Serial Frila: EuTubo. CeTuba?

12 outubro 2006

EuTubo. CeTuba?

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Pois é, mesmo que "everybody tubes... sometimes", eu vinha evitando cair no lugar-comum e fazer uma coluna que fosse completamente dependente dos vídeos do grande YouTube. É tão fácil que todo mundo já teve essa idéia e já fez algo do gênero...

Aí, tendo em vista a recente aquisição do serviço pela Google (em tempo: pela EMPRESA chamada Google, e não "pelo" Google), que já representa futuro incerto, e os diversos problemas legais que se aproximam a cada dia do serviço recém-adquirido, entrei na onda do "deixa disso e faz logo antes que seja tarde". A minha surpresa foi entrar em alguns dos endereços para vídeos que eu já vinha colecionando com cuidado e descobrir que muitos deles já tinham sido removidos por quebra de copyright. Portanto, se algum dos vídeos abaixo vier a desaparecer, o leitor já fica avisado. Mas não se deixe abater: vá lá no YouTube e procure pelo nome, que alguém já vai ter reposto o vídeo.

Vamos abrir com um clássico: a secretária eletrônica de George Costanza em Seinfeld. Um dos momentos mais iluminados de uma série invariavelmente genial.



A música que George Costanza (nunca "Constanza") usou se chama Believe It or Not, de Joey Scarbury. Era o tema do antigo seriado de TV The Greatest American Hero (O Super-Herói Americano, no Brasil). A fantástica letra de George diz: "Acredite ou não, George não está em casa. Por favor, deixe uma mensagem depois do bip. Eu devo ter saído, senão atenderia o telefone. Onde eu posso estar? Acredite ou não, não estou em casa". Destruidor de tão tosco.

Já que entramos mais essa vez no tema "músicas e séries", vamos a uma curiosidade. O pessoal que assiste às boas coisas do Universal Channel (como House, Psych, Monk, Law & Order: Special Victims Unit, Crossing Jordan, The 4400 e tantas mais) já deve ter visto uma propaganda institucional do canal com cenas de todas essas séries. É uma colagem comprida, com edição rápida e uma música bacanaça tocando por cima. O nome dessa música é Blood e ela é tocada pelos Editors, uma das bandas indies mais legais (e menos conhecidas) das safras mais recentes. O trecho que você ouve no comercial é o riff de abertura da faixa e o último verso, "If there's hope in your heart (...)". Veja abaixo o clipe dessa música e confira se é ela mesma que você vem procurando.



Um pouco mais? Ok, ok. Vamos a outro comercial de séries que fez uso de uma música excelente. O comercial em questão é de uma série que eu adoro, The L Word - entendo quem desce o cacete nela, mas eu gosto bastante. A estrela da propaganda é uma das personagens de TV mais cool de todos os tempos, Shane McCutcheon (Katherine 'Kate' Moennig), ao som de Brother, da banda feminina The Organ.

Shane entra em um bar, meio "alheia-de-propósito" ao fato de que todas as outras mulheres a devoram com os olhos, e então aparece aos malhos com a fantástica Carmen (Sarah Shahi). As duas beldades se conheceram justamente quando o Organ fez uma participação especial na série, gravando um clipe fictício de Brother numa igreja, e ambas trabalhavam nos bastidores da gravação. O comercial é todo intercalado por cenas desse episódio, com a própria banda tocando. Parece que a Warner tirou essa propaganda do ar há pouco tempo pra colocar alguma outra coisa cheia de erros grosseiros (claro...).

Abaixo, você vê o clipe original. É curioso que essas duas faixas seguidas (a anterior e essa agora) tenham um "grau de parentesco" próximo, que provavelmente começa no Joy Division, passa pelo Cure e vem bater no ilustre Interpol dos dias de hoje.



Agora, mudando radicalmente de assunto. Dificilmente eu falo de desenhos animados adultos em alguma Serial Frila, né? Infelizmente, ainda é meio difícil pras pessoas entenderem esse conceito. Quando se diz "adulto", pensam logo que o desenho é recheado de sacanagem... Não sabem esses preconceituosos o que estão perdendo em termos de tiradas inteligentes e temáticas mais sérias, com uma pegada bem mais pesada e realista que o de costume, sem precisar necessariamente de um denominador comum tão rasteiro quanto piadinhas sexuais duvidosas de Zorra Total.

Vamos a um bom exemplo de desenho a que você deveria assistir com mais freqüência: Family Guy. A abertura do episódio "PTV" é daquelas que mal nasceu (foi exibido há menos de um ano nos EUA) e já entrou pra História dos desenhos animados. Especialmente pra esse episódio, substituíram a abertura tradicional por um esquete misturando o bebê Stewie Griffin com Osama Bin Laden, uma galinha de borracha, a abertura de Corra Que a Polícia Vem Aí, uma "participação especial amarela", o jogo Doom, uma cena de O Iluminado e mais um tanto de coisa.

Pra não ficar só na abertura, recomendo ver o episódio completo; é sem dúvida um dos melhores de Family Guy até hoje! Peter Griffin fica revoltado com a censura imposta pela Federal Communications Commission (FCC) à programação de TV e resolve fundar seu próprio canal, a PTV - e aí entra tudo o que você possa pensar, incluindo a tal da sacanagem. Mas, pra ficarmos nos vídeos de pouca duração, vamos dar o gostinho do episódio só com a abertura mesmo.


(Update: o vídeo foi removido e não tem mais como encontrá-lo em nenhum serviço da internet. Pena!)


Se o momento é de cenas históricas, vamos abordar um programa que está no ar há mais de 30 anos. Faz tempo que o Saturday Night Live não presta pra quase nada. Então, pra mostrar um dos derradeiros momentos realmente hilários do velho SNL, e pra matar as saudades de um quadro que entrou em definitivo para o imaginário coletivo pop... Com vocês... "More cowbell!"


(Update: o vídeo foi removido há tempos e não tem mais como encontrá-lo em nenhum serviço da internet. Pena!)


Com Will Ferrell no papel de um músico hippie barrigudo sem muita noção do que deve fazer e Christopher Walken, do alto de sua ótima canastrice, soltando uma fala afetada atrás da outra ("I got a fever, and the only prescription is... more cowbell!"), não podia dar outra. Um clássico! É bom informar que a banda Blue Öyster Cult existe até hoje, a música Don't Fear The Reaper é real (já foi até usada em Supernatural) e realmente tem um cowbell de fundo. Mas Gene Frenkle, o "cowbelleiro", é criação do SNL. Ah, e o produtor vivido por Walken tem o mesmo nome do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, mas é outra pessoa - que também existiu (ou ainda existe, sei lá). E ainda: procure por aí uma apresentação do Queens of The Stone Age numa edição do SNL em que Will Ferrell era o apresentador. O doido aparece no meio da música relembrando o quadro.

Falando em programa que não presta mais, que tal uma pequena raridade? Em Grey's Anatomy, o melhor episódio da série - e, ao mesmo tempo, aquele que marcou seu declínio - trouxe o famoso sonho de George, em que ele ia pro chuveiro com suas três colegas lascivas e então acordava no auge (alguém aí disse "clichê"?). Para promover a série nos intervalos de sua programação, a ABC gravou uma variação desse sonho em que a "Nazista" Bailey fantasiava com um banho em companhia de 'Chief' Webber, Derek 'McDreamy' Shepherd e Preston Burke. A paródia acabou ficando melhor do que a série é hoje! Resta saber quais as razões da Disney para mandar tirar uma propaganda de (quase) todos os sites de vídeo. O objetivo não é espalhar??


Melhor fez Will & Grace, que caminhava para um destino lamentável e saiu de campo enquanto ainda dava ibope. Até mesmo o último capítulo teve seus bons momentos, como quando Jack e Karen interpretaram ao vivo a auto-homenagem Unforgettable.



Parece que não tem como escapar da música... Sendo assim, mais uma raridade, mas dessa vez é pra xingar. Afinal, trata-se da versão completa de Smelly Cat, o carro-chefe do repertório da Phoebe Buffay, de Friends. Só que nisso aqui tanto o áudio quanto o vídeo (quanto a letra, o figurino, a interpretação e tudo mais que você possa pensar) são simplesmente pavorosos!



No terreno do pavoroso, lembrei de uma coisa assustadora: "Ava is a man!" Infelizmente, nenhum site de vídeos tem esse trecho de Nip/Tuck pra eu mostrar aqui, mas essa fala sozinha me perturbou tanto que depois dela ficou mais difícil até assistir X-Men (o terceiro filme, então...). Dá um jeito de assistir à segunda temporada da série (em DVD ou arquivo) e veja do que estou falando...

Assim como Nip/Tuck, também Arrested Development, Two and a Half Men e outras boas séries não contam (neste momento!) com seqüências legais pra gente postar aqui, seja por problemas de copyright ou pelo fato de ninguém ter pensado em postar algumas coisas. Vamos esperar que uma próxima coluna desse tipo seja possível, se esses sites de vídeos não acabarem por conta da babaquice de executivos.

Deixo o leitor com um daqueles momentos que dispensam grandes comentários. Apenas o contexto já te serve: terceira temporada de 24. Kim Bauer encontra a fugitiva Nina Myers e a põe na mira. Seria uma bela desculpa para acabar com a raça de Nina, que matou a mãe de Kim na primeira temporada. Mas Jack Bauer intervém, derruba Nina e manda Kim sair da sala. O que se segue é...

- You don't have any more useful information to you, Nina.
- I do!
- (...) No, you don't.

(boom, boom, boom)

E fim de papo. Com Jack, funciona é assim. This picture is hosted by ImageShack