom o intervalo de três meses na produção de Lost, o horário em que a ABC normalmente transmite a série ficou livre. Entra em cena mais uma tentativa de emplacar o galã Taye Diggs (protagonista da fraquíssima Kevin Hill e agente linha-dura no filme Equilibrium) numa nova série que pode até ser curta, mas tem uma premissa no mínimo instigante.

Diggs é o detetive anti-drogas Brett Hopper, que vive o pior dia da sua vida quando é acusado do assassinato do promotor-assistente Alberto Garza. Hopper descobre-se envolvido numa conspiração que pode afetar todos os que ele conhece. Mesmo não tendo nada a ver com a história, tudo aponta para ele e ninguém acredita em sua inocência. Em fuga, o detetive começa a investigar por conta própria e, quando tudo parecia perdido... ele revive o pior da sua vida na íntegra, e de novo e de novo.

O formato da série lembra 24, mas pode ser considerado inédito. Isso porque a temporada de 13 episódios é literalmente o mesmo dia vivido 13 vezes. A diferença é que, com a repetição do dia, Hopper acaba conhecendo mais e mais detalhes envolvendo a morte de Garza - e saber cada vez mais sobre um crime, claro, pode ser bem perigoso. A repetição mostra que o detetive sempre pode decidir uma situação de maneiras diferentes e, infelizmente pra ele, suas energias não recomeçam do zero, como o dia maldito.

Com esse formato diferentão, a aura de "pior dia da sua vida", a temática policial e a eterna repetição do mesmo dia, em que o protagonista tem a chance de se redimir ou de conseguir mais corda para sua forca, não é à tôa que a série já foi definida como "um encontro radical entre 24 e Groundhog Day" (ou Feitiço do Tempo, na sempre desnecessária tradução nacional).

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O elenco conta ainda com Moon Bloodgood (Monk, CSI) como a namorada de Hopper; o ex-marido dela é interpretado por Adam Baldwin (que não é um dos irmãos Baldwin, mas era o Jayne de Firefly, o Marcus de Angel e o Danny Love de The Inside). Meta Golding (ponta em um monte de séries) é a irmã de Hopper, Victoria Pratt (Mutant X) é uma colega policial e Ramon Rodriguez aparece como um líder de gangue. Mitch Pileggi, mais conhecido como o Skinner de The X-Files e pelas passagens por Stargate Atlantis, Birds of Prey e ER, participa da perseguição a Hopper.

This picture is hosted by ImageShackA estréia, com duas horas, aconteceu num dos horários mais infelizes do ano: o encerramento da incrível baba Dancing With The Stars, que arrebatou nada menos que 27,5 milhões de americanos. Pra piorar a situação da novata, o pesadelo de Lost também se abateu sobre ela, com mais um arraso promovido por Criminal Minds. Já CSI: New York, que nunca foi uma concorrente fraca, também fez bonito na audiência. Restaram para a grande estréia de Day Break apenas pouco mais de 10 milhões de espectadores, o que é um número até expressivo, considerando as circunstâncias.

Os produtores prometem que a primeira temporada se fecha mesmo em 13 episódios e soluciona a maior parte do mistério. Mas, caso a série faça sucesso, ela deixará o gancho para uma eventual segunda temporada, na qual Hopper viveria um novo dia... mas de novo e de novo e...


American Inventor

This picture is hosted by ImageShackSimon Cowell, o juiz babaca e obviamente enrustido do American Idol, calha de ser um homem de visão no que tange a criar programas de TV que não envolvam ficção - Deus queira que ele permaneça fora dessa área. American Inventor é uma de suas mais recentes tentativas de levar gente comum para a atenção nacional, mas agora pelo menos é gente com conteúdo para mostrar (não, não é daquele "conteúdo" que estamos falando).

Apostando na engenhosidade do cidadão comum, Cowell rodou os EUA atrás de gente que tivesse criado algo novo, qualquer coisa, de forma amadora e bem pessoal, mesmo que a invenção ainda nem tivesse saído do papel. Quatorze inventores - e a palavra é usada em sentido bem amplo - foram escolhidos por um júri e receberam 50 mil dólares para aperfeiçoar ou desenvolver seus projetos. Seguiu-se uma competição com eliminações por telefone, nos moldes do próprio American Idol.

This picture is hosted by ImageShackBom, pelo menos dessa vez não é mais um inútil reality show, apenas uma competição saudável... O produto que os espectadores e o júri considerarem mais interessante leva um milhão de dólares e ainda pode, quem sabe, ajudar a melhorar a vida de todo mundo. Ah, os bagulhos mais bisonhos, claro, também garantiram audiência. Cowell jamais perderia a chance de rir daquele povo mais sem estribeira.

A primeira temporada foi ao ar no primeiro semestre deste ano e alcançou uma audiência bem decente. Conseguiu bater até My Name is Earl e The Office em alguns "confrontos". Ainda não há notícias sobre uma eventual continuação, até porque Cowell já se meteu a criar de novo e se saiu com um tal de Talent - um concurso de talentos aberto a tudo e todos. Aguarde essa joça...


Standoff

As diferenças entre as relações em um ambiente de trabalho e as relações sociais são cruciais, e assim devem permanecer. É assim que começa a nova série da Fox Standoff, quando o negociador de seqüestros Matt Flannery revela, durante uma situação tensa, que está dormindo com sua colega Emily Lehman. This picture is hosted by ImageShackSó que ambos são parte de uma unidade especial e muito seleta do FBI e todos os outros membros da equipe ouviram a confissão...

Cada episódio de Standoff trará um caso de negociação para o qual a unidade é convocada. Entre cada momento tenso e cada enrascada, entram cenas da convivência de Flannery (vivido por Ron Livingston) e Lehman (Rosemarie DeWitt) fora do horário de serviço. Mas todos os relacionamentos entre os colegas vão mudar a partir de então, e a chefe da unidade (Gina Torres, de The Matrix Reloaded e The Matrix Revolutions) terá de dobrar suas preocupações, agora que a frieza e o distanciamento necessários ao trabalho foram comprometidos.

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Livingston teve um arco significativo em The Practice, será sempre lembrado como o Jack de Sex And The City e já participou de um monte de outros projetos de monta, como o fantástico filme Adaptation. e a elogiada minissérie Band of Brothers. Já Rosemarie DeWitt tem um currículo mais modesto, que inclui a recentemente cancelada Love Monkey, uma participação no filme Cinderella Man, ao lado de Russell Crowe, e uma personagem recorrente em Rescue Me.

Os colegas do casal e da chefe são interpretados por Michael Cudlitz, Raquel Alessi e Jose Pablo Cantillo. O diretor do piloto da série é Tim Story, que também é um dos produtores-executivos e dirigiu as bombas Taxi, Barbershop e Fantastic Four no cinema.

Standoff acaba de ganhar ordem para episódios extras (além dos 10 já produzidos), mas ainda não tem previsão de estréia no Brasil.


Big Day

This picture is hosted by ImageShackEssa nova comédia ainda nem estreou nos EUA, mas está prevista para uma dobradinha com Help Me Help You na ABC a partir do dia 28 de novembro. Na verdade, Big Day vem meio que suprir a ausência de The Knights of Prosperity, que deveria estar no ar há tempos mas foi adiada para janeiro, conforme você já viu nas Serial Frila anteriores.

A gracinha Marla Sokoloff (a babá de Desperate Housewives e a Lucy de The Practice) vai se casar com Josh Cooke (um dos amigos de Four Kings, série que a Warner vem exibindo no Brasil como tapa-buraco e já foi cancelada faz tempo). A mãe da noiva é interpretada por Wendie Malick (a hilária madrasta de Frasier e a ex-modelo Nina Van Horn de Just Shoot Me, entre outros tantos papéis), e ela, claro, vai acompanhar e atormentar a moça durante os preparativos daquele grande dia, que transcorrem quase em tempo real para o espectador.

O pai é Kurt Fuller (o Detetive Barton de Desperate Housewives), cheio de dúvidas a respeito "desse rapazinho" que sua filha arrumou. Outros envolvidos, entre padrinhos, madrinhas, amigos do casal e damas-de-honra, são o ex-namorado dela (Stephen Rannazzisi, um dos panacas da insuportável Punk'd) e as personagens de Miriam Shor e Stephnie Weir. Mas o legal mesmo é que o fotógrafo do casamento, que só aparecerá num arco mais adiante, será ninguém menos que nosso amado Buster Bluth de Arrested Development, o ator Tony Hale.

***

Bom, como nas duas primeiras partes deste longo texto, havia aqui no fim um encerramento com assuntos relacionados às estréias. O tema da vez era as séries que ainda virão, aquelas que nem existem, mas já estão programadas de alguma forma. The Knights of Prosperity foi abordada em uma das três partes, e ela seria um bom exemplo.

Só que as três colunas ficaram tão grandes e janeiro está tão logo ali na esquina, que decidimos criar uma coluna à parte só com essas novas-novas séries. Aguarde para breve! This picture is hosted by ImageShack